O que me faz inventor.
Thomas Alva Edison(Entrevista concedida ao New York Times em 1876)
Sempre fui fascinado por engrenagens e mecanismos. Quando criança, na fazendo onde vivia havia um moinho puxado por bois. Eu ficava tempos e tempos divagando ali. A observar como a força dos animais fazia as peças do moinho se moverem e, em sincronia belíssima, rolar a pesada pedra para pulverizar os grãos.
Pouco depois fiquei ainda mais encantado quando construíram o primeiro moinho de vento. Aquela sim era uma obra de arte da inteligência humana. Se bem que foram os anões irlandeses que o construíram. Ainda assim, as engrenagens, roldanas, eixos e todo o funcionamento eram como mágica aos meus olhos.
Quando fiquei rapaz viajei para Londres por conta de um trabalho como estivador em um navio. Ali pude contemplar muitos outros engenhos formidáveis e maravilhosos. Pontes levadiças, moinhos d'água, aquedutos e outros. Fiquei tão absorto que, mesmo sem conhecer qualquer forma de escrita, fiz meus primeiros desenhos e diagramas. As engrenagens e mecanismos simplesmente se desenrolavam na minha mente. Era como se eu pudesse vê-las em funcionamento. Uma orquestra tocando uma grande ópera.
Ao voltar para Nova York, certo dia no navio, um cavalheiro estava de passagem e viu meus desenhos. Ficou impressionado e os apresentou a seu companheiro de viajem -- que veio depois se apresentar como o engenheiro Heinrich Göbel. Este veio se certificar se, de fato, eu mesmo era o autor dos desenhos. Quando afirmei que sim ele olhou-me bem no fundo dos meus olhos e sorriu. Você é muito talentoso meu jovem. Foi o que ele disse.
Dia seguinte perguntou-me se eu poderia seguir viajem com eles. Coisa de três meses apenas, foi o que falou. Aqueles foram os dias mais incríveis da minha vida! Seguimos viajem por montanhas, vales e florestas. Locais de sonho e magia que eu nunca imaginei conhecer. Eu os servia com alegria e ele ensinava-me muitas coisas. Ler, escrever, matemática, filosofia, religião e muitas outras ideias e pensamentos maravilhosos. E, sobretudo, alquimia!
O que deveria ser uma viajem de três meses se desenrolou por três anos. Ao fim dos quais eu estava mais apto que muitos acadêmicos que frequentavam as mais respeitáveis instituições, tal como Cambridge.
Aconteceu um dia que, enquanto passeava pelo porto, contemplei uma cena corriqueira, no entanto, serviu-me de musa inspiradora. Vários homens esforçavam-se para erguer um pesadíssimo bloco de pedra. No momento lembrei-me de como uma simples roldana servia para diminuir de forma incrível o trabalho de quem retira baldes com água num poço.
Saí dali, e chegando em casa fui imediatamente para meus aposentos e passei a desenhar e escrever tudo que me veio à mente. Passou-se uma semana dentro da qual eu quase mal me alimentei, tão absorto que estava. No fim, o esquema de ago engenhoso havia surgido. Construí um modelo já conhecido em pequena escala, havia construído o primeiro braço de carga do mundo.
O invento, apesar de enorme e de difícil fabricação podia ser desmontado e remontado com relativa facilidade e pouca instrução. Isso permitia transportá-lo a grandes distâncias para ser utilizado em portos, construções e armazéns.
O sucesso desta invenção abriu meus olhos para inúmeras possibilidades semelhantes. Um sistema de pesos e roldanas poderia ser fabricado para substituir um animal de tração ao puxar uma carroça. Contrapesos, roldanas e varas de bambu poderia servir para bombear a água de locais baixos para outros acima. As aplicações eram tão vastas que poderiam, em pouquíssimo tempo, transformar a vida de todas as pessoas. Tarefas pesadas que levavam horas ou dias poderiam ser feitas em apenas uma fração do tempo.
Minha surpresa foi maior quando percebi que também estava interferindo no cenário político. Não percebi que lutando pelo avanço tecnológico, estava lutando para que a indústria e o progresso ultrapassasse a pensamento retrógrado dos grandes donos de fazendas e escravos. Para eles meus inventos ameaçavam fazer ruir toda a estrutura política e econômica da nação.
Revoltei-me sobremodo! Aquilo era um ultraje; uma violência. A troco de manter os bolsos de alguns repletos de moedas vituperariam o direito ao conhecimento e à sabedoria. Tal artifício era contrário a tudo de eu havia aprendido.
Daí vislumbrei a minha missão: construir coisas maravilhosas com alquimia e engenharia e lutar para que isso chegasse à indústria e portanto, tornar a América a nação tão desenvolvida quanto as nações da Europa.
Verbetes que fazem referência
Alquimia
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