Dizem os anões que durante o momento em que a Lua se encontra a 90º em relação ao Sol, formando uma quadratura, e sendo chamada de lua minguante, aqui conhecida como Lua de Mon, enquanto ela caminha para sua fase nova, que os sete dias após o início da Lua de Mon são favoráveis ao planejamento de atividades e empreendimentos, acordos comerciais, à conclusão de trabalhos inacabados, à solução criativa de problemas ligados ao passado e ao início de tratamentos da saúde. Bem como na fase em que ela se torna lua nova, aqui chamada de “Lua de Parom”, é favorável a iniciação de jovens na arte da mineração, do início de uma nova mina, a descoberta de novos veios de metal e de ataques bem sucedidos contra as criaturas de Abadom, que infestam o outro lado das Cordilheiras.
Os humanos, que geralmente vivem nas vilas ribeirinhas, e em cidades no litoral de Acordo, na área conhecida como “Crescente de Ganis”, que se estende do nordeste a norte, seguindo a noroeste, indo a oeste, e por fim descendo a sudoeste, na área compreendida entre o Rio Norte, e o Rio Sul, são em sua maioria comerciantes, fazendeiros ou agricultores. Geralmente cultuam Maira Mon, praticamente pelo mesmo motivo dos anões, sua gratidão pela generosa porção de minérios encontrados em toda a extensão da Cordilheira de Sotopor. Há também um culto muito forte a Ganis, Quiris e Liris em praticamente todas as vilas ribeirinhas e cidades litorâneas, e Cambu pela forte influência do comércio em todas as áreas do reino, principalmente na Capital Porto Áureo.
Os humanos assim como os anões partilham das mesmas idéias supersticiosas, porém para os humanos, é a lua crescente que importa, sendo chamada de “Lua de Ganis”, por toda a região do “Crescente de Ganis”, dizem que é favorável a novas expedições marítimas, a pesca, a iniciação náutica de novos marujos, bem como ao lançamento de novas embarcações, sendo levada a sério por todas as vilas ribeirinhas e cidades litorâneas. E finalmente em relação à lua cheia, conhecida em todo o reino como “Lua de Cambu”, seriamente credita por todo o reino, e principalmente nas maiores cidades comerciarias, dizem que nos sete dias que precedem seu nascer, é de bom agouro deixar uma moeda de prata a sua luz, que ela lhe trará boa fortuna e negócios prósperos, e ainda é capaz de trazer boa sorte pelo resto do mês, até a época do nascimento de uma nova “Lua de Cambu“. Diferente das demais lendas sobre a lua cheia, a maioria de mau agouro, em Acordo ela é tida como a lua dos comerciantes e da boa sorte, também sendo a época ideal para se pagar impostos e dívidas.
Elfos, Meio-Elfos e Pequeninos geralmente são encontrados de passagem, principalmente em Porto Aureo, sendo dificilmente vistos no interior ou na região da “Minguante de Mon”.
Os deuses menos cultuados em todo o reino são Plandis e Crezir, e pessoas que adorem esses deuses não são muito bem vistas pela população, embora não haja hostilidades diretas, e sim, mais um sentimento de mal-estar. Não se tem notícia de adoradores da Seita, e ao menor indicio, casos são estabelecidos e investigações feitas, o povo com sua aversão natural a estranhos, e grande suspeita de qualquer coisa fora do comum, tem ajudado e muito a manter o reino livre dessa peste.
Rumores e Intrigas
O povo de Acordo é muito desconfiado, e possui uma grande aversão a estranhos, dizem os boatos que seguidores de Plandis e Crezir, além de não serem bem-vindos, costumam sumir nas muitas trilhas que levam aos vários vilarejos, será verdade mesmo ou só boatos?
Falam que a magia em Acordo é tratada com praticidade. Magos ganham “status” pelo uso prático da magia na resolução de problemas do cotidiano. Usar a magia de forma diferente é considerado, no mínimo, mal-educado e inoportuno. Como descendentes de Abadom, os mais antigos entre os anões conheceram o poder da magia bem de perto, por isso não vêem com bons olhos o uso medíocre deste poder ou do título de mago daqueles que o possuem.
Um dono de uma taverna em Porto Áureo diz que certa vez um aventureiro lhe trouxe, como pagamento por uma noite, um diamante do tamanho de uma maçã. Dizia o aventureiro que ele tinha conseguido em uma caverna que dava para uma cidade subterrânea, onde viviam várias criaturas. Infelizmente esse diamante sumiu, junto com seu dono no outro dia. Outra história, contada por esse taverneiro, é a de que existe uma criatura que é meio homem, meio lagarto, e que eles vivem em comunidade nos vales que ficam dentro da Cordilheira de Sotopor. Outras dizem que lá sobre as cordilheiras viveu uma civilização muito antiga, que foi extinta com a chegada dos dragões, e que uma grande cidade cheia de maravilhas, hoje desabitada, está esperando para ser descoberta.
Existem outras histórias, falando sobre o litoral oeste, e por que ele é quente, mas se você quiser saber, dê um pulo em Porto Áureo e pergunte ao taverneiro Tarik Olhos de Tubarão, ele pode falar a você de outras coisas...
As historias de Tarik, não são as únicas contadas nas varias tavernas, que ficam nas cidades portuárias, por lá dizem muito sobre antigos tesouros perdidos nas montanhas, e sobre cidades proibidas e secretas, encontradas dentro de cavernas imensas, e não bastasse isso há muitos rumores sobre veios de metal mágico, capazes de forjar armas sem igual. Tudo isso acaba atraindo muitos aventureiros incautos, que acabam servindo de refeição nas garras das criaturas mortais que habitam a Cordilheira Sotopor.
Dizem por ai também, que ambos os reis não passam de marionetes, para a figura do “Conselho Real Misto”, e que embora reze a lenda de que o povo tem forte poder opinativo sobre as decisões, que quando estas saem, só cabe ao povo aceitar, pela força dos grandes comerciantes e nobres, que podem da noite pro dia taxar imensamente os carregamentos de minério, tornando o povo pobre e dependente, se assim quiserem.
A pena de morte existe, mas é quase um fenômeno quando ela acontece. Só um grande crime aconteceu e teve esse veredicto em todo o reino para ser levado à Corte Suprema: o caso da fera negra. Hoje o corpo do homem acusado pelos crimes, Nemom Mordecai, está sepultado separadamente dos corpos de cidadãos normais no cemitério de Porto Áureo. Guardado dia e noite numa cripta fechada e vigiada por dois guardas o tempo inteiro. Porém correm boatos de que o verdadeiro culpado não foi pego, e sim um pequeno comerciante que nada tinha a ver com os crimes, por isso lhe deram a pena de morte, pra evitar que ele falasse mais. Dizem que a verdadeira Fera Negra pode ser um nobre ou grande comerciante de grande status entre as autoridades, e por isso o caso foi abafado. Mas as mortes recomeçaram em outra cidade, será o retorno da Fera Negra?
Os pequenos vilarejos do sul têm sido alvo constante de ataques arrasadores por parte das criaturas de Abadom e da Cordilheira de Sotopor, e as autoridades nada estão fazendo, o povo clama por ajuda, mas quando esta chega já não há mais nada a ser feito, correm rumores de que isso seria um pacto, feito há muito tempo atrás, da época da fundação de Acordo, e que o próprio nome de Acordo, seria baseado, não no acordo entre humanos e anões, mas sim, o dos nobres com feras de extremo poder que vivem nas proximidades do sul, na Cordilheira de Sotopor, que de tempos em tempos, grandes sacrifícios seriam oferecidos, para que as poucas vilas extratoras de minério fossem deixadas em paz, e por isso há o grande encorajamento de que o povo situe vilarejos ao sul, se isto for verdade, que tipo de pacto foi feito e com quem?
Muitos também comentam sobre a recente corrida da Levânia para tentar se tornar uma grande exportadora de minério, e de que isto não passaria de um blefe engendrado por grandes nobres de Acordo, num pacto secreto com nobres da Levânia, para elevar as taxas sobre exportação de Acordo para os outros paises, e dentro do próprio reino, como um método de lucrar mais e mais.
Todos sabem que na Cordilheira de Sotopor, existem criaturas terríveis, mas ao que parece, poucos saberiam da existência de um povo, meio réptil, que ali existiria a muitos séculos, e que teria sido dizimado ou escravizado pelos dragões, ou pior, que estes seriam servos dos dragões, esperando seus mestres por gerações, e agora estariam apenas aguardando novas ordens dos dragões, para o que ninguém sabe, mas é obvio que o que quer que seja bom pra eles será péssimo para o resto do reino, e quem sabe do mundo.
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