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lenda de Basilaa

A lenda fala de um jovem Dzarem conhecido como Basilaa que buscou uma vida de luxo e riqueza, algo que sua família pobre e simples jamais teve. Ao completar vinte e três ciclos solares decidiu se arriscar nas áreas do deserto e lá tentar encontrar as riquezas que sempre desejou.

Por longos anos foi um andarilho solitário no deserto até encontrar outros saqueadores e passou a participar de saques a ricas caravanas que trafegavam pela região. Os anos passaram e jamais conseguiu encontrar nada que viesse a satisfazê-lo até que resolveu voltar a sua antiga tribo.

Em sua jornada de volta para casa foi traído por seus companheiros e abandonado entre a vida e a morte nas areias do deserto. A areia engolia lentamente o sangue que saia da ferida aberta pela adaga e a consciência se esvaia sendo tragada pelas trevas.

Seu olhar se fixou no Sol que se punha entre as dunas e a noite lentamente surgia. Aquele seria seu último pôr do sol antes que a morte o levasse para os deuses. Foi quando um milagre ocorreu.

No instante em que o último raio de sol desapareceu e a sombra da noite tocou a terra, neste segundo um portal se abriu. Um mundo de sombras e névoas tocou o mundo, quando as “Terras Distantes” alcançaram o mundo material e aqueles que lá habitavam puderam novamente andar no “Jardim dos Deuses”.

Neste segundo uma das criaturas alcançou Basilaa e propôs um pacto. Ele salvaria a vida do dzarem e em troca permitiria que um dia no ano ele pudesse usar seu corpo para sentir o mundo material novamente.

Basilaa acordaria no dia seguinte dentro de uma tenda sendo cuidado por uma jovem humana. O dzarem foi cuidado e tratado pelos comerciantes humanos que passavam nela região. Está era uma das muitas caravanas comerciais que no passado havia saqueado.

Osira, a jovem filha de Gervar, um comerciantes prospero e devoto de Sarina, durante toda a noite garantiu seu bem estar e fechou seu ferimento. Eles afirmaram que foi a benção de Sarina que os levou a passar pelo local e ajudou a manter Basilaa vivo até que chegassem.

Basilaa se sentiu envergonhado de seus atos praticados no passado e apesar de sua aparência não humana, foi tratado com benevolência. Assumiu assim uma divida de sangue para com o comerciante Gervar e Osira.

O tempo passou e por muitos meses Basilaa trabalhou para Gervar e o em seu coração duro um sentimento surgiu pela jovem Osira. Um carinho que ambos cultivaram e que passou a se tornar amor.

A vida de Basilaa estava perfeita. Ele sentia uma paz que nunca havia sentido antes e por um longo tempo foi feliz como nenhum outro ser do mundo.

Havia se passado um ano desde que Basilaa foi resgatado pelos humanos quando naquele dia um sentimento estranho a ele o levou ao deserto novamente e durante horas fitou o sol lentamente se pôr no horizonte.

Quando o último raio de sol desapareceu e a sombra da noite tocou a terra um portal se abriu e aquele que havia proposto o pacto reapareceu para cobrar a dívida. Por muito tempo Basilaa considerou que tudo não era nada mais que uma alucinação pela perda de sangue.

Agora o terror se abateu em seu coração e a criatura saiu do mundo de trevas e trocou de lugar com sua alma, tomando assim o controle do corpo.

Preso agora nas “Terras Distantes” podia ver seu corpo sob o controle da criatura, partir para a cidade. Tudo agora se tornou imaterial e enevoado. Os antigos sabores, sons e odores desapareceram e uma aflição se abateu novamente em seu coração.

Por um longo tempo ficou só, imerso em sua angustia até que outros seres apareceram. Apesar de ser como a criatura que tomou o seu corpo estes tinham uma aura bondosa e o acolheram.

Eles se denominaram como “O Povo Oculto”, os Antigos, os primeiros filhos dos deuses e que foram banidos para este mundo de névoas pelos seus pecados contra os deuses. Um castigo de ver o mundo material e jamais poder novamente provar o mundo material.

Existiam aqueles entre eles que de tempos em tempos buscavam expirar seus pecados e dedicar sua existência aos deuses, servindo como guardiões dos seus “Irmãos” mortais. A este era dado o direito de voltar ao mundo mortal em um corpo mágico criado pela deusa Malina.

Seriam criaturas vegetais que serviriam aos seus desígnios, sob pena de serem destruídos se assim desviassem de seus deveres.

Havia outros que tomados pelo rancor buscavam de outras formas a regressar ao mundo material. Alguns buscavam enganar seus “irmãos” mortais e tomar seus corpos para assim poder voltar a sentir o mundo mortal.

Basilaa passou por muitas provas até conseguir a ajuda de Sixmis, o mais poderoso dos Antigos, e usar uma das “Chaves da existência” para retomar seu corpo novamente.

Muito tempo havia se passado desde que seu corpo havia sido possuído pelo Inominável com quem fez o pacto. E neste tempo muito que havia conquistado foi perdido e seu antigo amor morreu pelas suas ações.

Odiado por Gervar e caçados pelos humanos, Basilaa devotou sua existência em reparar os crimes cometidos enquanto estava possuído. Ao final de cada dia retomava seu estudo sobre “O Povo Oculto” e seus habitantes “Os Inomináveis” e os “Enidas”.

A Ordem das Terras associa sua própria origem a lenda de Basilla, onde afirma que ele peregrinou por longos anos e passou a ser conhecido e respeitado como um bom samaritano e acabou por fundar a Ordem das Terras. Esta é uma ordem religiosa beneficente que por longos anos após a destruição dos reinos humanos na região, atuava firmemente em obras de caridade e no combate as influências dos Inomináveis.

Verbetes que fazem referência

Religião
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