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“Viver na Levânia é como viver sob as areias de um grande mistério ancestral e perigoso. Isso faz com que a vida lá nunca seja uma experiência entediante."
Alvim Maltarabi, Guia do Deserto de Blirga.
A Levânia é limitada ao norte por Abadom, a oeste pelo mar, a leste por Verrogar e Âmiem e ao sul por Ludgrim sendo sua fronteira natural o rio Aurim. Um reino que possui em sua maioria clima árido, semi-árido e desértico. O sul e o leste, próximo a Âmiem, porém, possuem um clima mais ameno, com pradarias e savanas. O sul ainda é banhado pelo rio Aurim, o que favorece muito a agricultura, sendo sua margem norte muito fértil.
Este foi um reino que estruturou suas fronteiras devido ao deserto. Muito na antiguidade outros povos não desejavam viver lá, devido ao clima árido e à dificuldade de sobrevivência. Por conseguinte, não viam vantagens naquele terreno. Isso, aliado ao fato do povo levaniense ter uma cultura muito diferente do resto do mundo, levou a manter as fronteiras como elas são conhecidas hoje, sem ter problemas com invasões. O “reino“ que lá se estruturou se dividiu ao longo do tempo em três grandes tribos, ou Kaliafís, como o povo da Levânia se vê e chama suas descendências. De todas as cidades da Levânia, só Sadom possui uma ascendência anterior ao Grande Sábio.
A cultura levaniense difere um pouco da cultura geral do Mundo Conhecido. Ao que parece, sua origem se deu no fim do Segundo Ciclo e início do Terceiro Ciclo, sendo que Sadom, sua capital, foi fundada em 180D.C., e a partir de 420D.C. ocorreu os primeiros contatos com outros reinos e povos da região, como Abadom e Verrogar e o grande reino da Moldânia. A Levânia respondeu de forma agressiva a investida dos Moldas rejeitando qualquer laço de amizade e anunciando a superioridade dos levas, em reação a idéia de união com o império da Moldânia. Ela se preparou centenas de anos para uma guerra que nunca veio, por parte da Moldânia.
Porém, em 1110 D.C., o clã sulista conhecido como Bankdi já dominava, através de casamentos entre as cortes de diferentes cidades, a maior parte do território da Levânia - menos Sadom, governada pelo mesmo clã que fundou a cidade. O líder dos Bankdis, Alevos, retirou-se para o deserto de Blirga e lá orou para o deus da guerra e da fúria quando, dizem as lendas, uma tempestade de areia o levou a região do Campo Branco, o deserto de ossos no centro de Blirga. Lá, perseguido por uma voz em sua mente, passou duas semanas desaparecido quando então, nas margens do Aurim, surgiu garantindo a vitória dos Bankdis. A conquista da Levânia não poderia ser certa sem a conquista de Sadom, a maior das cidades. Em 1135 D.C. eles conquistam Sadom e a ditadura Bankdi foi instalada na região.
Em 1140 D.C. Ras'Zoul, filho de Alevos, se tornou o Imperador e os Bankdis formam a grande tropa de elite, o clã central. Ele convoca os cerca de vinte mil levas ligados ao clã sulista dos Bankdis para assinarem em conjunto o Pacto dos Bankdis, no qual vendiam suas almas ao poder que os levou à vitória contra Sadom. Iniciou-se então o expurgo de divindades dos sacerdotes, sendo eles queimados vivos nas praças das maiores cidades. Assim, nesse conturbado cenário político e situação de caos, surgiu o que viria a ser o maior flagelo de todo o Mundo Conhecido, a Seita.
Os Bankdis passaram a espalhar sua “nova” crença e começaram por desestabilizar as outras nações, causando discórdias, levando a palavra da Seita e preparando a chegada das forças que se mantinham nas sombras... Ao sul, o avanço dos Bankdis controlando exércitos de monstros e bárbaros do Sul Selvagem, iniciou o período conhecido como A Fúria do Sul, quando as populações do que são hoje Ludgrim e Eredra, foram surpreendidas pelo ataque e caíram vitimas da escravidão e da fome. Os Bankdis se aproximaram dos humanos escravizados neste momento, convocando-os a lutarem contra os deuses que lhes haviam causado tamanho sofrimento.
Em 1200 D.C., os Bankdis já dominavam grande parte dos humanos sulistas, incitando-os ao ódio contra elfos e “mestiços” (meio-elfos). Neste ano os Bankdis conseguiram pedaços da Pedra Negra, elemento necessário para a invocação dos 13 Portões Antigos... E deles surgiram milhares e milhares de seres demoníacos, liderados por criaturas que se autodenominavam Os Senhores Infernais, os treze príncipes do Inferno. Os Bankdis passaram a formar a corte dessas criaturas.
Pouco a pouco os demonistas foram expandindo o reino da Levânia para o norte, tomando Abadom, e posteriormente penetrando nos domínios da Moldânia Superior. Assim se passaram 170 anos, de guerras localizadas nas fronteiras e muita destruição no resto do mundo. Porém tudo mudou em 1390 D.C... Os Senhores Infernais se preparavam para invadir pessoalmente a última cidade resistente, quando surgiu no horizonte uma figura solitária emanando uma aura de esperança e paz sobre o mundo. Saravossa reanimada consegue impedir a vitória dos demônios. Finalmente em 1405 o Grande Sábio concebeu feitiços poderosos que enviou os Senhores de volta para o Inferno, juntamente com muitos seguidores da Seita. Sem as forças infernais os Bankdis caem no norte e a Levânia vai recuando rapidamente à suas fronteiras originais.
Em 1407 os Bankdis são derrotados dentro de seu próprio território, terminando assim com o domínio da Seita. Um ano após a derrota a Levânia se integra a grande coalizão dos reinos, mas em 1450 D.C., com a morte da figura principal da Unificação, o projeto perdeu a sua continuidade quando, um a um, os reinos foram se desligando de Saravossa e retomando as suas autonomias, assim a Levânia sai das trevas da Seita para se reerguerem como um grande reino novamente, que mesmo com sua diferença cultural, logo se adaptou ao Mundo atual, ainda que mantendo seu forte senso de individualismo e descendência.
Retornando a sua organização antiga, agora as três capitais das Kaliafís possuem mais poder devido à importância social de cada uma. Sadom é um centro de comércio marítimo muito importante, todas as rotas marítimas da costa oeste do Mundo Conhecido passam por ela, além de ser a cidade mais antiga da Levânia e onde reside o Grande Kaliaf senhor de toda Levânia.
Muitas cidades são denominadas cidades irmãs, pelo fato dos Kaliafís das capitais serem casados com a filha ou irmã dos senhores líderes dessas cidades, assim, Rokor é a cidade irmã de Sadom.
Governo
O governo é a monarquia. Mas na verdade, existem três grandes tribos, as Kaliafís, e várias pequenas tribos, unidas por graus de parentesco diversos, além das tribos nômades, onde o governo é baseado no patriarcado. Essas tribos costumam ser bem descentralizadas, tanto que em algumas delas o poder efetivo do rei - chamado na Levânia de Grande Kaliaf, O Líder de todas as Tribos - se resume à capital, mesmo que seus “vassalos” ainda devam “obediência” a ele. As tribos nômades, às vezes, delimitam um território e criam um novo “reino”. Esses “reinos” nômades duram, em sua maior parte, até o falecimento do pretenso monarca-patriarca. Em outros casos, o patriarca é denominado como líder, mais pela sua idade e experiência do que pelo seu poder político. É invejável o fato de algumas dessas tribos conseguirem lembrar de suas gerações de alguns séculos atrás.
Assim existem três Grandes Kaliafís na Levânia: A Kaliafís da Moncuria, ao norte, cuja capital é Sadom e faz fronteira com Abadom ao norte e com o rio Brual ao sul; A Kaliafís de Brual, ao centro, cuja capital é Ingru, e faz fronteira ao norte pelo rio Brual e a leste com Verrogar e Dartel; e A Kaliafís de Blirga, ao sul, cuja capital Sika, é banhada pela margem do rio Aurim e faz divisa com Verrogar, Ludgrim e Âmiem, tendo o Campo Branco ao norte como fronteira com a Tribo de Brual.
A justiça nos “reinos” funciona de forma semelhante, sendo sua severidade o grande diferencial dos demais reinos do mundo. Os Kaliaf possuem um exército que funciona como guarda dentro e fora dos limites de suas cidades. Quase todos os casos são resolvidos pelos capitães da guarda e depois encaminhados para o Conselheiro da Justiça. Os transgressores são julgados em praça pública, por aclamação popular e na frente do comandante da guarda real (no caso de cidades-menores), conselheiro da justiça (no caso das capitais), ou, no caso de festividades, pelo próprio Kaliaf.
Em Sadom, as penalidades seguem um meio mais justo, já que o Grande Kaliaf Moham viveu sua juventude em Calco. Lá foi inventada a prisão-sem-muros, isto é, um tipo de pena em que o condenado pode trabalhar normalmente, mas não pode se ausentar nem afastar-se do reino, devendo apresentar-se continuamente à guarda da cidade. Em Ingru, os transgressores da lei são na maioria das vezes penalizados com multas e, no máximo, vendidos como escravos. Já em Sika a violência das penalidades é notória: decepação de mãos, marcação a ferro quente, tortura, chicotadas em praça pública, flagelações, enforcamentos e, mais recentemente são comuns os empalhamentos e a exposição dos corpos após a morte.
Outro fator a se notar no geral, é a anistia a certos presos em momentos de festividade no reino ou determinação real direta. Isso não ocorre regularmente e fica por conta dos Kaliaf fazê-lo.
Os magos e a magia são muito difíceis de encontrar na Levânia. A prática de magia não é bem vista pela população da Levânia, sendo encarada como coisa profana e conhecimento proibido. Isso se deve ao fato de, na história levaniense e nas lendas daquele povo, a magia e os magos sempre andarem de braços dados com os demônios e seu fim sempre ser a destruição de suas cidades, cobertas subitamente pelas areias do deserto, como uma punição divina. Milagres e poderes vindos dos deuses são considerados coisas divinas e como em toda Tagmar, são aceitos, mas de forma geral sempre há uma grande apreensão pelo seu uso.
História Recente
A Levânia, em sua totalidade, mantém uma boa relação com os reinos, mesmo que as rotas terrestres sejam muito difíceis. Plana tem acelerado o comércio com a Levânia, atrás de seu artesanato ímpar em Tagmar, que trás um lucro fenomenal para os comerciantes planenses (as rotas marítimas vindas do Leste e do Norte são consideradas perigosas pelos navegantes de Tagmar, pois passam perto de Abadom ou muito longe da Costa, caso eles queiram se afastar desse país).
Calco já mantém relações diplomáticas estreitas com Sadom, mas Ingru e Sika ainda têm ligações diplomáticas muito restritas (pela distância, no caso de Ingru ou pela diferença de ideais políticos, no caso de Sika). Verrogar mantêm comércio irrestrito com Sika, dessa forma, mantendo ligações comerciais indiretas com os outros reinos da Levânia. Beruni mantém ótimas relações com Âmiem e Ludgrim, o que tem causado certa repulsa política por parte de Sika. Portis mantêm uma embaixada em Rokor, com a finalidade de, num futuro não muito distante, montar expedições para Abadom e para o Sul do Mundo.
Apesar disso, a cultura levaniense tem seus méritos, pois é lá que existe o maior número de dialetos do Malês, alguns deles bem diferentes da língua raiz.
Existe uma tendência muito grande à unificação dessas Kaliafís maiores, já que existem laços de parentesco bem definidos entre os três líderes de cada uma. Cada vez mais acordos são feitos e não existem mais taxas alfandegárias no transporte de mercadorias entre essas grandes tribos. Provavelmente, após a passagem do Grande Kaliaf de Sadom e senhor da Levânia, Moham, O Alto Iluminado e Grandioso, o mais velho dos três, o poder passe às mãos de Baruk, Kaliaf de Sika, já que não existem herdeiros vivos de Moham. O menos provável é a ascensão do Kaliaf de Ingru, Olamar, ao trono das tribos unidas. Apesar do reino de Olamar estar bem estruturado (por apresentar menos problemas sociais em relação aos outros dois), ele tem a fama de ser um líder ausente, deixando todas as decisões importantes nas mãos de seu Conselheiro da Justiça, Jalil, que, por acaso, é casado com a irmã de Baruk.
Realmente, os maiores esforços para a unificação vêm do reino de Sika. Esses esforços são muito suspeitos, já que existe uma grande ligação entre Sika e Verrogar. Inclusive a ideologia de exclusão racial, que assola Verrogar, tem se expandido pelo povo do reino, juntamente com as idéias belicosas de Blator e seus filhos. O grande medo dos povos do Mundo está na possibilidade do poder cair nas mãos de Baruk, e ele declare guerra à Ludgrim, o que poria em risco a paz na região meridional de Tagmar, pois seria o estopim para uma grande guerra.
O Povo da Levânia
Seu povo é formado, quase na sua totalidade, por humanos descendentes das três grandes tribos que se juntaram na formação da Levânia, sendo seu passado e história muito importantes para esse povo, ainda que muito de sua história tenha se perdido durante a dominação da Seita e conseqüentes guerras, sobrando apenas a história oral do povo levaniense.
Os deuses mais cultuados em Sadom são Ganis, Maira e Parom (o culto a esses dois últimos cresceu muito após as calamidades em Abadom). Em Sika, existem templos grandes de Blator e de seus filhos (Crezir está em franca ascensão junto à população de Sika). Já em Ingru, os deuses que possuem mais templos são Sevides, Maira e Selimom, particularmente o Kaliaf Olamar mantêm um templo dedicado a Lena em seu castelo.
Rumores e Intrigas
O povo da Levânia é conhecido também pelas suas lendas e superstições. Uma delas, diz que onde hoje é o Campo Branco, era, na verdade, uma grande cidade na época do Segundo Ciclo. Esta cidade teria sido destruída e estaria agora sob o deserto branco que lá existe. Dizem que tesouros inimagináveis estariam guardados lá e magias poderosíssimas também. Há boatos até sobre o próprio povo: dizem que eles chegaram ao mundo pelo mar. Os primeiros deles viajavam pelo mar, mas Ganis quis matá-los. Blator, sabendo que aquele era um povo guerreiro, salvou-os, mandando-os para Sadom (eles chamam a si mesmos de “povo de Sadom”, que quer dizer “porto seguro”).
Os boatos sobre um possível golpe de Baruk, tomando de assalto toda a Levânia começam a levantar suspeitas. Ele já mantém acordos e aliados em vários reinos. A cidade de Altarape está sendo reconstruída com o dinheiro de Sika. Uma das obras mais importantes é o porto de Ingru, em pleno andamento. Dizem que dessa forma ele pretende ter uma saída para o mar, justamente como Verrogar desejava.
Existem também boatos sobre o filho de Moham, Angrim, que desapareceu quando criança em um navio de passageiros para Calco, onde começaria seus estudos. Dizem que ele está vivo e logo voltará para liderar todo o Reino Unificado da Levânia.
Fala-se que o poder da magia em Levânia gerou uma linhagem de nobres, os vizires. Esses magos centralizaram o conhecimento mágico de tal forma que, somente sendo de uma linhagem de aprendizes, pode-se usar magia dentro da Levânia. Em alguns casos, esse conhecimento transforma-se em poder, o que faz com que alguns vizires possam controlar uma cidade através de sua influência política (como no caso de Altarape, a cidade magnífica). Em todo o reino existe um único Grão-vizir, que é o braço direito do Grande Kaliaf, e responsável pela fiscalização da magia no reino todo, bem como sua utilização. Somente aqueles que tiverem a autorização de um vizir do reino poderão usar magia. Qualquer uso dela sem permissão é considerado crime. Vejam que o Grão-vizir, bem como os demais vizires, só tem poder sobre magos e suas magias e é claro que eles não se atrevem a interferir nas coisas divinas. Dizem que somente o Grão-vizir demais vizires e alguns aprendizes mais ligados a eles, usam magias de forma aberta na Levânia, também, como explicado antes, pelo seu poder político.
Principais Cidades e Locais de Interesse
Sadom
Rokor
Ingru
Dameste
Sika
Beruni
Altarape
Montes Moncurianos
Deserto de Blirga
Campo Branco
Personagens mais conhecidos
O Grande Kaliaf de Sadom, Moham O Alto Iluminado e Grandioso
Grão-vizir, Mardeil Narmamuk
Kaliaf de Ingru, Olamar
Conselheiro da Justiça de Ingru, Jalil Abemerim
Kaliaf de Sika, Baruk
Vizir de Altarape, Sarrimede Daruim
Verbetes que fazem referência
Geografia do Mundo Conhecido,
Livro dos Reinos
Verbetes relacionados
Cronologia dos Reinos do Mundo Conhecido |
Levânia |
Ludgrim |
Eredra |
Verrogar |
Dantsem |
Marana |
Luna |
Portis |
Âmiem |
Abadom |
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Plana |
Filanti |
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