De uma forma geral, o deus mais cultuado em Portis com certeza é Palier, criador da magia. Outros deuses são cultuados, porém, em segundo plano ou em áreas específicas. Na capital, a Força do culto em Palier é indiscutível, Cambu aparece muito forte até mesmo na capital e é muitas vezes, o segundo deus mais cultuado dentre os moradores das vilas próximas às rotas de comércio. Blator e Parom tem um culto fiel, porém modesto entre os poucos anões que, sem uma razão muito clara, vivem nas terras dos magos. Sevides chega a aparecer como primeiro deus, ou deus mais cultuado nas cidades de Estenorial e Tanus, mais próximas ao Lara. Maira Vet tem um culto também pequeno, porém centenário entre os poucos elfos que não são devotos de Palier, em sua maioria florestais. Dizem que a Seita tem focos nas fronteiras com Filanti. Vários boatos existem sobre isto e os rumores parecem crescer mais e mais a cada dia que se passa.
A população de Portis é segunda mais heterogênea do Mundo Conhecido, perdendo apenas para Calco. Humanos ainda são maioria, mas as outras raças são vistas mais comumente neste reino, principalmente os elfos dourados, que são cada vez mais comuns de se ver em Runa, vestidos em seus belos robes de cores hora discretos, hora aberrantes. Os elfos florestais possuem mais de uma vila nas florestas perto do Rio Lara, desnecessário dizer que o acesso a esses “santuários naturais” para os não elfos é um problema e tanto, terminando na melhor das hipóteses, em um polido convite para retirar-se. Quase a totalidade desses elfos, são devotos de Maira e a maioria deles é de rastreadores. Pequeninos são benquistos e possuem uma vila só deles, no melhor estilo do “condado” nas proximidades do Lara bem a oeste de Portis. Os pequeninos são ótimos fazendeiros e melhores ainda como anfitriões, sendo assim, sua vila é sem dúvida um ótimo lugar para comercializar gêneros alimentícios em toda Portis. Os Anões possuem duas vilas (ou cidades como eles costumam chamar) nos sopés das montanhas de Raltril, onde pode se encontrar muito das tão famosas obras de arte anãs. Famílias e famílias de artífices fizeram moradas nessas paragens, e sendo os componentes minerais abundantes nessa região, tais artigos como estátuas e esculturas são comercializados a preços bem razoáveis, em verdade, os dois altares mais formosos devotados a Maira-Nil se encontram nessas vilas, entretanto, a maioria desses anões é devoto de Parom. Apesar dos anões estarem a mais tempo na região do que o próprio regime atual, eles são uma raça deixada de lado pela administração central. Talvez devido ao fato da política de superioridade mágica empregada em Portis e dos anões não serem reconhecidos por expor sua magia (se é que possuem alguma), estes, portanto, não possuem representantes no Conselho do Senado, fazendo com que eles fiquem fora das decisões políticas importantes do reino, não que isso tenha incomodado os anões até o presente momento, muito pelo contrário.
A ideologia de superioridade magocrata empregada em Portis é diferente de qualquer outro reino em Tagmar. Os Magos nesta concepção estão acima dos reles mortais, sejam eles da raça que forem. Estes são considerados seres mais inteligentes, mais poderosos que todos os outros. Tudo isso, aliado ao fato de após a revolta estes terem se situado como os líderes políticos e econômicos do reino, faz com que os magos usem os não portadores da magia arcana como inferiores, que devem a eles obediência. Como dito antes, não há “nobreza” em Portis por deposição dos nobres titulados e apreensão de suas terras, deixando assim o poder todo concentrado nas mãos dos líderes do golpe. Novos “espaços” na política e terras são concedidos com extrema parcimônia e dependendo principalmente do grau de participação dentro da política ou estudo mágico. Para aqueles de fora do Círculo Interno dos altos magos que regem a política e a economia do reino, não há participação real na política; nesta disposição, elfos e humanos são a maioria, enquanto anões e pequeninos estão fora de qualquer participação política direta. Mesmo assim, anões são de certa forma privilegiados, e suas solicitações, são quase sempre atendidas a contento pelos governantes de Portis, afinal, não faz bem a saúde de nenhum reino deixar um grupo grande de anões insatisfeitos.
Mas apesar de toda “sujeira” política em Portis, este é sem dúvida um país fascinante e sem dúvida um dos mais exóticos, onde você pode se maravilhar a cada momento, a cada esquina com as novidades que a magia pode proporcionar para seus filhos.
Rumores e Intrigas
Corre a boca pequena, nos locais menos distintos de Portis, que no “mercado negro” de Runa existem certos mercadores especializados em fornecimento de itens para rituais necromantes. Aqueles que conhecem esse caminho da magia sabem que esses itens indispensáveis para os rituais profanos são extremamente difíceis de encontrar, sem falar nas complicações que implicam em ser visto coletando esses tipos de itens. Dizem os rumores que, até cadáveres podem ser adquiridos se encomendados com certa antecedência, desnecessário dizer que esse tráfico de especiarias ocorre com extrema discrição e que novos compradores encontrarão vendedores desconfiados a menos que sejam muito bem recomendados.
Dizem até que existe uma cadeira oculta no conselho de magos portinenses e que esta é ocupada por um necromântico detentor de um poder tal, capaz de impor sua permanência no conselho. É claro que se isso for realmente verdade Portis certamente estaria em guerra com seus vizinhos, principalmente Azanti, com exceção talvez só de Filanti, que dizem alguns outros boatos, é por aonde a Seita vem se espalhando e atravessando o Lara para o leste rumo ao coração do reino portinense. Quanto à veracidade desses boatos nada pode ser provado, e nos últimos tempos aqueles que falaram demais sobre o assunto simplesmente desapareceram misteriosamente. Há inclusive rumores recentes da existência de um colégio clandestino de magia necromântica situado em Maginor, cidade que não poderia proporcionar melhor ambiente para tais práticas devido a seu aspecto sombrio e suas inúmeras ruas e guetos que criam um verdadeiro labirinto dentro da própria cidade, sem falar que boa parte dos casarões, que outrora eram ocupados pelos nobres, hoje se encontram abandonados e são extremamente tentadores para aqueles que precisam de uma grande privacidade.
Desde a queda de Luna, o reino de Portis vem enfrentando um problema com os sobreviventes do reino vizinho, muitos querendo fugir da desgraça buscam abrigo nas terras dos magos, fato esse, que desagrada sobremaneira não só a administração central, que desconfia que a peste possua uma origem mística, mas também a população que é extremamente impressionável e morre de medo só de ouvir falar da peste de Luna. A cidade que mais sofre esse tipo de assédio é sem dúvida Estenorial e, em verdade, a própria população é capaz de linchar em praça pública qualquer imigrante dessas terras por medo de que eles tragam a peste consiga. Há em Portis, principalmente ao sul, uma campanha de enrijecimento das fronteiras. De fato famílias inteiras já migraram, mas em verdade, poucos conseguiram manter seu segredo por muito tempo e foram todos convidados a se retirar, por bem ou por mal.
Há rumores nas terras dos magos, que aventam a possibilidade de que o Duque Leonor de Azanti, já tenha planos traçados para tomar a cidade de Tanus, começando assim, de maneira mais efetiva, sua campanha contra Portis, dizem até que o Duque já tem nas mãos a cidade de Fétor, originalmente pertencente a Filanti, e que suas incursões militares partem de lá, através do Lara, para as terras de Portis. Nada pode ser provado, mas se for realmente do interesse do Duque decretar uma guerra aberta com Portis, não se pode negar que a tomada de Tanus é de vital importância estratégica para incursões ao coração do reino.
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