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Verrogar

Verrogar

“Só existem dois tipos de pessoas no mundo: os governantes e governados; os líderes e os liderados. Eu sou um líder! E acredito religiosamente que os verrogaris nasceram para governar todos os outros povos! Portanto, todos aqueles que discordem de mim que reúnam seus exércitos e empunhem suas espadas, pois nós não tardaremos em subjugar todos em nosso caminho!! E por Crezir, o meu sangue não será o primeiro a correr… que vença o melhor!”

Idor Maximus, general das tropas verrogaris

“O coração de Tagmar”, “O centro do Mundo Conhecido”, é assim que os verrogaris gostam de se referir ao seu país. Localizado na porção central do Mundo Conhecido, com um amplo território de variadas nuances climáticas, Verrogar mantém fronteiras com sete países (oito se considerarmos Dartel), além da Floresta de Gironde e do Lago Denégrio, tendo ainda dentro de seus limites os Montes Palomares. Ao norte Verrogar faz fronteira com Filanti; a oeste com a Levânia, Abadom e Dartel; a leste com Marana; e ao sul com Dantsem, Eredra e Âmiem.

O clima, de modo geral, é quente e seco, tendo uma baixa umidade e apresentando chuvas esporádicas. Normalmente, o céu escurece em poucos instantes vindo logo em seguida uma forte chuva de quinze a vinte minutos, retornando então, o tempo aberto. A amplitude térmica é relativamente grande devido à distância do oceano, apresentando mínimas médias de 11° C e máximas de 33° C. A exceção fica por conta da região onde se localizam os Montes Palomares, na qual nos períodos de inverno é possível até se ver neve nas partes mais altas. Aqui, as temperaturas mais baixas podem chegar à casa dos 0° C. As outras cadeias de montanhas possuem temperaturas muito baixas devido a sua altura e são conhecidas pela sua condição de gelo eterno.

Com uma das maiores extensões territoriais de Tagmar, Verrogar é um reino com vastas planícies e cadeias de montanhas, como os Palomares no norte e os montes Crássios. As florestas também aparecem no relevo, com principal importância para a Floresta Vermelha, nome oficial dado pela Casa Real de Treva (chamada pelos elfos de Finlaril, ou “Floresta do Arqueiro”). Muitos anos atrás, essa porção de floresta constituía uma única massa vegetal com as florestas de Âmiem, sendo que ocupavam uma área muito maior do que a hoje conhecida.

A formação do reino de Verrogar se deu, segundo estudiosos de Runa, por volta de 400 D.C. Uma grave desavença advinda de uma disputa pela sucessão do patriarca, dividiu uma importante família que vivia na região ao norte dos Montes de Solomor. Era uma família de guerreiros e muita coisa foi perdida na disputa sangrenta que resultou na expulsão dos perdedores. Os vitoriosos não puderam nem mesmo aproveitar a glória de sua vitória, pois pouco sobrara da pequena vila que chamavam de lar. Crássio de Alimarus, o novo patriarca, decidiu abandonar a pequena vila e levou todos para o sul, a procura de uma base onde pudessem criar uma verdadeira cidade que demonstrasse sua grandeza. Viajaram por alguns meses como nômades, no melhor estilo dos povos da Levânia, e quando chegaram ao vale onde hoje se localiza Treva, foram atacados por guerreiros de tribos selvagens que ocupavam a região. Com armas e técnicas de combate superiores, e um líder como Crássio, os povos bárbaros foram derrotados com mais facilidade que os guerreiros de seu irmão. Muitos dos seus foram mortos, mas Crássio estava particularmente impressionado com a fúria e a vontade desses homens e mulheres, tomou então vários como escravos, e ainda outros tantos como soldados convertidos a sua causa: colonizar a região. Devido à estratégica localização da vila dos bárbaros, Crássio optou por ali se estabelecer. A cidade fundada foi batizada Treva, pois as montanhas que circundavam o vale permitam pouco tempo de iluminação durante o dia, o sol levantava-se tarde e retirava-se muito cedo.

Logo a cidade prosperou com a captura de novos escravos, a descoberta de metais nas encostas próximas, uma região propícia à agricultura e ótimos pastos para criação de gado. Todo o reino de Verrogar é hoje resultado das expansões militares de Treva, iniciadas com a regência de Crássio e passaram através das gerações de seus descendentes, sempre ávidos por ultrapassar as façanhas de seus antepassados.

No ano de 1197 D.C., Verrogar conheceu uma poderosa força que vinha alastrando-se ao sul como uma praga: a Seita. Com uma estratégia bem articulada, seus líderes conseguiram se infiltrar, paulatinamente, entre os Leões-Rubros (tropa de elite de Verrogar) dando início ao seu plano de incitarem seu expansionismo e exaltarem a “vocação imperial da nação”. Foram os Bankdis que trouxeram às tribos Verrogaris a noção de unidade, visto que esse povo guerreiro sempre esteve ocupado demais com suas guerras internas. Os Bankdis elegeram um líder leal a eles e o declararam rei, incitando a guerra contra Filanti e os reinos orientais ligados aos Runas: Marana, Luna e a própria Cidade-Estado de Runa. Em menos de três anos, todo o reino estava sob o seu domínio.

No ano de 1232 D.C. inicia-se a expansão das fronteiras de Verrogar, apoiado pelo novo exército” de Bankdis que chegaram um ano antes, Verrogar invade as terras de Dantsem, que na época, iam do mar a leste até o Lago Denégrio. A guerra contra Dantsem demora pouco menos de uma década. Em 1241 o fraco reino se rende ao poderio dos verrogaris. Um tratado é feito, e Dantsem cede as terras a oeste, perdendo seu acesso ao lago e tornando-se um protetorado de Verrogar.

Todavia, os verrogaris queriam mais, e em 1250, invadem Marana. Ao contrário de seu vizinho, Marana oferece uma dura resistência, o que faz a campanha se arrastar por décadas, só caindo em 1289. No ano seguinte, finalmente os verrogaris descobrem a verdadeira essência do seu exército. Neste mesmo ano, os principais generais de Verrogar ainda fiéis aos Deuses, tentam um golpe de estado, mas que termina em fracasso. Desta data em diante, os verrogaris se tornam prisioneiros de seu próprio reino, os demonistas passam a prosseguir a sua expansão para o norte, sem mais o apoio dos verrogaris.

Com o fim da dominação dos Bankdis, em 1407, os verrogaris reconquistam sua liberdade. Até o fim da unificação, Verrogar devolve parte do território de Marana (ficando com os Montes Palomares), restabelece a antiga dinastia no poder, e apesar dos protestos, Dantsem fica definitivamente sem seu acesso ao Lado Denégrio.

Governo

Verrogar é uma monarquia absoluta e hereditária, iniciada com Crássio de Alimarus e continua hoje com Attos II. Esta longa dinastia só foi interrompida durante um período da dominação da Seita, mas é, sem dúvida, uma das mais longas dinastias de Tagmar. O soberano atual é um monarca absoluto, além de ser o chefe do estado verrogari. Attos II é também o líder do exército - ele foi assim “designado” pela sua assembleia de cinco conselheiros (A Mesa de Aço) como Marechal das tropas de Verrogar. A Mesa de Aço é composta, em qualquer época, pelos quatro Generais de Verrogar e por um sábio, que é o conselheiro real de fato.

Attos II é casado com Pérola, uma linda mulher filha de nobres (seu pai é um marquês cujas terras ficam em Marana) e tem com ela dois filhos: Attos III, de três anos, e Melina, de apenas um ano.

O povo verrogari se encontra em uma situação de servidão imposta, pois estes pagam muito caro de suas colheitas e comércios, o custo das guerras; e as mulheres, não raro, ainda vêem seus filhos e maridos serem recrutados para servir como combatentes, sem que a eles seja dado nada por isso. Os mais pobres encontram-se em uma situação de miséria. A escravidão é comum e incentivada pelo governo (afinal foi assim que o reino surgiu e cresceu), sendo a escravidão de guerra a mais comum. Qualquer um não-verrogari que esteja no reino sem um salvo conduto deve acautelar-se, pois pode ver-se cumprindo ordens de alguém mais rápido do que pensa.

Verrogar mantém, com dinheiro dos impostos recolhidos e do que é “arrecadado” dos inimigos em campanha, escolas para treinamento de guerreiros, além de patrocinar Ordens de Crezir e de Blator. A escola de guerreiros mais importante do reino é a Academia Real das Armas, local de formação e treinamento dos Leões-Rubros, aonde jovens de todo o país, e de outros também, vêm com a pretensão de treinar e tornarem-se exímios combatentes. A direção dos Leões-Rubros cabe a Endus Hafild, um dos grandes Capitães das tropas verrogaris, designado para tal função pessoalmente por Idor Maximus. O árduo treinamento verrogari leva muitos inaptos à morte prematura, mas os que se formam serão combatentes ao menos à altura dos seus possíveis inimigos. Normalmente, os jovens são recrutados aos doze anos e o treinamento se encerra quando estão com vinte. Adolescentes de qualquer idade podem entrar para a Academia, mas quanto mais velho for, mais rígido será o treinamento, a fim de recuperar o tempo perdido. Como Endus costuma dizer: “Levanta tua espada ou abaixa tua cabeça: o golpe, de qualquer forma, será certeiro!”.

O exército de Verrogar possui uma constituição bastante organizada. Sua infantaria é uma tropa adestrada, disciplinada e amante do combate. O rei Attos II se empenha para que seus soldados possam ter os equipamentos e armas mais adequadas e de melhor qualidade. Além disso, mantém vários sacerdotes de Crezir e Blator acompanhando as campanhas para que “mantenham o moral dos homens elevado”.

Pela constante necessidade de suprir a logística da guerra, nas vilas e cidades principais pipocam as oportunidades para artesões e artífices, além de inúmeras ofertas de empregos para o exército, em todos os níveis e funções. As caravanas vindas de todo o mundo e que carregam a bandeira da neutralidade (ou a de Verrogar, o que é mais sensato) têm a chance de realizarem fabulosos negócios. Há gente de todo o tipo e com todo o interesse possível querendo algo para usar (nas guerras, nas expedições aos Montes Palomares, nas investidas ao Lago Denégrio ou simplesmente para fugir com mais segurança do país que beira à insanidade). Pode-se dizer, então, ser a economia de Verrogar hoje, uma das mais cosmopolitas de todo o Mundo Conhecido, tendo no “Comércio de Guerra” seu principal expoente.

A magia em Verrogar é vista com extrema desconfiança, chegando alguns a chamar de bruxaria e condenar todos os magos como necromantes. Muitos vêem tal arte como a principal arma do inimigo, portanto magos não podem esperar uma boa acolhida nessas terras. Na verdade, o Rei sabe da necessidade dos magos para seu sucesso na campanha contra Dantsem – combata fogo com fogo, ou melhor, bola de fogo com bola de fogo; por isso, vêm recrutando magos mercenários, principalmente renegados de Portis. Não se sabe da existência de qualquer Colégio no reino, mas alguns aventureiros falam de acontecimentos bem bizarros nos Montes de Solomor, podendo ser atribuídos a um mago muito poderoso ou a um grupo deles.

História Recente

O pai de Attos II, Attos I, era um hábil rei, tanto na arte da negociação e diplomacia, quanto na arte da guerra. Não apreciava a luta e a guerra por si só, mas, como um homem que seguia a doutrina de Blator, também não se furtava de um combate caso fosse necessário. Seu maior sonho era conseguir estabelecer, de forma amigável, um acordo com o governo de Dantsem, a fim de que fosse construída uma estrada que saísse de Treva e chegasse até o oceano leste. Attos I não se recusava, nem se opunha à idéia de pagar certos impostos ou mesmo deixar parte da exploração e produção conseguida no território Dantseniano, mas membros de seu conselho real não estavam tão de acordo assim.

No ano de 1494 D.C., quando Attos I tentava estabelecer tais negociações com Dantsem, ele já contava com cinquenta e três anos. Seus quatro Generais, todos humanos, eram: Idor Maximus, um homem de trinta e oito anos, exímio guerreiro e adorado pelas tropas verrogaris, que o viam como um semideus; Paltus Valom, hábil estrategista e articulador das mais incríveis façanhas no campo de batalha, com quarenta anos; Verdigius Avios, um bom guerreiro, com cerca de quarenta anos, que se limita a tentar imitar Idor Maximus, mas não era tão bom e não consegueia a mesma aceitação perante as tropas; e a Arquiduquesa Maraila, sobrinha de Attos I (que sucedeu seu pai Filtor, príncipe irmão do rei, morto em uma batalha terrível contra os de Filanti, na qual Verrogar conseguiu estabelecer seus atuais limites ao norte) e que era uma excepcional guerreira, sendo que os homens do exército a viam como um amuleto da sorte, face ao espanto e a surpresa que causava aos inimigos quando percebeiam que estavam sendo mortos e derrotados por uma mulher. O quinto membro d’A Mesa era Rens Alicante, sessenta e nove anos, um estudioso e historiador, antigo mestre de literatura e história de Attos I, quando ele era um adolescente.

De todos esses, apenas a Arquiduquesa Maraila e Rens estavam de acordo com as idéias de Attos I. O restante do conselho achava que isso seria se rebaixar às exigências de um país inexpressivo e de um povo covarde, que não se manifestava nem a favor, nem contra Verrogar (o que já seria suficiente, na opinião de Paltus, para se iniciar uma guerra). Entre os opositores das idéias de Attos I, Idor Maximus certamente era o mais veemente. Ele não suportava a idéia de ver sua tropa e seus homens, sangue do seu sangue verrogari, pagando impostos e taxas por algo que seu suor havia conseguido. Além disso, achava que o povo de Dantsem poderia reivindicar também, em troca, livre acesso aos Montes Palomares ou ao Lago Denégrio – um absurdo em sua opinião, e que não ousava nem pensar sobre o caso.

Attos I era um rei soberano, mas seu espírito de líder ao invés de chefe, não o deixava impor meramente suas decisões: ele buscava a legitimidade de seus atos e queria a aprovação de seus conselheiros, principalmente de Idor, a quem havia confiado todo o aprendizado do jovem príncipe Attos II, de dezesseis anos. O filho mais novo de Attos I, Ramum, por ser um jovem de espírito mais sereno e mais preocupado com os estudos intelectuais, teve sua educação deixada por conta de Rens, na verdade o rei nutria uma predileção pelo caçula, mas as fortíssimas tradições verrogaris o impediam de deixar Ramum como seu substituo, apesar de ser esse o seu mais íntimo desejo.

Diante dos fatos e temendo pelo pior, Idor Maximus, devoto fanático de Crezir, contando com a ajuda de Verdigius e de Paltus principalmente, traçou um plano a fim de ver seus objetivos de conquista e destruição com relação à Dantsem satisfeitos: durante os meses de treinamento que ministrava pessoalmente ao príncipe Attos II, incutiu-lhe a idéia de que Dantsem representava um perigo e que seu pai já estava se tornando um homem muito condescendente devido à idade. Isso levava o príncipe a ter intermináveis discussões com o pai. Por outro lado, Paltus planejava um encontro com um representante da Casa Real de Dantsem para que as idéias de Attos I pudessem ser expostas. Entretanto, o General estrategista tramava que algo de ruim acontecesse nesse encontro para que o rei pudesse mudar sua concepção com relação aos Dantsenianos.

E assim ocorreu: um encontro em Treva foi marcado para o primeiro dia de primavera do ano de 1495, com quatro representantes de Dantsem (o último encontro diplomático ocorrido na capital). Verdigius e Paltus, entretanto, tomaram todas as “precauções” para que os Dantsenianos fossem interceptados ainda fora de Treva e mortos, colocando quatro impostores em seus lugares. Os substitutos deveriam se portar de modo bem agressivo na presença de Attos I, negando qualquer chance de negociação, e insultando o rei inclusive, se isso fosse preciso para inflamar sua ira. Os três Generais se encarregariam de “prender” os visitantes (na verdade, tinham feito um acordo de libertá-los em segurança longe das vistas e do conhecimento de Attos I). Na reunião estariam também presentes os príncipes e os outros componentes d’A Mesa de Aço.

Tudo começou a ocorrer conforme o planejado durante a reunião, chegando a um ponto em que Attos I já estava beirando às raias da ira: foi quando Idor Maximus, agindo de um jeito que somente ele havia planejado, partiu para cima dos supostos Dantsenianos e iniciou um ataque dentro dos salões reais de Treva. Certamente, os impostores não entendendo o que estava acontecendo, trataram de se defender. Após uma peleja rápida e confusa, um saldo trágico: o príncipe Ramum estava morto, alvo de um golpe de gládio certeiro no peito.

O rei Attos I, enfurecido, determinou que seus Generais preparassem suas tropas imediatamente para o ataque às fronteiras com Dantsem, apesar dos apelos de Rens e Maraila, que desconfiavam de algo estranho na atitude dos Dantsenianos.

Cerca de uma semana depois, iniciava-se a marcha rumo a Dantsem. No mesmo período, o rei já não passava de uma sombra do que havia sido, em face do desgosto e da tristeza pela morte de Ramum. Após um mês, com os combates iniciados, tendo Verdigius no comando das tropas e os demais conselheiros em Treva, Attos I faleceu, e Attos II, que antes simpatizava com Blator, agora seguia o deus Crezir, e ouvia tudo o que Idor Maximus lhe “aconselhava”. Assim, ele assumiu um reinado que hoje completam cinco anos de duras investidas contra Dantsem, de conquistas inegáveis e de uma pretensão que pode ser catastrófica para toda Tagmar: invadir e conquistar Âmiem.

O rei de Verrogar é um jovem impetuoso e desafiador, que não mede esforços para satisfazer suas pretensões, chegando a participar de dezenas de combates pessoalmente. Suas divergências com Rens e Maraila são extremas, porém, o respeito pelo velho mestre de seu irmão e o amor secreto pela prima o impedem de fazer algo que já teria feito a qualquer outro: massacrar.

Após ter anexado parte de Dantsem e conseguido acesso ao mar, Verrogar mantém tropas em todas as suas fronteiras. O desejo mais atual de Attos II é chegar a Léom e destronar seu rival, assumindo assim, o controle de todo o país Dantseniano. Entretanto, ele encontra muitas dificuldades em avançar a partir do ponto em que parou. Primeiro, porque seu vasto território está começando a obrigá-lo a fracionar sua tropa, o que lhe tira um pouco da força. Em segundo lugar, tropas bárbaras da Levânia e de Abadom estão sempre atacando os pontos mais a oeste de Verrogar, obrigando o exército a dar respostas à altura, a fim de manter os atuais limites. Por fim, Dantsem tem resistido muito bem às recentes investidas verrogaris utilizando uma arma que se bem usada é bastante letal: a magia (contando sempre, segundo dizem os boatos, com o apoio de Âmiem para isso).

Um outro problema que começa a incomodar Attos II está na economia verrogari: até pouco tempo atrás, um país auto-suficiente, Verrogar hoje necessita importar gêneros básicos de alimentação, em parte, para poder manter um gigantesco exército. Até porque, esse mesmo exército consome em suas fileiras braços e mãos que estariam, em outras épocas, labutando nas lavouras e cuidando do gado. Verrogar já chegou a exportar excedentes agrícolas, mas agora se vê importando comida, principalmente de Eredra, com quem tem mantido boas relações diplomáticas, até porque, seria um suicídio não fazê-lo.

O Povo de Verrogar

Um imenso país com uma população de sangue quente e temperamento passional, que acredita ter reis de origens quase divinas e a predestinação de dominar as nações inferiores (todas as outras de Tagmar, na concepção verrogari). Independentemente da pretensão e da soberba de muitos verrogaris, o certo é que esta nação se inflama quando o assunto é guerra. Atualmente, a população verrogari é, predominantemente, composta por humanos, havendo um equilíbrio entre o número de pequeninos e anões, além de uma pequena parcela de meio-elfos, mas estes tendem a desaparecer nos próximos anos.

Há muitas aldeias e vilarejos de pequeninos no país, normalmente localizados próximos ao Lago Denégrio ou à região de fronteiras com Eredra. Como é o comum da raça, eles preferem viver isolados em suas comunidades, morando em suas tocas ou em pequenas casas milimetricamente construídas, dedicando-se a atividades corriqueiras e necessárias à manutenção de suas vidas (e de seu apetite...). Muitas famílias de pequeninos já habitaram no território hoje pertencente à Verrogar, mas as constantes guerras e invasões estão afugentando a raça, começando a buscar a tranquilidade que apreciam nas aldeias e vilas cada vez mais distantes e escondidas das guerras verrogaris. Ao todo, sabe-se por meio de histórias de viajantes e, mais comumente, de bardos, que hoje são seis as famílias predominantes de pequeninos que vivem no território verrogari: os Brocaterras e os Cintasoltas, que vivem na porção norte, e os Medfricas, os Pelerrosas, os Sentaclavas e os Brocasoltas (esta última originada a partir da união de dois membros das famílias do norte).

Os anões residentes em Verrogar (e que a cada dia estão aumentando seu número) vêm para o país atraídos pelas oportunidades de trabalhar como artífices e mineradores, além de prestarem bons serviços como mercenários contratados pelo exército local. Ambas as situações são vistas pelos anões como boas oportunidades de conseguirem fama, reconhecimento e um bom dinheiro. Outrossim, a política de intolerância de Verrogar para com os elfos de Âmiem acaba alimentando alguns sonhos de certos anões mais irritadiços em relação ao povo da bela raça. Os anões se instalam com facilidade nas comunidades humanas, melhor ainda se são de famílias de soldados ou de mineradores.

Os meio-elfos habitantes de Verrogar não compartilham de nenhuma organização em comum, tampouco de algum interesse específico. Exercem aqui, como na maioria dos outros reinos, um papel neutro, mas começam a se incomodar com as guerras verrogaris e com a política de agressão para com Âmiem, o que tem provocado uma emigração cada dia maior de meio-elfos de Verrogar para Ludgrim e, no caso de serem aceitos, para a própria Âmiem.

A língua oficial do reino é o Verrogari, que também denomina seu povo, mas utiliza-se muito, quase como que uma segunda língua oficial, o Malês Central, além de vários outros dialetos regionais, que muitas vezes não podem ser compreendidos fora da pequena comunidade de onde surgiram.

Os principais deuses em Verrogar são Crezir e Blator. Este último, ainda é o preferido das massas, mas com a nova preferência da Casa Real, Crezir vem ganhando destaque. Tanto que, há em Treva uma sede da Sagrada Ordem de Crezir, uma bela catedral de quatro torres, cuja construção se assemelha a de um forte militar, e que possui em seus anexos, salões para treinamento de guerreiros e até alojamentos para tropas. O sacerdote grão-mestre da Ordem, Dimitri Turrim, já prestou diversos serviços como soldado para Attos I e agora se dedica a formar novos acólitos e ainda novos guerreiros de Crezir. O deus Blator também é representado na capital por uma bela igreja, sede da Congregação dos Guerreiros do Punho de Ferro de Blator, sociedade que se dedica aos desígnios do deus da guerra. Seu Sumo Sacerdote é Mahad Saturk, um colosso de admiráveis qualidades como guerreiro, de origens Lévano-Verrogaris, oriundo das terras fronteiriças do oeste verrogari, mas que há muitos anos habita em Treva. A Arquiduquesa Maraila frequenta os cultos dessa igreja (e mantém um relacionamento amoroso secreto com Mahad).

O Deus Sevides também é cultuado com certa expressividade nas pequenas vilas e cidades mais próximas ao Lago Denégrio, devido à prática agrícola, e nas aldeias de pequeninos. Com a chegada de muitos anões à região dos Montes Palomares, alguns cultos a Parom começam a ser percebidos. Não se tem notícias de cultos oficiais de Palier e Cruine em Verrogar, mas a certeza é que, se tais cultos ocorrem, são em caráter sigiloso.

Principais Cidades e Locais de Interesse

Treva
A principal cidade Verrogari, e também capital do reino. Localizada na porção mais a leste do país, Treva possui uma rotina que se assemelha muito a de um enorme quartel. Contando com muitas casas feitas de pedra, e um comércio voltado ao suprimento de viajantes e de tropas, Treva é toda protegida por uma muralha, que está sempre sendo reconstruída e reforçada. Patrulhas de seis a sete homens fazem rondas constantes em cima dos muros e no interior da cidade, e a entrada de quaisquer forasteiros é sempre verificada em barricadas e barreiras de proteção há cerca de um quilômetro da cidade em todas as direções e estradas de acesso. A rotina da cidade é controlada por meio de toques de clarins, e mesmo aqueles que não são militares acabam se habituando: logo pela manhã é dado o toque de alvorada, no horário de almoço existe um toque de clarim correspondente, e no fim da tarde, para marcar o término das atividades comerciais, existe também um toque de ordem. Além disso, existem toques que não são diários, mas bem conhecidos, como o de preparar as tropas para viagem e o de fortificar a cidade devido a tentativas de ataques inimigos (este último já começa a cair no esquecimento...).

Diversas tabernas, hospedarias e estalagens existem aqui, sendo a maioria frequentada por soldados e aventureiros. Na porção central da cidade fica uma praça (O Largo de Filtor, em homenagem ao príncipe morto em combate contra Filanti). Ao seu redor, se pode encontrar o templo de Crezir, uma biblioteca pública e uma casa medicinal. A biblioteca, denominada Ateneu de Prata, é administrada há dezoito anos por Luizi Gritz, até então, assessor de Iliadril Alirond, um elfo dourado que teve de sair às pressas da cidade após desentendimentos com a corte da época. Já a casa medicinal, composta de diversos iniciados na arte da medicina e com o apoio de sacerdotes diversos, colaborando na recuperação de feridos e mutilados nos combates, enviando, inclusive, homens junto com as tropas verrogaris, quando estas partem em suas jornadas.

Dentro de Treva fica também o castelo de Attos II, construção magnífica, toda ornada em mármore e marfim trazidos da Levânia há tempos. Possuidor de diversos salões e uma biblioteca de acesso restrito, o castelo, chamado em Verrogar de A Casa Real, possui uma câmara onde todos os reis são enterrados, sendo que seus túmulos são enfeitados por diversas jóias e armas. Os corredores de acesso a tal lugar possuem armaduras diversas guarnecendo a passagem, bem como quadros e flâmulas retratando cenas épicas de batalha.

Tentando manter uma postura que pareça a mais civilizada possível diante dos súditos e continuando uma política de seu pai, Attos II patrocina a atividade de artistas e intelectuais dentro de seu castelo. É bem comum, em meio aos pequenos lagos artificiais e jardins do local, encontrar sábios discutindo suas filosofias, pintores retratando nobres e seus familiares, artistas musicais ensaiando, compondo ou simplesmente tocando uma música, entre outras expressões. No subsolo do castelo, existe, porém, um local que contrasta com sua beleza, e onde os escravos, prisioneiros de guerra e inimigos capturados sofrem horrores: as masmorras de Treva. Aqui, sob os cuidados de soldados inservíveis para a guerra, devido ao extremo ódio no coração, os prisioneiros são diuturnamente obrigados a trabalhar, seja quebrando pedras, seja extraindo sal de uma parca mina. E sofrem as mais diversas torturas, para deleite de seus algozes. Indicado para dirigir o local pelo próprio Attos II, Vassili Aldebaram, um Barão primo distante do rei, que durante as reuniões sociais e eventos públicos chega a despertar a desconfiança dos mais rudes pela sua educação refinada, conduz a rotina da masmorra com mãos de ferro, participando pessoalmente das execuções dos prisioneiros mais importantes.
Fontenova
Hoje, a região Palomar experimenta um grande fluxo de viajantes atraídos pelas histórias de Tusto Malfi, um velho mago que vive na cidade de Fontenova. A despeito disso, a região é a responsável pela atividade mineradora de Verrogar, a partir da qual os principais equipamentos do exército são produzidos. Na região palomar, se formam com frequência, vilas e aldeias de humanos e anões que trabalham exaustivamente e extraem todo o mineral possível para transformar em equipamentos e armas, até que o local não possa oferecer mais nada.
Sula
Localizada às margens do Lago Denégrio, muito conhecida por seu saboroso licor de frutas, hoje também se destaca pela produção de fumo da aldeia de pequeninos das famílias Brocaterra e Cintasolta, que vendem todo o produzido para o prefeito local, Pário Dentão, um meio-elfo sem escrúpulos e ganancioso, que de elfo só possui mesmo as orelhas, como o povo pequeno costuma dizer.
Lutrúcia
Responsável pela frota marítima de guerra de Verrogar, Lutrúcia vive hoje momentos de grande instabilidade política. Encravada ao sul dos Montes Palomares e bem próxima à foz do rio Belra, desde que o experiente capitão do mar Sifrad Elério deixou a cidade, a marinha lutruciana vem sofrendo grandes baixas por ataques de piratas e de navios sem bandeira (mas que se desconfia, sejam oriundos de Capela, em Filanti).
Crássia
A vila de Crassia surgiu da grande quantidade de bronze encontrada nos Montes Crássios, sendo uma vila relativamente nova, crescendo rapidamente devido à necessidade de seu produto principal para a manutenção das armas e armaduras do exército.
Seviala
Seviala é o centro da vida política de Verrogar, pois aqui se dão os encontros entre as autoridades verrogaris e os representantes de outros reinos. Esses encontros eram feitos na capital, mas após o incidente ocorrido com os de Dantsem, resultante na morte do príncipe Ramum, a cidade foi escolhida para esse fim.

Um dos prédios da rua principal, por exemplo, serve de acomodação permanente para delegações de Eredra, com quem Verrogar mantém boas relações. Obviamente, com todas essas pessoas importantes pela cidade, a milícia se faz muito presente, sendo ostensiva e violenta, mas mantendo seguras as autoridades que defendem. Nunca foram relatados casos de atentados políticos, embora boatos nas ruas tomem a coisa como frequente, só que abafada pelas autoridades.
Aberdim
Aberdim é o principal forte verrogari no leste, ficando a poucos dias de cavalgada do centro do conflito, o Rio Corbei. Um crescente número de pessoas migra para a região, com o intuito de lucrar o máximo possível com a contenda, formando uma nova vila. O comércio de guerra tem seu ápice aqui, com uma quantidade cada vez maior de pessoas dispostas a “negociar” todo o tipo de produtos. O efetivo real do exército que não está diretamente envolvido em campanha, se encontra aqui, o que torna a região uma das mais resguardadas do reino.
Floresta Finlaril
Conhecida entre os de Verrogar como a Floresta do Arqueiro, esse imenso corpo florestal é visto com assombro pelos verrogaris, pois dizem haver nela um posto avançado das tropas élficas de Âmiem. Somente um destacamento foi enviado para verificar, e nenhum sobrevivente retornou para confirmar as suspeitas. Mas o corpo de um tenente chegou à vila de Crássia carregado por um corcel élfico, e tinha seu corpo completamente perfurado por flechas de estilo élfico.

Rumores e Intrigas

O clima pesado que paira sobre o reino de Verrogar nos últimos tempos, enche o ar de teorias conspiratórias e devaneios dos mais absurdos. O rígido regime militar imposto a todos os súditos verrogaris, leva o povo a sonhar cada vez mais na tentativa de fugir da triste realidade, como não poderia deixar de ser, aqueles mais otimistas sonham com grandes vitórias e dias melhores, os mais pessimistas vivem assombrados com a possibilidade de invasões e dias ainda mais negros.

Um desses rumores fala sobre uma nova resolução tomada na sala do trono, dizem que o atual rei, Attos II, mesmo contrariando seu mentor Idor Maximus, deseja lançar uma investida relâmpago sobre a floresta de Gironde. Não se sabe ao certo o que o monarca deseja com a floresta, mas cochicha-se que seu real objetivo é na verdade o reino de Filanti. E que a investida sobre Gironde serviria somente para assegurar um ótimo vau de entrada no reino nortista. Dizem que o rei tomou essa resolução impulsionado por uma antiga ferida para com os filantianos (algo sobre a morte de Filtor, pai de Maraila). Outros afirmam com veemência que, na verdade, o rei vislumbra assumir o controle total da porção leste do Denégrio, garantindo assim, uma fantástica vantagem estratégico-comercial ao reino verrogari. Outros ainda defendem que o monarca visa somente se resguardar, e dar uma resposta à altura aos ataques piratas que Verrogar vem sofrendo e que se acredita venha de Capela. Seja qual for o motivo, a verdade é que Idor parece não apreciar essa manobra, uma vez que ela paralisaria o cerco a Dantsem.

Dizem até que Verrogar importa com grande volúpia toda tecnologia que pode ser comprada de Calco, a fim de entrarem com força total na era das navegações. E que nas cidades do reino próximas ao Denégrio, grandes estaleiros foram montados e uma enorme massa de operários trabalha para colocar na água em tempo recorde, muitas galeras, birremes e trirremes. Alguns embasados nesses fatos reforçam a teoria do rei realmente desejar invadir Filanti, e que para isso não vai limitar-se apenas a movimentar as tropas por Gironde, mas sim arquitetar um ataque conjugado, terra e mar, onde a sua novíssima frota de guerra pressionaria os filantianos pela porção oeste do reino. Em verdade, essa dupla frente de combate é uma estratégia tanto ousada quanto fantástica, e se for verdade, tem tudo para dar muito certo.

Outros afirmam que essa possível invasão a Filanti não passa de um engodo espalhado pelo próprio poder em regência, para ocultar os reais interesses do monarca de levar uma grande força expedicionária para Abadom. Dizem alguns boatos que chegaram às mãos do monarca, inquietantes pergaminhos dando conta de tesouros inimagináveis do reino perdido esperando para serem “resgatados”. Dizem até que alguns itens mágicos, datados do Segundo Ciclo, se encontram em meio a estes tesouros. Alguns vêem qualquer tentativa de desembarcar em solo abadonense como loucura, e que tesouro nenhum vale o risco de deparar-se com um dragão. Outros afirmam que “a fortuna favorece aos destemidos” e Verrogar nunca seria a potência de hoje, caso os ancestrais verrogaris não corressem grandes riscos e perseverado muito.

Alguns afirmam que esse desembarque nas terras de Abadom tem como real objetivo pressionar o então Kaliaf da Levânia, Moham, a manter seus possíveis planos de invasão ao ocidente verrogari para um futuro muito, muito distante. Em verdade, vem crescendo assustadoramente o número de ataques de tribos nômades à porção oeste do reino, e tanto Attos II quanto Idor Maximus, parecem estar vendo uma tentativa de invasão disfarçada de ataques esporádicos sem maior significância. O monarca e seu tutor acreditam que essas investidas servem para testar as falhas no sistema defensivo verrogari, antes de se lançar uma invasão em massa.

Recentemente, boatos afirmam que o serviço de espiões verrogaris interceptou uma correspondência secreta entre Dantsem e Marana, cujos documentos deixavam bem claro Dantsem estar sigilosamente recebendo ajuda de Marana com o intuito de resistir ao cerco verrogari. É claro que, em tempos de guerra, esse tipo de solidariedade é tido como um ato de traição, e alguns afirmam que Attos II já redirecionou suas tropas para as fronteiras maranenses, a fim de dar uma bela demonstração da força e superioridade verrogari, no melhor estilo “o amigo do meu inimigo é meu inimigo!”. Dizem que a qualquer momento a guerra pode explodir, e os mais afeitos a uma boa trama, afirmam que o monarca já corteja o trono de Marana.

Algumas intrigas mais caseiras atestam o fato de o monarca Attos II já começar a desagradar por demais seu tutor, Idor Maximus, o qual já trama uma forma de perder o jovem monarca. Para isto, Idor teria de se livrar também do conselheiro real, Rens de Alicante, e da Arquiduquesa Maraila. Dizem alguns que os espiões de Idor descobriram o amor secreto de Maraila pelo Sumo Sacerdote de Blator, Mahad Saturk. Assim, Idor vai se valer desse fato para jogar Attos II contra sua prima (Idor, como todos os mais próximos ao rei, sabem de seu amor por Maraila). Certamente Rens se posicionará totalmente contra o monarca, e Attos II tomado pelo ódio permitirá a Idor finalmente livrar-se dele, e assim, numa jogada só, livrar-se das três pessoas mais importantes do reino em seu caminho ao trono verrogari, Rens, Maraila e o próprio Attos II, que morreria de desgosto, ou seria facilmente destronado após tamanho escândalo. Seus herdeiros seriam friamente assassinados, e a rainha sabiamente aconselhada a voltar para Marana. Dizem que, para tal manobra, Idor conta com a total cumplicidade de Paltus Valom, que assumiria a cadeira real de Conselheiro-Mor, bem como um título de Arquiduque e as terras a oeste do reino; de Vergidius Avius, que assumiria o posto de general máximo das tropas verrogaris, um título de Visconde, e as terras mais ao norte; e de Dimitri Turrim, Sumo Sacerdote de Crezir, que vê na anulação de seu rival Mahad Saturk, e o eterno agradecimento da coroa, um ótimo negócio para a fé da deusa da guerra, que mais que rapidamente se tornaria à religião oficial do reino.

Personagens mais conhecidos

Rei Attos II, O Destemido
Attos II é um jovem arrogante, prepotente, senhor de um grande vigor e um admirável apetite para batalhas. Ele acredita verdadeiramente estar destinado a se tornar um dos maiores e mais destemidos conquistadores da nobre linhagem da qual descende. A despeito de seu temperamento forte e intempestivo, Attos II é completamente subjugado pela força de vontade moral de seu conselheiro pessoal, e 1º General das Tropas Verrogaris, Idor Maximus.

Não fosse suficiente a ascendência do general sobre o monarca, instigando o rei com sonhos de grandes conquistas e a afirmação da superioridade verrogari, Attos II é diuturnamente perseguido pelas cobranças das conquistas de seus antepassados, que ele busca desesperadamente suplantar, a fim de deixar indiscutivelmente seu nome marcado na história verrogari, e para provar a sua bela prima Maraila que ele é o destemido conquistador que tanto acredita ser. As únicas pessoas que possuem alguma, ou total ascendência sobre o rei são Idor, Maraila e o antigo preceptor de seu pai e de seu irmão caçula, Rens Alicante; que por motivos desconhecidos parece atrair um profundo sentimento de respeito para si.
Rainha Pérola, A Bela
Pérola é uma belíssima jovem filha de um poderoso Marquês de Marana. Desde a mais tenra idade foi educada para um dia ser leal esposa de um grande nobre das terras tagmarianas. Mas, quando a proposta da coroa verrogari chegou ao conhecimento de seus pais, esses não acreditaram na sorte que o destino reservara para ela. Submissa e condescendente a todas as vontades do rei, Pérola contenta-se em tentar ser uma boa mãe para seus filhos, futuros herdeiros da coroa verrogari, o que por si só representa muito trabalho e esmero na educação deles. Pérola se mantém totalmente avessa a tudo o que diz respeito à administração do reino. Seu esposo em conjunto com o 1º General, tomam todas as decisões necessárias para manter as engrenagens da máquina governamental funcionando; e pode-se dizer que Pérola se sente tão satisfeita em não se meter nas belicosas intrigas do reino verrogari, quanto Idor em não a ter como um empecilho. Para aqueles que conhecem a rainha na intimidade, ela é agradável e educada na medida certa que uma nobre dama deve ser, tanto para com os nobres, quanto para com seus vassalos, seus servos podem com convicção testemunhar que a rainha é uma das últimas pessoas de bom coração no reino dos guerreiros.
Idor Maximus, O Grande
Idor é o 1º General das tropas verrogaris e considerado um homem sem par no reino. Guerreiro e militar por predileção, Idor já assinou com grandes pompas seu nome na história de Verrogar, suas inúmeras vitórias sobre os “inimigos” do reino, elevaram seu nome às alturas, e sem exagero Idor é visto pelo povo de Verrogar como um mito, um herói vivo.

Vindo de uma família de altos militares e grandes comerciantes, Idor desde jovem dava mostras de que seria alguém que moldaria o mundo a sua volta, dono de uma personalidade fulminante, e senhor de uma vontade inquebrantável, Idor foi o primeiro alto dignatário a demonstrar abertamente sua fé e predileção pela deusa Crezir, em detrimento do deus “oficial” do reino verrogari, Blator. Na época seus adversários de corte acharam que essa seria sua ruína, mas o tempo provou que todos estavam errados. Idor é um líder nato, ainda que severo ao extremo, e muitas vezes até cruel, não há quem não seja arrebatado por sua imponente figura, o próprio monarca de Verrogar parece um simples adolescente quando lado a lado com lenda viva.
Paltus Valom, O Estrategista
Paltus Valom é o 2º General das tropas verrogaris e poderia ser definido por muitos como um homem sóbrio, outros tantos acrescentariam brilhante ao primeiro adjetivo. De fato, o segundo General das tropas verrogaris é o que se pode chamar de um homem com os pés no chão. Não suficientes esses dois grandes predicados, Paltus ainda é um grande estudioso, profundo conhecedor de história e filosofia, levando-o a ser facilmente confundido com sábios e catedráticos, quando discursa sobre qualquer assunto de sua alçada. Em verdade, Paltus vem de uma família de sábios, historiadores e filósofos; diferentemente de Idor e Avios, Paltus não provêm de uma família com tradições militares, mas sim escolásticas. Esse curioso fato, que contribuiu para que Paltus se tornasse um senhor da guerra verdadeiramente único, começou quando Paltus, ainda um jovem, teve contato com o Tratado de Guerra escrito por um Barão verrogari, cujo conteúdo era de tal maneira completo e cativante, a ponto de Paltus simplesmente ficar apaixonado pelo assunto, tornando-se, sem dúvida, um dos maiores estudiosos da guerra de Verrogar.

Paltus é um homem introspectivo, de longas reflexões e poucas palavras, porém quando essas saem de sua boca quase nunca são vãs, apesar de sua natureza sóbria. Paltus já deu mostras de extrema maestria no que diz respeito a estratégias de guerra. Atualmente, ele está a desenvolver paralelamente a suas obrigações, seu próprio tratado militar baseado em suas experiências como general verrogari, esse volume será chamado “A Arte da Guerra – por Paltus Valom”.
Verdigius Avios
Verdigius é um verrogari nato, poder-se ia dizer 100% fiel ao estereótipo do soldado verrogari, sendo atualmente, o 3º General das tropas deste reino.

Reservado, autoritário, impiedoso, desprovido de remorsos, bom líder, grande guerreiro, mais afeito a combates corporais que a embates mentais, prefere a força ao intelecto. De fato, Verdigius é um grande General, principalmente se compará-lo com a maioria dos generais dos outros reinos tagmarianos; afinal, Verdigius já é um veterano, e os anos de lutas seja como soldado seja como líder de tropas, legou a ele uma experiência invejável. Verdigius é um militar competente, sem grandes deslizes em sua carreira, e talvez em qualquer outro reino isso fosse mais que suficiente para ter uma vida tranquila ou tornar-se até um herói local, mas em Verrogar ser bom não é suficiente. Afinal ser General num reino onde já existem um Idor e um Valom, é realmente uma tarefa, no mínimo, desafiadora. Verdigius tem consciência desse fato, ainda que sua têmpera de militar verrogari o leve a dar pouca importância a esse tipo de coisa, pois de fato Verdigius é mais um leal soldado que um hábil político, e é aí que reside sua maior fraqueza. A despeito do que Verdigius pense, o fato é que o capitão Endus Hafild, “protegido” de Idor, já começa a cobiçar o cargo de 3º General verrogari, talvez para que isso se concretize, não seja preciso mais que um trágico acidente.
Arquiduquesa Maraila, A Donzela de Aço
A quarta no comando das tropas, a Arquiduquesa Maraila é realmente um prodígio, principalmente em se tratando de uma mulher, não que as mulheres não sejam boas combatentes, mas como Verrogar é tradicionalmente um reino governado pela supremacia masculina, é no mínimo curioso quando se encontra uma mulher como soldado, fato extremamente raro. E no caso de Maraila, além de combatente é um general, e o mais importante, possui o incondicional respeito de suas tropas bem como das dos outros generais verrogaris, fato que é um verdadeiro milagre. De fato, as tropas verrogaris em face de incrível habilidade militar de Maraila, seja para comandar, seja no combate corpo a corpo, ao invés de negá-la como superior, passaram a adorá-la como um fetiche de guerra.

Maraila é uma mulher de personalidade muito forte, seu comportamento masculinizado impõe o respeito devido a sua pessoa, sua voz soa sempre imperativa, principalmente quando a frente de suas tropas. Quem pode conhecê-la de perto, tem a impressão existir, por debaixo da couraça que ela veste outra armadura ainda mais impenetrável que não deixa revelar nenhuma fraqueza da 4º General das tropas Verrogaris; aqueles que não conhecem seu caso com Saturk, desconfiam claramente que Maraila é um homem que nasceu no corpo errado, mas até agora ninguém ousou dizer isso em voz alta por motivos óbvios.

Maraila está sempre inacessível para “o resto do mundo”, até mesmo seu primo, o rei, não consegue acesso à Maraila, fato que o aborrece muito. As três únicas pessoas que já conseguiram acesso a pessoa por detrás da general são: o Sumo Sacerdote de Blator, Mahad Saturk, seu amante, que é de fato a única pessoa que conhece os encantos femininos de Maraila; Rens Alicante a quem ela devota um amor paternal; e seu falecido pai Filtor, irmão do ex-rei Attos I, sem dúvida o homem mais importante da vida de Maraila, e quem ela mais amou. Todos os “outros” após algum tempo de convivência, acabam até esquecendo que Maraila é uma mulher, enxergam somente um alto nobre militar verrogari.
Rens Alicante, O sábio
Rens poderia ser descrito como a versão mais velha e sábia do estrategista Paltus Valom, poder-se ia dizer até que a despeito das diferenças físicas, eles seriam pai e filho. A grande diferença entre esses dois escolásticos é que Rens, diferentemente de Paltus, não se interessa em especial pela guerra, sua arte é outra, bem mais sutil e não obstante muito mais difícil de lutar, que exige muito mais habilidade e experiência por parte dos combatentes: Rens é um mestre na arte da política, e suas intrigas palacianas.

Ele é um homem verdadeiramente calmo, que mede todas as suas palavras antes de proferi-las, aqueles que tem a oportunidade de conversar com o ex-conselheiro real muitas vezes tem a impressão de que a idade já começa a lhe pesar, e que Rens pensa demais para responder a questões simples. Mas a verdade é bem o contrário, Rens sabe que em se tratando de política, seja interna ou externa, não existem questões simples, todas as decisões geram consequências, e o velho Rens de fato pensa pelo menos três vezes em todas elas antes de omitir uma opinião.

Rens é o tipo de pessoa que todo monarca deveria ter a seu lado a fim de governar com o mínimo de sabedoria, mas atualmente na corte verrogari, Rens não tem qualquer importância política, seu rival esforça-se ao máximo para anular de forma completa a imagem do velho conselheiro, e o monarca faz ouvidos moucos a tudo que Rens fala. Idor sabe que ele é um homem perigoso no caminho de suas ambições, e Rens tem ciência disso. O velho conselheiro alimenta a impressão de que Attos II não é um monarca tão ruim quanto parece, mas sim, mal aconselhado pelas palavras sempre sangrentas que o 1º General das tropas lança a seus ouvidos. Rens acredita que se Verrogar tem um câncer, esse câncer se chama Idor Maximus.
Endus Hafild, O Brusco
Endus é um militar carreirista, profundo devoto de Blator. Homem reservado e taciturno, de palavras ásperas e frases curtas, produto de uma tradicional família de grandes militares verrogaris. A família Hafild, ao longo da história do reino, sempre tem produzidos bons combatentes e líderes para os exércitos de Verrogar. Com Endus, a família Hafild, para seu orgulho, já concebeu doze capitães das tropas; embora Endus se considere orgulhoso de seu posto e um funcionário bem-sucedido na máquina governamental verrogari, este trabalha secreta e incessantemente para se tornar o primeiro General da família Hafild, visando gravar definitivamente seu nome nos anais da história de seu clã. Já há algum tempo, Endus cobiça o cargo de General pertencente à Verdigius, e para tal empreitada Endus não medirá esforços.
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