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Verrogar
“Só existem dois tipos de pessoas no mundo: os governantes e governados; os líderes e os liderados. Eu sou um líder! E acredito religiosamente que os verrogaris nasceram para governar todos os outros povos! Portanto, todos aqueles que discordem de mim que reúnam seus exércitos e empunhem suas espadas, pois nós não tardaremos em subjugar todos em nosso caminho!! E por Crezir, o meu sangue não será o primeiro a correr… que vença o melhor!”
Idor Maximus, general das tropas verrogaris
“O coração de Tagmar”, “O centro do Mundo Conhecido”, é assim que os verrogaris gostam de se referir ao seu país. Localizado na porção central do Mundo Conhecido, com um amplo território de variadas nuances climáticas, Verrogar mantém fronteiras com sete países (oito se considerarmos Dartel), além da Floresta de Gironde e do Lago Denégrio, tendo ainda dentro de seus limites os Montes Palomares. Ao norte Verrogar faz fronteira com Filanti; a oeste com a Levânia, Abadom e Dartel; a leste com Marana; e ao sul com Dantsem, Eredra e Âmiem.
O clima, de modo geral, é quente e seco, tendo uma baixa umidade e apresentando chuvas esporádicas. Normalmente, o céu escurece em poucos instantes vindo logo em seguida uma forte chuva de quinze a vinte minutos, retornando então, o tempo aberto. A amplitude térmica é relativamente grande devido à distância do oceano, apresentando mínimas médias de 11° C e máximas de 33° C. A exceção fica por conta da região onde se localizam os Montes Palomares, na qual nos períodos de inverno é possível até se ver neve nas partes mais altas. Aqui, as temperaturas mais baixas podem chegar à casa dos 0° C. As outras cadeias de montanhas possuem temperaturas muito baixas devido a sua altura e são conhecidas pela sua condição de gelo eterno.
Com uma das maiores extensões territoriais de Tagmar, Verrogar é um reino com vastas planícies e cadeias de montanhas, como os Palomares no norte e os montes Crássios. As florestas também aparecem no relevo, com principal importância para a Floresta Vermelha, nome oficial dado pela Casa Real de Treva (chamada pelos elfos de Finlaril, ou “Floresta do Arqueiro”). Muitos anos atrás, essa porção de floresta constituía uma única massa vegetal com as florestas de Âmiem, sendo que ocupavam uma área muito maior do que a hoje conhecida.
A formação do reino de Verrogar se deu, segundo estudiosos de Runa, por volta de 400 D.C. Uma grave desavença advinda de uma disputa pela sucessão do patriarca, dividiu uma importante família que vivia na região ao norte dos Montes de Solomor. Era uma família de guerreiros e muita coisa foi perdida na disputa sangrenta que resultou na expulsão dos perdedores. Os vitoriosos não puderam nem mesmo aproveitar a glória de sua vitória, pois pouco sobrara da pequena vila que chamavam de lar. Crássio de Alimarus, o novo patriarca, decidiu abandonar a pequena vila e levou todos para o sul, a procura de uma base onde pudessem criar uma verdadeira cidade que demonstrasse sua grandeza. Viajaram por alguns meses como nômades, no melhor estilo dos povos da Levânia, e quando chegaram ao vale onde hoje se localiza Treva, foram atacados por guerreiros de tribos selvagens que ocupavam a região. Com armas e técnicas de combate superiores, e um líder como Crássio, os povos bárbaros foram derrotados com mais facilidade que os guerreiros de seu irmão. Muitos dos seus foram mortos, mas Crássio estava particularmente impressionado com a fúria e a vontade desses homens e mulheres, tomou então vários como escravos, e ainda outros tantos como soldados convertidos a sua causa: colonizar a região. Devido à estratégica localização da vila dos bárbaros, Crássio optou por ali se estabelecer. A cidade fundada foi batizada Treva, pois as montanhas que circundavam o vale permitam pouco tempo de iluminação durante o dia, o sol levantava-se tarde e retirava-se muito cedo.
Logo a cidade prosperou com a captura de novos escravos, a descoberta de metais nas encostas próximas, uma região propícia à agricultura e ótimos pastos para criação de gado. Todo o reino de Verrogar é hoje resultado das expansões militares de Treva, iniciadas com a regência de Crássio e passaram através das gerações de seus descendentes, sempre ávidos por ultrapassar as façanhas de seus antepassados.
No ano de 1197 D.C., Verrogar conheceu uma poderosa força que vinha alastrando-se ao sul como uma praga: a Seita. Com uma estratégia bem articulada, seus lideres conseguiram se infiltrar, paulatinamente, entre os Leões-Rubros (tropa de elite de Verrogar) dando início ao seu plano de incitarem seu expansionismo e exaltarem a “vocação imperial da nação”. Foram os Bankdis que trouxeram às tribos Verrogaris a noção de unidade, visto que esse povo guerreiro sempre esteve ocupado demais com suas guerras internas. Os Bankdis elegeram um líder leal a eles e o declararam rei, incitando a guerra contra Filanti e os reinos orientais ligados aos Runas: Marana, Luna e a própria Cidade-Estado de Runa. Em menos de três anos, todo o reino estava sob o seu domínio.
No ano de 1232 D.C. inicia-se a expansão das fronteiras de Verrogar, apoiado pelo novo “exército” de Bankdis que chegaram um ano antes, Verrogar invade as terras de Dantsem, que na época, iam do mar a leste até o Lago Denégrio. A guerra contra Dantsem demora pouco menos de uma década. Em 1241 o fraco reino se rende ao poderio dos verrogaris. Um tratado é feito, e Dantsem cede as terras a oeste, perdendo seu acesso ao lago e tornando-se um protetorado de Verrogar.
Todavia, os verrogaris queriam mais, e em 1250, invadem Marana. Ao contrário de seu vizinho, Marana oferece uma dura resistência, o que faz a campanha se arrastar por décadas, só caindo em 1289. No ano seguinte, finalmente os verrogaris descobrem a verdadeira essência do seu exército. Neste mesmo ano, os principais generais de Verrogar ainda fiéis aos Deuses, tentam um golpe de estado, mas que termina em fracasso. Desta data em diante, os verrogaris se tornam prisioneiros de seu próprio reino, os demonistas passam a prosseguir a sua expansão para o norte, sem mais o apoio dos verrogaris.
Com o fim da dominação dos Bankdis, em 1407, os verrogaris reconquistam sua liberdade. Até o fim da unificação, Verrogar devolve parte do território de Marana (ficando com os Montes Palomares), restabelece a antiga dinastia no poder, e apesar dos protestos, Dantsem fica definitivamente sem seu acesso ao Lado Denégrio.
Governo
Verrogar é uma monarquia absoluta e hereditária, iniciada com Crássio de Alimarus e continua hoje com Attos II. Esta longa dinastia só foi interrompida durante um período da dominação da Seita, mas é, sem dúvida, uma das mais longas dinastias de Tagmar. O soberano atual é um monarca absoluto, além de ser o chefe do estado verrogari. Attos II é também o líder do exército - ele foi assim “designado” pela sua assembléia de cinco conselheiros (A Mesa de Aço) como Marechal das tropas de Verrogar. A Mesa de Aço é composta, em qualquer época, pelos quatro Generais de Verrogar e por um sábio, que é o conselheiro real de fato.
Attos II é casado com Pérola, uma linda mulher filha de nobres (seu pai é um marquês cujas terras ficam em Marana) e tem com ela dois filhos: Attos III, de três anos, e Melina, de apenas um ano.
O povo verrogari se encontra em uma situação de servidão imposta, pois estes pagam muito caro de suas colheitas e comércios, o custo das guerras; e as mulheres, não raro, ainda vêem seus filhos e maridos serem recrutados para servir como combatentes, sem que a eles seja dado nada por isso. Os mais pobres encontram-se em uma situação de miséria. A escravidão é comum e incentivada pelo governo (afinal foi assim que o reino surgiu e cresceu), sendo a escravidão de guerra a mais comum. Qualquer um não-verrogari que esteja no reino sem um salvo conduto deve acautelar-se, pois pode ver-se cumprindo ordens de alguém mais rápido do que pensa.
Verrogar mantém, com dinheiro dos impostos recolhidos e do que é “arrecadado” dos inimigos em campanha, escolas para treinamento de guerreiros, além de patrocinar Ordens de Crezir e de Blator. A escola de guerreiros mais importante do reino é a Academia Real das Armas, local de formação e treinamento dos Leões-Rubros, aonde jovens de todo o país, e de outros também, vêm com a pretensão de treinar e tornarem-se exímios combatentes. A direção dos Leões-Rubros cabe a Endus Hafild, um dos grandes Capitães das tropas verrogaris, designado para tal função pessoalmente por Idor Maximus. O árduo treinamento verrogari leva muitos inaptos à morte prematura, mas os que se formam serão combatentes ao menos à altura dos seus possíveis inimigos. Normalmente, os jovens são recrutados aos doze anos e o treinamento se encerra quando estão com vinte. Adolescentes de qualquer idade podem entrar para a Academia, mas quanto mais velho for, mais rígido será o treinamento, a fim de recuperar o tempo perdido. Como Endus costuma dizer: “Levanta tua espada ou abaixa tua cabeça: o golpe, de qualquer forma, será certeiro!”.
O exército de Verrogar possui uma constituição bastante organizada. Sua infantaria é uma tropa adestrada, disciplinada e amante do combate. O rei Attos II se empenha para que seus soldados possam ter os equipamentos e armas mais adequadas e de melhor qualidade. Além disso, mantém vários sacerdotes de Crezir e Blator acompanhando as campanhas para que “mantenham o moral dos homens elevado”.
Pela constante necessidade de suprir a logística da guerra, nas vilas e cidades principais pipocam as oportunidades para artesões e artífices, além de inúmeras ofertas de empregos para o exército, em todos os níveis e funções. As caravanas vindas de todo o mundo e que carregam a bandeira da neutralidade (ou a de Verrogar, o que é mais sensato) têm a chance de realizarem fabulosos negócios. Há gente de todo o tipo e com todo o interesse possível querendo algo para usar (nas guerras, nas expedições aos Montes Palomares, nas investidas ao Lago Denégrio ou simplesmente para fugir com mais segurança do país que beira à insanidade). Pode-se dizer, então, ser a economia de Verrogar hoje, uma das mais cosmopolitas de todo o Mundo Conhecido, tendo no “Comércio de Guerra” seu principal expoente.
A magia em Verrogar é vista com extrema desconfiança, chegando alguns a chamar de bruxaria e condenar todos os magos como necromantes. Muitos vêem tal arte como a principal arma do inimigo, portanto magos não podem esperar uma boa acolhida nessas terras. Na verdade, o Rei sabe da necessidade dos magos para seu sucesso na campanha contra Dantsem - combata fogo com fogo, ou melhor, bola de fogo com bola de fogo; por isso, vêm recrutando magos mercenários, principalmente renegados de Portis. Não se sabe da existência de qualquer Colégio no reino, mas alguns aventureiros falam de acontecimentos bem bizarros nos Montes de Solomor, podendo ser atribuídos a um mago muito poderoso ou a um grupo deles.
História Recente
O pai de Attos II, Attos I, era um hábil rei, tanto na arte da negociação e diplomacia, quanto na arte da guerra. Não apreciava a luta e a guerra por si só, mas, como um homem que seguia a doutrina de Blator, também não se furtava de um combate caso fosse necessário. Seu maior sonho era conseguir estabelecer, de forma amigável, um acordo com o governo de Dantsem, a fim de que fosse construída uma estrada que saísse de Treva e chegasse até o oceano leste. Attos I não se recusava, nem se opunha à idéia de pagar certos impostos ou mesmo deixar parte da exploração e produção conseguida no território Dantseniano, mas membros de seu conselho real não estavam tão de acordo assim.
No ano de 1494 D.C., quando Attos I tentava estabelecer tais negociações com Dantsem, ele já contava com cinqüenta e três anos. Seus quatro Generais, todos humanos, eram: Idor Maximus, um homem de trinta e oito anos, exímio guerreiro e adorado pelas tropas verrogaris, que o vêem como um semideus; Paltus Valom, hábil estrategista e articulador das mais incríveis façanhas no campo de batalha, com quarenta anos; Verdigius Avios, um bom guerreiro, com cerca de quarenta anos, que se limita a tentar imitar Idor Maximus, mas não é tão bom e não consegue a mesma aceitação perante as tropas; e a Arquiduquesa Maraila, sobrinha de Attos I (que sucedeu seu pai Filtor, príncipe irmão do rei, morto em uma batalha terrível contra os de Filanti, na qual Verrogar conseguiu estabelecer seus atuais limites ao norte) e que é uma excepcional guerreira, sendo que os homens do exército a vêem como um amuleto da sorte, face ao espanto e a surpresa que causa aos inimigos quando percebem que estão sendo mortos e derrotados por uma mulher. O quinto membro d’A Mesa é Rens Alicante, sessenta e nove anos, um estudioso e historiador, antigo, mestre de literatura e história de Attos I, quando ele era um adolescente.
De todos esses, apenas a Arquiduquesa Maraila e Rens estavam de acordo com as idéias de Attos I. O restante do conselho achava que isso seria se rebaixar às exigências de um país inexpressivo e de um povo covarde, que não se manifestava nem a favor, nem contra Verrogar (o que já seria suficiente, na opinião de Paltus, para se iniciar uma guerra). Entre os opositores das idéias de Attos I, Idor Maximus certamente era o mais veemente. Ele não suportava a idéia de ver sua tropa e seus homens, sangue do seu sangue verrogari, pagando impostos e taxas por algo que seu suor havia conseguido. Além disso, achava que o povo de Dantsem poderia reivindicar também, em troca, livre acesso aos Montes Palomares ou ao Lago Denégrio - um absurdo, em sua opinião, e que não ousava nem pensar sobre o caso.
Attos I era um rei soberano, mas seu espírito de líder ao invés de chefe, não o deixava impor meramente suas decisões: ele buscava a legitimidade de seus atos e queria a aprovação de seus conselheiros, principalmente de Idor, a quem havia confiado todo o aprendizado do jovem príncipe Attos II, de dezesseis anos. O filho mais novo de Attos I, Ramum, por ser um jovem de espírito mais sereno e mais preocupado com os estudos intelectuais, teve sua educação deixada por conta de Rens, na verdade o rei nutria uma predileção pelo caçula, mas as fortíssimas tradições verrogaris o impediam de deixar Ramum como seu substituo, apesar de ser esse o seu mais íntimo desejo.
Diante dos fatos e temendo pelo pior, Idor Maximus, devoto fanático de Crezir, contando com a ajuda de Verdigius e de Paltus principalmente, traçou um plano a fim de ver seus objetivos de conquista e destruição com relação à Dantsem satisfeitos: durante os meses de treinamento que ministrava pessoalmente ao príncipe Attos II, incutiu-lhe a idéia de que Dantsem representava um perigo e que seu pai já estava se tornando um homem muito condescendente devido à idade. Isso levava o príncipe a ter intermináveis discussões com o pai. Por outro lado, Paltus planejava um encontro com um representante da Casa Real de Dantsem para que as idéias de Attos I pudessem ser expostas. Entretanto, o General estrategista tramava que algo de ruim acontecesse nesse encontro para que o rei pudesse mudar sua concepção com relação aos Dantsenianos.
E assim ocorreu: um encontro em Treva foi marcado para o primeiro dia de primavera do ano de 1495, com quatro representantes de Dantsem (o último encontro diplomático ocorrido na capital). Verdigius e Paltus, entretanto, tomaram todas as “precauções” para que os Dantsenianos fossem interceptados ainda fora de Treva e mortos, colocando quatro impostores em seus lugares. Os substitutos deveriam se portar de modo bem agressivo na presença de Attos I, negando qualquer chance de negociação, e insultando o rei inclusive, se isso fosse preciso para inflamar sua ira. Os três Generais se encarregariam de “prender” os visitantes (na verdade, tinham feito um acordo de libertá-los em segurança longe das vistas e do conhecimento de Attos I). Na reunião estariam também presentes os príncipes e os outros componentes d’A Mesa de Aço.
Tudo começou a ocorrer conforme o planejado durante a reunião, chegando a um ponto em que Attos I já estava beirando às raias da ira: foi quando Idor Maximus, agindo de um jeito que somente ele havia planejado, partiu para cima dos supostos Dantsenianos e iniciou um ataque dentro dos salões reais de Treva. Certamente, os impostores não entendendo o que estava acontecendo, trataram de se defender. Após um peleja rápida e confusa, um saldo trágico: o príncipe Ramum estava morto, alvo de um golpe de gládio certeiro no peito.
O rei Attos I, enfurecido, determinou que seus Generais preparassem suas tropas imediatamente para o ataque às fronteiras com Dantsem, apesar dos apelos de Rens e Maraila, que desconfiavam de algo estranho na atitude dos Dantsenianos.
Cerca de uma semana depois, iniciava-se a marcha rumo a Dantsem. No mesmo período, o rei já não passava de uma sombra do que havia sido, em face do desgosto e da tristeza pela morte de Ramum. Após um mês, com os combates iniciados, tendo Verdigius no comando das tropas e os demais conselheiros em Treva, Attos I faleceu, e Attos II, que antes simpatizava com Blator, agora seguia o deus Crezir, e ouvia tudo o que Idor Maximus lhe “aconselhava”. Assim, ele assumiu um reinado que hoje completam cinco anos de duras investidas contra Dantsem, de conquistas inegáveis e de uma pretensão que pode ser catastrófica para toda Tagmar: invadir e conquistar Âmiem.
O rei de Verrogar é um jovem impetuoso e desafiador, que não mede esforços para satisfazer suas pretensões, chegando a participar de dezenas de combates pessoalmente. Suas divergências com Rens e Maraila são extremas, porém, o respeito pelo velho mestre de seu irmão e o amor secreto pela prima o impedem de fazer algo que já teria feito a qualquer outro: massacrar.
Após ter anexado parte de Dantsem e conseguido acesso ao mar, Verrogar mantém tropas em todas as suas fronteiras. O desejo mais atual de Attos II é chegar a Léom e destronar seu rival, assumindo assim, o controle de todo o país Dantseniano. Entretanto, ele encontra muitas dificuldades em avançar a partir do ponto em que parou. Primeiro, porque seu vasto território está começando a obrigá-lo a fracionar sua tropa, o que lhe tira um pouco da força. Em segundo lugar, tropas bárbaras da Levânia e de Abadom estão sempre atacando os pontos mais a oeste de Verrogar, obrigando o exército a dar respostas à altura, a fim de manter os atuais limites. Por fim, Dantsem tem resistido muito bem às recentes investidas verrogaris utilizando uma arma que se bem usada é bastante letal: a magia (contando sempre, segundo dizem os boatos, com o apoio de Âmiem para isso).
Um outro problema que começa a incomodar Attos II está na economia verrogari: até pouco tempo atrás, um país auto-suficiente, Verrogar hoje necessita importar gêneros básicos de alimentação, em parte, para poder manter um gigantesco exército. Até porque, esse mesmo exército consome em suas fileiras braços e mãos que estariam, em outras épocas, labutando nas lavouras e cuidando do gado. Verrogar já chegou a exportar excedentes agrícolas, mas agora se vê importando comida, principalmente de Eredra, com quem tem mantido boas relações diplomáticas, até porque, seria um suicídio não fazê-lo.
O Povo de Verrogar
Um imenso país com uma população de sangue quente e temperamento passional, que acredita ter reis de origens quase divinas e a predestinação de dominar as nações inferiores (todas as outras de Tagmar, na concepção verrogari). Independentemente da pretensão e da soberba de muitos verrogaris, o certo é que esta nação se inflama quando o assunto é guerra. Atualmente, a população verrogari é, predominantemente, composta por humanos, havendo um equilíbrio entre o número de pequeninos e anões, além de uma pequena parcela de meio-elfos, mas estes tendem a desaparecer nos próximos anos.
Há muitas aldeias e vilarejos de pequeninos no país, normalmente localizados próximos ao Lago Denégrio ou à região de fronteiras com Eredra. Como é o comum da raça, eles preferem viver isolados em suas comunidades, morando em suas tocas ou em pequenas casas milimetricamente construídas, dedicando-se a atividades corriqueiras e necessárias à manutenção de suas vidas (e de seu apetite...). Muitas famílias de pequeninos já habitaram no território hoje pertencente à Verrogar, mas as constantes guerras e invasões estão afugentando a raça, começando a buscar a tranqüilidade que apreciam nas aldeias e vilas cada vez mais distantes e escondidas das guerras verrogaris. Ao todo, sabe-se por meio de histórias de viajantes e, mais comumente, de bardos, que hoje são seis as famílias predominantes de pequeninos que vivem no território verrogari: os Brocaterras e os Cintasoltas, que vivem na porção norte, e os Medfricas, os Pelerrosas, os Sentaclavas e os Brocasoltas (esta última originada a partir da união de dois membros das famílias do norte).
Os anões residentes em Verrogar (e que a cada dia estão aumentando seu número) vêm para o país atraídos pelas oportunidades de trabalhar como artífices e mineradores, além de prestarem bons serviços como mercenários contratados pelo exército local. Ambas as situações são vistas pelos anões como boas oportunidades de conseguirem fama, reconhecimento e um bom dinheiro. Outrossim, a política de intolerância de Verrogar para com os elfos de Âmiem acaba alimentando alguns sonhos de certos anões mais irritadiços em relação ao povo da bela raça. Os anões se instalam com facilidade nas comunidades humanas, melhor ainda se são de famílias de soldados ou de mineradores.
Os meio-elfos habitantes de Verrogar não compartilham de nenhuma organização em comum, tampouco de algum interesse específico. Exercem aqui, como na maioria dos outros reinos, um papel neutro, mas começam a se incomodar com as guerras verrogaris e com a política de agressão para com Âmiem, o que tem provocado uma emigração cada dia maior de meio-elfos de Verrogar para Ludgrim e, no caso de serem aceitos, para a própria Âmiem.
A língua oficial do reino é o Verrogari, que também denomina seu povo, mas utiliza-se muito, quase como que uma segunda língua oficial, o Malês Central, além de vários outros dialetos regionais, que muitas vezes não podem ser compreendidos fora da pequena comunidade de onde surgiram.
Os principais deuses em Verrogar são Crezir e Blator. Este último, ainda é o preferido das massas, mas com a nova preferência da Casa Real, Crezir vem ganhando destaque. Tanto que, há em Treva uma sede da Sagrada Ordem de Crezir, uma bela catedral de quatro torres, cuja construção se assemelha a de um forte militar, e que possui em seus anexos, salões para treinamento de guerreiros e até alojamentos para tropas. O sacerdote grão-mestre da Ordem, Dimitri Turrim, já prestou diversos serviços como soldado para Attos I e agora se dedica a formar novos acólitos e também novos guerreiros de Crezir. O deus Blator também é representado na capital por uma bela igreja, sede da Congregação dos Guerreiros do Punho de Ferro de Blator, sociedade que se dedica aos desígnios do deus da guerra. Seu Sumo Sacerdote é Mahad Saturk, um colosso de admiráveis qualidades como guerreiro, de origens Lévano-Verrogaris, oriundo das terras fronteiriças do oeste verrogari, mas que há muitos anos habita em Treva. A Arquiduquesa Maraila freqüenta os cultos dessa igreja (e mantém um relacionamento amoroso secreto com Mahad).
O Deus Sevides também é cultuado com certa expressividade nas pequenas vilas e cidades mais próximas ao Lago Denégrio, devido à prática agrícola, e também nas aldeias de pequeninos. Com a chegada de muitos anões à região dos Montes Palomares, alguns cultos a Parom começam a ser percebidos. Não se tem notícias de cultos oficiais de Palier e Cruine em Verrogar, mas a certeza é que, se tais cultos ocorrem, são em caráter sigiloso.
Rumores e Intrigas
O clima pesado que paira sobre o reino de Verrogar nos últimos tempos, enche o ar de teorias conspiratórias e devaneios dos mais absurdos. O rígido regime militar imposto a todos os súditos verrogaris,leva o povo a sonhar cada vez mais na tentativa de fugir da triste realidade, como não poderia deixar de ser, aqueles mais otimistas sonham com grandes vitórias e dias melhores, os mais pessimistas vivem assombrados com a possibilidade de invasões e dias ainda mais negros.
Um desses rumores fala sobre uma nova resolução tomada na sala do trono, dizem que o atual rei, Attos II, mesmo contrariando seu mentor Idor Maximus, deseja lançar uma investida relâmpago sobre a floresta de Gironde. Não se sabe ao certo o que o monarca deseja com a floresta, mas cochicha-se que seu real objetivo é na verdade o reino de Filanti. E que a investida sobre Gironde serviria somente para assegurar um ótimo vau de entrada no reino nortista. Dizem que o rei tomou essa resolução impulsionado por uma antiga ferida para com os filantianos (algo sobre a morte de Filtor, pai de Maraila). Outros afirmam com veemência que, na verdade, o rei vislumbra assumir o controle total da porção leste do Denégrio, garantindo assim, uma fantástica vantagem estratégico-comercial ao reino verrogari. Outros ainda defendem que o monarca visa somente se resguardar, e dar uma resposta à altura aos ataques piratas que Verrogar vem sofrendo e que se acredita venha de Capela. Seja qual for o motivo, a verdade é que Idor parece não apreciar essa manobra, uma vez que ela paralisaria o cerco a Dantsem.
Dizem até que Verrogar importa com grande volúpia toda tecnologia que pode ser comprada de Calco, a fim de entrarem com força total na era das navegações. E que nas cidades do reino próximas ao Denégrio, grandes estaleiros foram montados e uma enorme massa de operários trabalha para colocar na água em tempo recorde, um grande número de galeras, birremes e trirremes. Alguns embasados nesses fatos reforçam a teoria do rei realmente desejar invadir Filanti, e que para isso não vai limitar-se apenas a movimentar as tropas por Gironde, mas sim arquitetar um ataque conjugado, terra e mar, onde a sua novíssima frota de guerra pressionaria os filantianos pela porção oeste do reino. Em verdade, essa dupla frente de combate é uma estratégia tanto ousada quanto fantástica, e se for verdade, tem tudo para dar muito certo.
Outros afirmam que essa possível invasão a Filanti não passa de um engodo espalhado pelo próprio poder em regência, para ocultar os reais interesses do monarca de levar uma grande força expedicionária para Abadom. Dizem alguns boatos que chegaram às mãos do monarca, inquietantes pergaminhos dando conta de tesouros inimagináveis do reino perdido esperando para serem “resgatados”. Dizem até que alguns itens mágicos, datados do Segundo Ciclo, se encontram em meio a estes tesouros. Alguns vêem qualquer tentativa de desembarcar em solo abadonense como loucura, e que tesouro nenhum vale o risco de deparar-se com um dragão. Outros afirmam que “a fortuna favorece aos destemidos” e Verrogar nunca seria a potência de hoje, caso os ancestrais verrogaris não corressem grandes riscos e perseverado muito.
Alguns afirmam que esse desembarque nas terras de Abadom tem como real objetivo pressionar o então Kaliaf da Levânia, Moham, a manter seus possíveis planos de invasão ao ocidente verrogari para um futuro muito, muito distante. Em verdade, vem crescendo assustadoramente o número de ataques de tribos nômades à porção oeste do reino, e tanto Attos II quanto Idor Maximus, parecem estar vendo uma tentativa de invasão disfarçada de ataques esporádicos sem maior significância. O monarca e seu tutor acreditam que essas investidas servem para testar as falhas no sistema defensivo verrogari, antes de se lançar uma invasão em massa.
Recentemente, boatos afirmam que o serviço de espiões verrogaris interceptou uma correspondência secreta entre Dantsem e Marana, cujos documentos deixavam bem claro Dantsem estar sigilosamente recebendo ajuda de Marana com o intuito de resistir ao cerco verrogari. É claro que, em tempos de guerra, esse tipo de solidariedade é tido como um ato de traição, e alguns afirmam que Attos II já redirecionou suas tropas para as fronteiras maranenses, a fim de dar uma bela demonstração da força e superioridade verrogari, no melhor estilo “o amigo do meu inimigo é meu inimigo!”. Dizem que a qualquer momento a guerra pode explodir, e os mais afeitos a uma boa trama, afirmam que o monarca já corteja o trono de Marana.
Algumas intrigas mais caseiras atestam o fato do monarca Attos II já começar a desagradar por demais seu tutor, Idor Maximus, o qual já trama uma forma de perder o jovem monarca. Para isto, Idor teria de se livrar também do conselheiro real, Rens de Alicante, e da Arquiduquesa Maraila. Dizem alguns que os espiões de Idor descobriram o amor secreto de Maraila pelo Sumo Sacerdote de Blator, Mahad Saturk. Assim, Idor vai se valer desse fato para jogar Attos II contra sua prima (Idor, como todos os mais próximos ao rei, sabem de seu amor por Maraila). Certamente Rens se posicionará totalmente contra o monarca, e Attos II tomado pelo ódio permitirá a Idor finalmente livrar-se dele, e assim, numa jogada só, livrar-se das três pessoas mais importantes do reino em seu caminho ao trono verrogari, Rens, Maraila e o próprio Attos II, que morreria de desgosto, ou seria facilmente destronado após tamanho escândalo. Seus herdeiros seriam friamente assassinados, e a rainha sabiamente aconselhada a voltar para Marana. Dizem que, para tal manobra, Idor conta com a total cumplicidade de Paltus Valom, que assumiria a cadeira real de Conselheiro-Mor, bem como um título de Arquiduque e as terras a oeste do reino; de Vergidius Avius, que assumiria o posto de general máximo das tropas verrogaris, um título de Visconde, e as terras mais ao norte; e de Dimitri Turrim, Sumo Sacerdote de Crezir, que vê na anulação de seu rival Mahad Saturk, e o eterno agradecimento da coroa, um ótimo negócio para a fé da deusa da guerra, que mais que rapidamente se tornaria à religião oficial do reino.
Principais Cidades e Locais de Interesse
Treva
Fontenova
Sula
Lutrúcia
Crássia
Seviala
Aberdim
Floresta Finlaril
Personagens mais conhecidos
Rei Attos II, O Destemido
Rainha Pérola, A Bela
Idor Maximus, O Grande
Paltus Valom, O Estrategista
Verdigius Avios
Arquiduquesa Maraila, A Donzela de Aço
Rens Alicante, O sábio
Endus Hafild, O Brusco
Verbetes que fazem referência
Geografia do Mundo Conhecido,
Livro dos Reinos
Verbetes relacionados
Cronologia dos Reinos do Mundo Conhecido |
Levânia |
Ludgrim |
Eredra |
Verrogar |
Dantsem |
Marana |
Luna |
Portis |
Âmiem |
Abadom |
Acordo |
Plana |
Filanti |
Conti |
Azanti |
Calco |
Cidades-Estado |
Porto Livre |
Prólogo |
Epílogo |
Créditos