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Criado por flores
- Como estamos essa noite, verme? - bradou o capitão.
- Mar calmo, senhor! - gritou a todo fôlego um dos marujos, do alto da vigia no mastro central. Ele era velho e tinha um olho vazado, mas o outro era arguto e perspicaz.
- Mantenham os olhos bem abertos cabeças de bagre! O Mar de Sargaços não é para peixes de água doce.
- Pois ainda não vi nada demais - murmurou o outro pirata na vigia, era um sujeitinho magro, espigado e com cara de patife. Falou baixo o suficiente para passar despercebido pelo mais velho. - Qualquer filhote de leão marinho faria essa rota, mesmo que fosse cego, ou meio cego - completou olhando o outro de soslaio.
- Pelos cabelos de Ganis! - gemeu o primeiro pirata apontando para a monstruosidade que despontou no mar a frente do navio.
- O que é aquilo?! - berrou o que tinha cara de patife.
- Aquilo, cabeça de bagre, é um Caríbdis; é o fim de todos nós… - lamentou o velho.
Quando os deuses usaram a essência dos titãs para criar Tagmar o mundo material explodiu de vida e maravilhas incríveis. Praticamente todas essas maravilhas se perderam através das eras, mas uma pode ter persistido.
Caríbdis são criaturas imensas com corpo alongado, de couro mole, espesso e liso, azul escuro e com o formato de uma enguia. A enorme cabeça da criatura, semelhante a uma verme sem olhos, possui patas que lembram as de um crustáceo, protegidas por uma espessa armadura queratinosa, tufos de pelo hirsutos e espinhos feito navalhas. Usadas para prender-se às rochas ou se projetar para fora d'água. A característica mais marcante desse monstro, no entanto, é a enorme boca. Coroada com centenas de enormes dentes serrados, a bocarra dessa terrível monstruosidade pode abrir-se até praticamente o diâmetro do próprio corpo. E dali emergem inúmeros tentáculos pegajosos, flexíveis e muito longos que ela usa para esmagar e agarrar as presas.
Caríbdis possuem tamanho extremamente variáveis. Os mais comuns estão em torno dos 15 metros com diâmetro de até 80 centímetros. Esses animais são extremamente vorazes nunca estando satisfeitos ou saciados, no entanto, dificilmente atacam presas que pareçam capazes de se defender. Preferem sempre animais muito menores que de preferência possam ser engolidos num único ataque. O mais comum é que ataquem cardumes de sardinhas em alto mar. Mergulham em grande velocidade com a bocarra aberta. E engolem o maior número de peixes que conseguirem. Outra estratégia da fera consiste em ficar estirada em posição "de pé" sob a água. Nessa posição o Caríbdis abre sua boca e cria um poderoso redemoinho na superfície que arrasta peixes e outros animais marinhos para dentro do fosso mortal que torna-se sua garganta. Quando encontradas com esse tamanho tais feras não passam de um inconveniente para barcos pesqueiros. Visto que as vezes são pegas nas redes ou armadilhas para cardumes e acabam rasgando-as com facilidade e pondo em prejuízo a atividade dos pescadores. Alguns acidentes ocorrem quando são arrastadas a bordo e acabam confrontando homens embarcados. Entretanto, quis Ganis que existam Caríbdis maiores. Muito maiores.
Essas feras podem ser encontradas em praticamente qualquer do oceanos de Tagmar. Sempre em águas profundas. Mas no Mar de Sargaços é onde são mais comuns. Ali também é onde foram encontradas as maiores. A maior catalogada e capturada possuía espetaculares 50 metros de comprimento e diâmetro de 2,5 metros. Mas os relatos falam de monstruosidades com uma bocarra de 25 metros, dentes do tamanho de um homem e tentáculos grossos como um mastro de vela, além de um corpo absolutamente descomunal. Um Caríbdis desse tamanho seria tão voraz e insaciável que tornar-se-ia incapaz de controlar sua fome abissal existindo apenas para devorar tudo e todos que encontrasse pela frente. Apesar de manter o instinto de não atacar criaturas que possam defender-se, uma fera desse tamanho dificilmente encontraria algo que lhe fosse ameaça. Ainda mais que existem os que garantem ter visto criaturas ainda maiores! Piratas e outros marinheiros falam de navios que foram engolidos inteiros num único ataque.
Caríbdis abissais, como são chamados, são raros nos oceanos de Tagmar (exceto no Mar de Sargaços, se você crê nas lendas, e em certos locais nas Ilhas Independentes). Tais criaturas poderiam criar redemoinhos capazes de arrastar até caravelas e grandes naus e entre os tritões conta-se de caçadores que entraram em cavernas colossais que, na verdade, eram Caríbdis entre as rochas dos abismos.
Não se conhece nada sobre os hábitos de reprodução ou acasalamento desses monstros. Além do fato que parecem existir simplesmente para devorar tudo que existe, o restante repousa em lendas e mitos. Inclusive a sua criação. Sobre isso, conta-se que o primeiro Caríbdis foi criado por Ganis a partir da essência primordial de um Titã Primeiro para ser esposa de seu irmão (...). Mas depois de vê-los juntos teve ciúmes então transformou a bela ninfa no bizarro Caríbdis e a aprisionou num profundo abismo marinho. Essa criatura, se existe, teria dado origem a todos os Caríbdis. A partir dessa lenda surgiram outros mitos tais como: que os Caríbdis Abissais são, de fato, inteligentes e, quando saciados em sua fome mordaz, tornam-se amigáveis, sábios e fontes de conhecimento inesgotável sobre os oceanos e sua geografia, infelizmente esse momento de lucidez duraria apenas alguns minutos o tempo de responder poucas perguntas sobre tesouros escondidos, ilhas misteriosas ou histórias sobre a origem do mundo. Outros creem que no coração de cada Caríbdis Abissal existe uma ninfa solitária à procura de um esposo para si e que os homens e tritões devorados vivos são postos à prova por ela e, se achados adequados, terão uma vida eterna de confinamento, riquezas e prazeres no interior da fera. Conta-se também sobre feras realmente enormes que abrigam ate cidades em seu interior. Por fim, há os que creem que o próprio Mar de Sargaços é formado pela fome devoradora da Grande Mãe Caríbdis e que tudo que naufraga ali acaba no interior dessa fera que, se pudesse, devoraria a própria Ganis.
Caríbdis não tem valor para piratas ou pescadores. A carne tem sabor horrível, amargo e travoso, impossível de digerir. Os dentes servem para adorno mas não valem o trabalho de caçar esse monstro em mar aberto. Já os Caríbdis Abissais são perigosos e poderosos demais para serem caçados. Além disso, muitos nem creem em sua existência. Mas, aos que almejam tal aventura, os piratas dizem: "melhor tentar a sorte com um dragão, meu amigo!" Mesmo assim, vez por outra, surgem magos ou estudiosos suficientemente extravagantes que desejam financiar tais empreitadas, seja para por à prova as lendas, seja em busca de conhecimento ou de matéria prima para rituais arcanos estranhos e perdidos.
Entre os tritões, por outro lado, acredita-se que Caríbdis Abissais guardam riquezas indiziveis em seu interior. Fruto dos muitos que foram devorados ao longo de suas vidas teoricamente eternas.
Enfrentar esses monstros não é nada fácil, mas alguns podem tentar. Para esses incautos aventureiros deixamos as seguintes linhas gerais. A dificuldade inicia logo em encontrar a fera. Elas são raras, não deixam vestígio de sua passagem e são mais velozes que qualquer barco de Tagmar. Prender ou dominar um Caríbdis seria uma tarefa digna de semi deuses. Quando encontrado em alto mar o Caríbdis Abissal estará, provavelmente, no centro de um redemoinho para o qual atrairá o barco dos caçadores, ou vítimas. A criatura tentará por vários minutos fazer a embarcação ir à pique. Caso o homem no timão seja realmente habilidoso para impedir o naufrágio no meio das águas turbulentas a fera vai tentar emergir sob o barco para prender a embarcação entre seus dentes e atacará com seus tentáculos procurando agarrar, quebrar e engolir tudo que consiga, inclusive os marujos. Quanto maior for a fera maior será o dano causado ao barco e mais fortes e numerosos serão seus tentáculos. Nesse momento, o monstro não pode "ver" os inimigos então seus tentáculos atacarão e agarrarão aleatoriamente pessoas e objetos que estejam no barco. Qualquer coisa agarrada será espremida e arrastada para a boca da criatura onde será prontamente devorada. Se o barco puder resistir por alguns minutos, mas ainda for uma presa interessante, o Caríbdis vai finalmente usar suas patas para prender-se ao casco e projetar sua cabeça fora d'água. Passará então a atacar com mordidas imensas para destruir a nau e com seus tentáculos, em maior número dessa vez, para eliminar a oposição. Com a cabeça fora d'água o Caríbdis pode usar seus tentáculos para atacar e agarrar diretamente e conscientemente marujos e outras ameaças. Se o Caríbdis tiver metade de seus tentáculos destruídos ele vai provavelmente abandonar a presa e fugir (começam os testes de moral).
Matar um Caríbdis parece impossível. A quantidade enorme de dano necessário para isso põe a tarefa nas mãos de magos ou sacerdotes realmente poderosos. Tritões garantem que é possível matar o monstro de "dentro pra fora". Para tal seria preciso deixar-se abocanhar pela fera e realizar várias ações difíceis para atravessar a muralha de dentes serrados, sem morrer no processo, até o palato mole do monstro. Uma vez ali, teoricamente, uma lança suficientemente grande poderia atravessar as carnes do monstro sem muita dificuldade até o seu cérebro... teoricamente.
Apesar disso tudo existe um certo número de lendas que falam de magias, itens mágicos ou milagres capazes de invocar, dominar ou destruir essas criaturas. E muitos já perderam as vidas procurando essas maravilhas ou colocando-as à prova.
Tipo de Criatura
Animais Gigantes
Ambientação
Reinos / Terras Selvagens / O Império / Ilhas Independentes
Organização e Habitat
Solitário / Oceanos
Habilidades / Técnicas de Combate
- Menor: Ações Furtivas(5), Natação(14) / Bote(5), Carga(9), Resistência à Dor(9)
- Maior: Ações Furtivas(6), Natação(16) / Bote(10), Carga(16), Resistência à Dor(16)
- Abissal Tipo I: Ações Furtivas(6), Natação(17) / Bote(20), Carga(28), Resistência à Dor(28)
- Abissal Tipo II: Ações Furtivas(7), Natação(20) / Bote(30), Carga(40), Resistência à Dor(40)
Magias e Poderes Especiais
- Menor: Tentáculos (2)
- Maior: Tentáculos (4)
- Abissal Tipo I: Tentáculos (8)
- Abissal Tipo II: Tentáculos (16)
Peso/Altura/Largura/Comprimento
- Menor: 2667 Kg / 10 a 15 m / 0,8 a 1 m / 10 a 15 m
- Maior: 13230 Kg / 15 a 20 m / 1 a 2,5 m / 15 a 50 m
- Abissal Tipo I: 170000 Kg / 20 a 25 m / 12 m / 80 a 100 m
- Abissal Tipo II: 220000 Kg / 25 m / 25 m / 100 a 150 m
Atributos
- Menor: INT(0), AUR(3), CAR(0), FOR(4), FIS(4), AGI(0), PER(2)
- Maior: INT(1), AUR(5), CAR(0), FOR(6), FIS(6), AGI(0), PER(4)
- Abissal Tipo I: INT(3), AUR(6), CAR(0), FOR(8), FIS(8), AGI(0), PER(5)
- Abissal Tipo II: INT(3), AUR(7), CAR(0), FOR(10), FIS(10), AGI(0), PER(5)
Nome | Est | EF | EH | Defesa | Ataque | L | M | P | 100% | 75% | 50% | 25% | RF | RM | Moral | Karma | VB |
Caríbdis Menor
| 5 | 107(111) | 90 | L0 | Mordida | 3 | 2 | 1 | 22 | 16 | 13 | 8 | 9 | 8 | 1 | 10 | 20 nadando |
Tentáculos | 0 | 4 | 2 | 8 | 7 | 6 | 5 |
Caríbdis Maior
| 10 | 236(242) | 230 | M0 | Mordida | 5 | 4 | 3 | 32 | 24 | 19 | 12 | 16 | 15 | 3 | 20 | 30 nadando |
Tentáculos | 2 | 6 | 4 | 14 | 12 | 10 | 8 |
Caríbdis Abissal Tipo I
| 20 | 832(840) | 560 | P0 | Mordida | 8 | 7 | 6 | 46 | 35 | 27 | 17 | 28 | 26 | 5 | 40 | 50 nadando |
Tentáculos | 5 | 9 | 7 | 28 | 23 | 18 | 13 |
Caríbdis Abissal Tipo II
| 30 | 948(958) | 900 | P0 | Mordida | 11 | 10 | 9 | 60 | 46 | 35 | 22 | 40 | 37 | 8 | 50 | 60 nadando |
Tentáculos | 8 | 12 | 10 | 42 | 34 | 26 | 18 |