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Dantsem

Dantsem

“... Se os verrogaris querem pegar em armas contra nosso povo, que venham! Eles dizem serem os maiores guerreiros que existem, mas eu digo, que um homem lutando pela sobrevivência das coisas que ama não encontra par no campo de batalha! Se nós não nos levantarmos contra essa força que ameaça tudo que nos é mais sagrado, quem se levantará para defender nossos velhos, nossas mulheres e nossas crianças? Por isso, se os verrogaris insistirem em cruzar as nossas fronteiras para tentar nos despojar do que é nosso por direito, eu digo, QUE VENHAM! Eu levarei uma centena deles gritando comigo para o reino de Cruine antes que eu caia! Vida longa ao rei da esperança!...”

Kolich Dejanim, General e Conselheiro da guerra de Dantsem.

Encravado na porção centro-leste de Tagmar, Dantsem atualmente mantém fronteira com Eredra e Verrogar, além de ser banhado pelo mar do leste. Antes das invasões verrogaris, mantinha também limites com Marana. País de clima tropical em sua maior parte, Dantsem possui um vasto litoral (proporcionalmente ao seu tamanho), contando com algumas serras na região sul perto dos limites com Eredra e parcas florestas em seu território, sendo mais comuns os bosques espalhados pelo país. Os verões costumam ser secos e amenos, mas com curta duração, e os invernos por sua vez, são frios e longos. A porção central do país tem algumas planícies, aproveitadas para a criação do gado e o recente treinamento de tropas de cavalaria. Por todo o país há lavouras, sendo as principais de trigo e cevada.

Estudos realizados por expedições de pesquisas de Runa, afirmam que a fundação do reino de Dantsem remonta aos tempos antigos, estando por volta de 400 D.C.. Segundo esses estudiosos, uma disputa pela sucessão do patriarca dividiu os membros de uma importante família guerreira que vivia ao norte dos Montes Solomor. Muitas batalhas ocorreram e muito sangue irmão foi derramado até que o grupo liderado por Crássio de Alimarus terminou por vencer. Os derrotados foram banidos da região, rumando para o sul, em busca de uma nova terra, região hoje conhecida como Dantsem.

Durante a travessia dos Montes Solomor, Leônio de Alimarus – irmão mais novo de Crássio – demonstrou sua capacidade de liderança, assumindo as responsabilidades com decisões importantes e agindo de forma rápida nas situações difíceis. Ele acabou por ser aclamado como o novo patriarca, aquele que encontraria um novo lar para seu povo, e proporcionaria um futuro mais promissor a toda aquela gente.

Durante a peregrinação em busca de uma terra livre e fértil, o grupo de Leônio aumentou consideravelmente, e mesmo com as doenças e mortes em batalhas contra criaturas hostis, a tribo quase dobrou de tamanho em menos de dois anos. Quando finalmente conseguiram atravessar os montes, se depararam com um grande rio de águas cristalinas e infestado de peixes, cujo religiosos da tribo garantiam emanar boas energias, que denominaram como a “aura de Ganis”. Leônio então batizou o rio de “rio Aura” e seguiu sua correnteza, acreditando que o rio sagrado os levaria ao local perfeito para a fundação de uma nova vila. Muitos membros da tribo não quiseram esperar e acabaram por fundar suas próprias vilas e aldeias ao longo do rio.

Os que permaneceram ao lado de Leônio, após mais algumas semanas, encontraram o mar e, na foz do rio Aura, foi fundada em 405 D.C., a vila de Leônio que, devido ao crescimento desenfreado da população, logo se tornou uma cidade. A cidade de Léom. As tribos que se formaram a partir da peregrinação de Leônio, se desenvolveram isoladas umas das outras, transformando-se em tribos independentes.

Em 425 D.C., Léom já era uma grande e movimentada cidade, quando Leônio morreu vitima da febre, sem deixar herdeiros. As diversas tribos existentes ao longo do rio Aura, e outras vindas dos montes, reclamaram o direito de governar Léom, o que deu início a uma nova guerra entre o povo. Em apenas dez anos, a cidade já havia mudado de governo cerca de quinze vezes, e sempre por meio de intensas batalhas que terminavam por destruir boa parte da cidade e das plantações, forçando ao novo governo investir todos os recursos disponíveis para a reconstrução, até que outra guerra viesse e destruísse tudo novamente.

Foi em meio a esse cenário de caos que surgiu um jovem guerreiro, conhecido apenas como Dante, filho de fazendeiros e dotado de grande coragem, inteligência e carisma. Orador nato, suas palavras saiam com incrível facilidade e atingiam fundo os corações dos homens. Dante reuniu o maior exército que Léom já vira e varreu toda a região encerrando conflitos, arrebanhando novos seguidores e punindo os poucos que ousavam se opor as suas conquistas. No ano de 440 D.C., Dante – com apenas vinte e cinco anos – já havia unificado todas as tribos, sendo consagrado o rei supremo. Estava criado assim, o reino de Dantsem.

Muitos séculos se passaram e Dantsem prosperou. A cidade de Léom foi murada, portos construídos, outras cidades fundadas, e grandes terras a noroeste dos Montes de Solomor foram incorporadas ao reino, que passou a ter acesso ao lago Denégrio. Data deste período os primeiros contatos e próspero comércio com outros reinos estabelecidos... Até que em 1232 D.C., toda a história recente do reino sofreu uma grande reviravolta. Sem nenhum aviso, Verrogar invade Dantsem com dois grandes exércitos. Um ao norte, cortando seu acesso ao lago Denégrio, e outro pelo reino de Eredra, ao sul. O reino de Verrogar, nesta época, era um dos aliados declarados da Seita Bankdi, que já tinha conquistado Eredra, e usou de sua aliança para tomar rapidamente o reino. A tomada do norte foi relativamente fácil, mas os Verrogaris enfrentaram uma dura resistência na capital Léom. Mesmo após terem tomado praticamente o reino inteiro de Dantsem, os Verrogaris não conseguiram capturar Léom, e a cidade foi sitiada. O cerco durou 9 longos anos até que em 1241 D.C., não aguentando mais ver seu povo passando fome e prisioneiro de sua própria cidade, o rei de Dantsem faz um acordo com os verrogaris e optam pela rendição. Por este acordo foi deixado que a corte se retirasse do reino e Verrogar anexou, por fim, o reino como uma província. No início, a ocupação não foi tão problemática, mas aos poucos se iniciou uma perseguição aos sacerdotes de Maira, Sevides e Ganis. Com o passar do tempo a situação foi piorando, com o povo forçado a trabalhos escravos, quando em 1290 D.C., o monarca de Verrogar é deposto e os demonistas assumem o controle de Verrogar e de Dantsem. Iniciou-se uma fase negra onde os cultos aos deuses foram banidos e onde a Seita tentava se impor como a nova fé. Mesmo oprimido, o povo mantém sua fé nos verdadeiros criadores. Mais de um século se passou, até que em 1406 D.C., com a derrota e expulsão dos demônios, os Bankdis inesperadamente abandonam o reino de Dantsem. A ordem se restabelece e quem assume o controle local é um conselho formado por 8 sábios. Durante o período da Unificação os descendentes da antiga dinastia retornaram a Dantsem, e com a morte do O Mais Sábio, instigaram o povo a se rebelar contra Saravossa. Em 1451, reassume a coroa o rei Avena Olives, pai do atual rei de Dantsem. Com o fim da Unificação o reino voltou a sua pacata vida. Sua principal fonte de riqueza voltou a ser a agricultura, desenvolvida principalmente no sul e ao longo do rio Aura. A pescaria é uma outra atividade de destaque em Dantsem. O principal porto é o da capital, Léom, mas há diversos outros espalhados pelo país. Sua população litorânea se dedica em sua maioria, às atividades relacionadas ao pescado. Muitos barcos existem em Dantsem, desde os pequenos até os grandes navios pesqueiros. Além disso, algumas comunidades Dantsemianas humanas do litoral dominam uma técnica de pescar por meio do mergulho, usando apenas lanças especialmente preparadas ou pequenos arpões. Dessa atividade resulta a coleta de mariscos como lagostas e camarões raros, que são vendidos a preços exorbitantes nos mercados locais. A maior parte da produção de Dantsem se destinava ao consumo nacional, sendo que uma pequena porção, após devidamente preparada, era comercializada com Verrogar. Hoje, como isso não mais é possível, os comerciantes da pesca de Dantsem tentam vender o seu excedente nos portos de Marana e Eredra, enfrentando a alta concorrência local e preços bem abaixo do que aqueles aos quais estavam acostumados.

Na Península do Mar (aquele “bico” no mapa de Dantsem) estão os Montes Dourados, de onde mineradores de toda parte extraem o cobre que Dantsem usa na fabricação de diversos utensílios (objetos de cozinha, móveis decorativos, confecção de ligas de metal, armas e armaduras, entre outros) e exporta para outras localidades. Ao redor dos Montes muitas vilas e algumas cidades crescem de modo desordenado, orientados mais ou menos pela extração do metal comum.

Dantsem produzia também um couro muito apreciado por artesãos e guerreiros para a confecção de roupas, armaduras e bainhas, além de outros equipamentos pertinentes. O produto é oriundo de um tipo de boi de pequeno porte, chamado rudião, que é criado exatamente na braça de terra que hoje é dominada por Verrogar. O tal couro, conhecido e admirado em toda Tagmar, tinha sua fonte de obtenção mantida em segredo e, aparentemente, continua sendo assim. Os comerciantes de couro de rudião estão entre os mais ricos de Dantsem, mas tiveram de fugir às pressas, deixando suas cabeças de gado para trás. O rudião está para o boi comum assim como o pônei está para o cavalo comum. O couro do animal é de extrema resistência, tendo alta durabilidade depois de curtido e preparado.

O reino possui boas estradas, construídas em outras épocas para suprir a necessidade de transporte de suas caravanas, que levavam o excedente agrícola para o norte e nordeste de Tagmar e permitiam também a passagem das imensas caravanas de grãos de Eredra. Hoje, os caminhos são mais utilizados para o transporte de tropas e a recepção de forasteiros que desejem se incorporar ao exército local. Antigas vilas de beira de estrada estão até intensificando suas atividades comerciais por conta da chegada de estrangeiros, mas a presença de tanta gente acaba elevando o nível da violência e de crimes como furtos e homicídios. Como o governo do país não está conseguindo dar conta de organizar nem seus exércitos de modo adequado, o que dizer das milícias locais...

Governo

O sistema de governo de Dantsem é uma monarquia, onde o rei é assessorado por um conselho de oito membros que se ocupam de diversas áreas. Apesar disso, e de ter o voto de Minerva, o rei normalmente não é contrariado em suas opiniões se assim ele desejar. O rei de Dantsem é Azuma Olives, chamado pelos elfos de Âmiem de Zeanu Azuma (Azuma, o rei da esperança). Ele é um humano de trinta e cinco anos, casado com uma meia-elfa chamada Mirna Tarama, possuidora de beleza e simpatia cativantes, capaz de conquistar elfos, humanos e meio-elfos com a mesma desenvoltura. Eles ainda não possuem herdeiros.

Azuma já era o rei na época dos desentendimentos que iniciaram as guerras entre Dantsem e Verrogar, e mesmo à distância, mantinha boas relações com o então rei Attos I. O episódio que ocasionou a morte de um dos príncipes verrogaris (o filho mais novo de Attos I) até hoje é tido pelo rei Azuma, como uma desculpa esfarrapada, ou pior ainda, uma armação a fim de transtornar o rei Attos I e fazer com que ele tomasse a decisão de declarar guerra a Dantsem.

Os oito conselheiros de Dantsem estão divididos de acordo com as áreas das quais devem cuidar, sendo que devem prestar contas de seus atos apenas ao rei. São eles: Alvari de Arnom, meio-elfo de cento e três anos, sacerdote de Sevides; Barão Felas Irlim, humano de cinquenta e dois anos; Cedril Valtore, meio-elfo comerciante de oitenta e dois anos, prefeito de Léom; Aliel Miliaie, elfo-dourado de muitos anos; Visconde Dumberor Alto, humano de quarenta e nove anos; Eldem Eldinir, humano de cinquenta e três anos, Sumo Sacerdote de Maira, conselheiro religioso do rei; Frido Alester, humano de quarenta anos, capitão de marinha e grande comerciante; e, o mais recente entre eles, Kolichii Dejanim, humano de trinta e nove anos, exímio guerreiro.

Todos os conselheiros são escolhidos pelo rei. Os cargos não são vitalícios: tudo depende da conveniência e oportunidade vislumbradas pelo monarca. Da mesma forma, ele tem o poder para criar uma nova função do conselho ou extinguir uma já existente. Tais cargos são disputadíssimos, principalmente entre os humanos, que os vêem como uma chance de elevar o prestígio e até mesmo adquirir um título de nobreza.

O exército de Dantsem possui uma organização bem semelhante ao de Verrogar, com pequenas frações de tropas chamadas de pelotões, composta por cerca de cem soldados e vinte arqueiros. Essas frações têm cinco homens à frente, coordenando suas ações (eles estão sempre a cavalo) e são os Suboficiais. No comando efetivo dos pelotões existem os Tenentes. Três pelotões como o citado mais um esquadrão de cavalaria (cerca de cinquenta conjuntos homem-cavalo) compõem as companhias de guerra de Dantsem, que são lideradas por Capitães. Com o recrutamento indiscriminado de místicos (na sua maioria iniciantes e inexperientes), há boatos que existem as Baterias Arcanas, que são compostas por grupos pequenos de magos e rastreadores, de quinze a vinte membros, e lideradas por um Mestre Capitão. Muitos rastreadores também compõem as companhias, seja como infantes ou cavaleiros, atuando normalmente como batedores. Há ainda as chamadas Tropas Selvagens, que são compostas pelas bestas capturadas e dominadas (com magia ou não) e por guerreiros bárbaros, sendo lideradas pelos seus chefes tribais. Todo esse efetivo fica sob o comando de alguns generais, normalmente de cinco a sete e que Azuma, após consultar Kolichi, designa.

Apesar de muitas funções e divisões, o que por um lado torna o exército bem especializado, o controle dele é difícil, devido principalmente à falta de preparo e de concatenação de idéias de alguns líderes de fração: muitos dos tenentes e capitães são jovens inexperientes, e algumas vezes, inconsequentes, que estão substituindo seus antigos comandantes mortos em batalha. Os líderes bárbaros sempre reclamam do dinheiro recebido, além de comumente iniciarem combates contra as próprias bestas que estão a seu serviço. Há uma desconfiança mútua entre as tropas selvagens e as baterias arcanas, o que provoca desentendimentos até mesmo em simples reuniões.

História Recente

Quando houve o desentendimento com os verrogaris, o visconde Dumberor não pôde comparecer ao encontro que serviu de estopim para a crise, enviando para tal quatro de seus melhores representantes. Isso porque a idéia do rei verrogari de fazer uma estrada ligando a capital Treva até Léom, agradava muito os de Dantsem, principalmente pela oportunidade de elevação nos lucros com pedágios e impostos. Certamente o acordo teria sido realizado se não houvesse a interferência dos generais de Verrogar.

A notícia da morte de um dos jovens filhos de Attos I, e a consequente declaração de guerra, caíram como uma chuva de pedras em Léom. A alta nobreza, o conselho (na época composta de sete membros), e o próprio rei se viram diante de uma situação complicadíssima e permeada de dúvidas diversas: como aplacar a fúria verrogari? Como mobilizar a tempo um exército à altura? Por que não enviar uma comitiva com nobres até Treva e esclarecer os fatos? Por que os homens da mais alta confiança de Dumberor e tão capacitados na arte diplomática matariam um príncipe de Verrogar dentro da Casa Real verrogari? Quando se iniciou a marcha das tropas de Verrogar rumo a Dantsem, o exército Dantseniano mal havia sido convocado: muitos homens trabalhavam nos campos ou estavam dispensados do serviço, restando apenas um efetivo residual capaz de lidar com os problemas das cidades e de compor a guarda real. A convocação às pressas e as notícias de que as tropas verrogaris se aproximavam com rapidez causaram pânico no povo. Muitos desertaram ou nem mesmo se apresentaram durante as convocações.

As tentativas de negociação por parte de Dumberor com as tropas de Verrogar estacionadas na fronteira resultavam sempre na morte e decapitação dos mensageiros, que eram trazidos de volta por seus cavalos. O combate foi inevitável e o resultado o pior possível para Azuma e seu povo: Verrogar se apoderou de uma enorme faixa de terra, bastante fértil e de ligação com Marana, onde se situam as criações de rudião e onde fica o porto de Calinior, conseguindo acesso ao mar e domínio das embarcações que lá estavam, reduzindo consideravelmente a distância até a capital Léom.

Por algumas vezes Azuma ainda tentou apelar para a diplomacia, mas diante das respostas nada amistosas, decidiu contra-atacar. Por ser considerado um monarca de temperamento sóbrio e equilibrado, justo com seus súditos, Azuma conseguiu incentivar os Dantsenianos e convencê-los de que a guerra seria a única maneira de impedir a subjugação por parte dos verrogaris.

Há tempos, o rei Azuma recebeu a visita de uma comitiva de elfos. O assunto tratado, em uma reunião particular com o rei, é de desconhecimento do povo e até da realeza de Dantsem. Não se sabe nem de onde tais elfos vieram. Apenas deduziu-se, pela riqueza das vestes usadas, serem elfos nobres.  De alguma forma o comportamento de Azuma foi “renovado” após tal fato, sendo visível um semblante de maior vigor e confiança.

Entretanto, o exército de Dantsem é inexperiente e pequeno se comparado ao de Verrogar. Além disso, muitas das frações de tropas Dantsemianas beiram ao amadorismo devido às raras convocações que tinham de responder. Muitos dos militares não dependiam apenas do soldo para viver, tendo outras ocupações nos longos períodos de paz, como agricultores, artífices, pequenos comerciantes, criadores de gado, entre outras. Num primeiro momento, após ser nomeado o conselheiro de guerra, Kolichi Dejanim, conseguiu junto com seus generais, convocar cerca de onze mil homens (homens no sentido de pessoas, uma vez que muitos adolescentes compõem as fileiras de suas tropas). Pequenas escolas de guerreiros espalhadas por todo o país foram reativadas de um dia para o outro, sendo que a maior delas fica em Léom: a Sacra Escola de Guerra, cujo organizador e dirigente principal é Katrius Dejanim, irmão de Kolichi e sacerdote de uma ordem guerreira de Blator.

 

Sabendo – ou pelo menos desconfiando - do desejo de Attos II de chegar a Léom e destroná-lo, Azuma tem mantido suas tropas acampadas próximo às fronteiras norte e nordeste, além de navios (recém preparados para a guerra) ancorados próximo ao porto de Calinior, como forma de tentar barrar uma forte ofensiva e dar tempo às tropas interioranas de se preparar para o combate que poderá ser o derradeiro.

 

Dantsem não mantinha escolas regulares de treinamento para seus guerreiros e seu exército. Essa nova despesa, aliada à significativa redução na mão-de-obra disponível e na consequente produção, está fazendo com que o país mergulhe rapidamente na miséria. Os anos de guerra se passam “lentos”, a tortura psicológica e o cerco que Verrogar vai gradativamente apertando estão levando à população ao desespero. Todos, inclusive o rei, sentem essa angústia. As medidas desesperadas refletem isso. Saques em plantações começam a se tornar comuns. Navios que partem para buscar alimentos e não mais retornam já não são mais uma possibilidade, mas sim uma certeza. Frações inteiras de tropa compostas por bárbaros debandam para o lado verrogari, mesmo que o preço seja só tomar um vinho e comer um pão melhor.

Aliado a isso, de Âmiem já vem se mantendo em silêncio por um tempo maior do que o de costume, o que faz Azuma e seus conselheiros temerem pelo pior: a retirada do apoio dos nobres dourados.

O Povo de Dantsem

A população Dantsemiana possui em sua composição uma discreta maioria de humanos, sendo que muitos meio-elfos e pequeninos vivem no país, que ainda conta com representantes das raças dos anões e dos elfos, além de outras criaturas não civilizadas que aqui estão vivendo, seja por vontade própria, seja como escravos.

Ao contrário do que ocorre em outros países, os pequeninos de Dantsem estão mais integrados à sociedade humana, sendo difícil encontrar vilas isoladas (pelo menos para os humanos é difícil). Muitos deles estão entre os pequenos comerciantes e agricultores, sendo que as famílias mais conhecidas aqui são: os Medfricas (os mesmos de Verrogar), os Caiabolsa, os Dentefora, os Gridedique e os Cassir, sendo que estes últimos são uma espécie de “exceção” entre os seus primos por serem abastados devido ao seu “segredo de família”: a produção de uma bebida fermentada de alto teor alcoólico, apreciada por nobres de toda parte (a bebida é feita a partir da fermentação do arroz que os Cassir cultivam. Eles a chamam de perrita e a comercializam em odres de couro de meio litro pelo simbólico preço de duas moedas de ouro a unidade). Muitos pequeninos com o advento da guerra, estão sendo recrutados para prestar serviços no exército, como batedores, espiões ou mesmo assassinos especializados. Certo é que nem todos atendem à convocação, mas ainda assim muitos são os pequeninos vistos no exército em comparação com as forças de outros países. Suas habilidades furtivas têm sido um diferencial na guerra de bastidores contra Verrogar.

Os meio-elfos de Dantsem estão dispostos na pirâmide social de forma semelhante aos humanos, figurando desde vilões mais comuns, até os que ocupam cargos importantes na condução do reino. A única diferença é que os meio-elfos não toleram a servidão, que infelizmente, para muitos humanos em Dantsem, é a sua posição na escala social. Sua ligação com os humanos é particularmente forte devido ao grande laço de compreensão que há entre os de Dantsem e os de Âmiem. O destaque fica por conta dos arqueiros das tropas Dantsemianas, que são em sua maioria ou meio-elfos, ou outras raças treinadas por eles.

Muitas famílias de anões estavam aqui antes mesmo de o país se chamar Dantsem, ocupando as regiões de serras e de montes e trabalhando na mineração, construção civil e prestando serviços como ferreiros, ourives ou escultores. Com a instalação de uma sociedade organizada por humanos (denominada por eles de Dantsem), as famílias anãs continuaram vivendo nos mesmos locais em que estavam, uma vez que tiveram suas atividades e habitações respeitadas, tendo é claro, que contribuir com impostos como todos os outros. Muitos mestres-anões são levados para Léom e para outras cidades importantes para prestarem serviços especializados, sendo considerados uma mão-de-obra refinada (e cara!). Anões de vários clãs estão no exército Dantseniano. Com a recente convocação desordenada de soldados, os anões acabam muitas das vezes, ocupando cargos de chefia devido a sua capacidade em combate. Além disso, alguns dos sacerdotes da raça, servos de Blator, têm sido convocados às pressas para trabalhos de orientação e divulgação junto à tropa que ora se forma.

A maior parte dos elfos habitantes de Dantsem veio para o reino após saírem de Verrogar. Hoje, muitos são mestres a serviço do rei, trabalhando como instrutores em escolas, prestando serviços desde a alfabetização até o ensinamento das artes arcanas. O grande número de mercenários contratados por Dantsem preocupa profundamente os elfos, que se negam até o último instante a ensinar magia de maneira desordenada e inconsequente a qualquer um. Mas, diante da urgência trazida pela guerra, eles acabam tendo de selecionar aqueles que aparentemente são mais aptos e iniciá-los como magos e rastreadores.

A guerra inesperada faz com que medidas extremas sejam tomadas em Dantsem: adolescentes de quatorze anos já são considerados aptos para serem soldados, mesmo sem treinamento, desde que tenham coragem suficiente para enfrentar um verrogari (recebendo para isso um penacho branco que ostentam em seus elmos com orgulho pueril). Parte da frota pesqueira está sendo transformada em navios de captura, que vão até o sul de Tagmar e de lá trazem criaturas selvagens (como orcos, ogros e trols) para que sejam adestrados ou magicamente dominados a fim de servirem como armas de guerra vivas (não raro são os incidentes e acidentes, nos quais as criaturas fogem, rebelam-se contra o próprio exército ou simplesmente entram em colapso devido a fatores como alimentação ou clima e sucumbem antes mesmo da batalha). Feras das terras do sul também estão sendo capturadas para serem usadas como montarias ou mesmo armas, como é o caso de elefantes, tigres e leões. A magia está se tornando algo banal, sendo que qualquer um que queira aprendê-la é considerado digno de tal. Os elfos que servem ao exército real muitas vezes se negam a repassar tais ensinamentos, mas muitos humanos o fazem sem hesitação (esse pensamento élfico gera um sentimento de revolta em muitos humanos, que não entendem porque o povo da bela raça se nega a ensinar magia para que ela possa ser usada contra os verrogaris, conhecidos como assassinos de elfos).

Muitos mercenários vêm de toda a parte tentar emprego no exército Dantseniano. Há casos de tribos inteiras de bárbaros do sul que aqui estão servindo ao exército. A promessa de dinheiro, em caso de vitória contra Verrogar, alimenta os seus sonhos mais ambiciosos. Mas enquanto ela não vem, há casos de mercenários que acabam traindo suas tropas passando informações para o lado verrogari, quando eles mesmos não trocam de lado. O governo está começando a adotar o indulto da guerra, por meio do qual os criminosos e prisioneiros do estado têm suas penas perdoadas desde que passem a compor as fileiras do exército. Claro que o indulto da guerra é visto por muitos criminosos libertados como uma chance de continuar as suas atividades ladinas de modo “legitimado”.

Os principais deuses em Dantsem são Maira e Sevides. Ganis é bem representada nas áreas litorâneas, sendo reconhecida e tendo seu culto permitido e incentivado pelo rei. Recentemente, Blator ganhou grande destaque, sendo praticamente o único do qual se ouve falar nos acampamentos militares e nos fortes de guerra. Há em Léom uma belíssima catedral, de tamanho descomunal, toda ornada com jóias e metais preciosos dedicada à deusa Maira. Nela fica a sede da Ordem dos Três Poderes Naturais, cujo Sumo Sacerdote é Eldem Eldinir. O prestígio de Eldem é tamanho, que ele é, como já descrito, o conselheiro espiritual do reino e conselheiro de Azuma. Pelo país há diversos templos de Sevides espalhados, todos dirigidos por sacerdotes da Ordem Espiritual, Mão Acolhedora, cuja sede fica também na capital, e o grão-mestre é Lidjnir Alpini, um elfo-florestal de cerca de duzentos anos, extremamente sábio e adorado pela população Dantsemiana. Suas palestras e seus cultos são visitados até mesmo por seguidores de outros deuses, que sempre vêm com a certeza de ouvir palavras puras, reconfortantes e de grande sabedoria (o que é extremamente bem vindo em períodos de crise como o atualmente vivido em Dantsem). Lidjnir foi convidado diversas vezes pelo rei Azuma para compor o seleto grupo de conselheiros, mas o sacerdote sempre com elegância e extrema diplomacia, nega-se.

Ao contrário do que se possa pensar, Lidjnir Alpini e Eldem Eldinir mantém boas relações, sendo bastante comum ver os dois se trancarem por horas e horas dentro de uma das bibliotecas de seus respectivos templos para conversarem e jogarem uma “rápida partida de xadrez”, como gostam de dizer.

Principais Cidades e Locais de Interesse

Léom

Dantsem não possui muitas cidades que se destaquem por seu tamanho, sendo a única realmente grande e que possui intensa movimentação é Léom, a capital. O centro de Léom, propriamente dito, e onde se situam o Castelo da Bruma, sede do governo, e a maior parte das residências de nobres e grandes comerciantes, fica distante cerca de dez quilômetros do porto. O local é uma parte mais antiga da cidade, com belas casas de carvalho e de outras madeiras de lei, sendo que apenas as construções mais recentes são feitas de pedra. Há também uma quantidade considerável de hospedarias e tabernas, além de muitos estábulos espalhados pela cidade. Na Praça do Enforcado, local que há tempos atrás já foi muito utilizado para execuções de criminosos, hoje ficam os pontos de parada de caravanas e as principais casas de comércio da capital.

Em Léom, um pouco de tudo se encontrava antes da guerra, devido principalmente ao que chegava por mar. Pelos seus diversos portos e a proximidade com o sul de Tagmar, Dantsem (e mais especificamente Léom) se acostumou ao exótico: muitas criaturas estranhas eram, e ainda são vistas circulando nas mãos dos comerciantes, seja como produto ou como segurança; pessoas falando uma língua diferente se cruzavam a todo o momento; os marinheiros sempre traziam histórias de povos do mar, peixes gigantes e, não raro, tinham uma prova para mostrar (como um braço arrancado ou um arpão de metal desconhecido preso ao casco do navio). A capital ainda experimenta tal clima de miscigenação de culturas, só que agora sob uma atmosfera óbvia de tensão.

Existem em Léom quatro grandes bibliotecas, que merecem destaque não só pelo seu tamanho, mas por seu acervo também. São elas: a biblioteca do Castelo das Brumas, cujo curador é Barão Felas Irlim, que pessoalmente se dedica a cuidar de tudo que está sob a responsabilidade da biblioteca (ela na verdade é uma espécie de museu e galeria de arte ao mesmo tempo em que é biblioteca, possuindo diversas obras de escultura, pintura, armas e armaduras antigas, documentos de tempos que apenas os elfos se recordam, entre outras raridades); as bibliotecas dos principais templos da cidade (de Maira e de Sevides) cujos responsáveis são os respectivos sacerdotes; e a biblioteca pública, que funciona em um andar do prédio da prefeitura de Léom, e tem um acervo bem variado, sendo que seus principais documentos hoje interessam mais aos comerciantes do que aos eruditos. O acesso a esta última é liberado a qualquer um que queira pagar as cinco moedas de cobre que o prefeito Cedril Valtore instituiu como taxa de visitação. No caso das outras, o acesso é limitado à autorização expressa e pessoalmente dada por seus curadores.

Léom possui um porto bem grande, talvez somente perdendo em tamanho e importância para o de Muli, em Conti. Sua posição estratégica, um pouco ao norte da Península do Mar e “dos caminhos que levam ao temido oceano do sul”, o tornam quase que uma parada obrigatória para aqueles que ainda não pararam em Calinior. Há diversos ancoradouros para os pequenos navios pesqueiros, para os grandes veleiros e para as galeras também. O comércio é intenso, sendo fiscalizado por uma milícia bem estruturada nos tempos de paz, e que agora está reduzida a um efetivo ínfimo e corrompido. Nos dias de chegada de grandes frotas, é possível se ver produtos oriundos de partes diversas de Tagmar, artesanatos estranhos e objetos raros aos olhos Dantsenianos. Próximo ao cais principal, sobre uma encosta bem íngreme e tendo uma visão de tudo o que ocorre lá embaixo, fica o Forte do Recife, a prisão oficial de Dantsem. Aqui os prisioneiros ficam abandonados à própria sorte e aos caprichos de seus algozes. O Forte tem tal nome por que nos fundos da construção, atrás dos complexos de celas, há um enorme alçapão cuja “vista” dá para os recifes que ficam a trinta metros abaixo. É comum que os prisioneiros sejam lançados de tal alçapão (de acordo com o humor dos guardas da prisão), só lhes restando apreciar a bela visão das ondas quebrando nos rochedos antes que os arautos de Cruine surjam para levá-los.

Calinior

Calinior, a cidade do porto do norte, é especialmente bela e conhecida por suas praias, de águas límpidas e peixes abundantes. A parte do porto é bem estruturada, com cais novo e constantemente reformado. Os comerciantes locais, associados da Liga da Concha e sob a tutela de Perizi Marcas, mantêm uma milícia com verbas próprias a fim de que os clientes e frequentadores do local não tenham problemas com gatunos e bestas que rondam Dantsem. A cidade ainda conta com muitas lavouras ao longo de suas estradas, sendo comum também as plantações de árvores cujas castanhas e sementes retiradas, são usadas para obtenção de tinta para tecidos. Com a invasão das tropas verrogaris, a debandada em Calinior foi grande, mas ainda assim, diante do clima tenso e nada salutar, a Liga da Concha está mantendo o funcionamento de suas atividades da forma que melhor consegue. Os integrantes da Liga começam a viver em Léom, mas há muitos de seus prepostos que coordenam as atividades em Calinior.

Novini

Ao sul, perto das serras fronteiriças à Eredra, fica Novini, cidade eminentemente agrícola, detentora de técnicas muito apuradas e que se aproximam das dominadas pelos moradores de Eredra. Suas plantações são enormes, destacando ao norte da cidade as de uva. O prefeito de Novini é Irgum Foicero, um humano agricultor de discurso limitado, mas com uma capacidade de liderança invejável. A guerra ainda não foi percebida em toda a sua intensidade pelos novinianos no que tange ao perigo, mas as altas cargas tributárias têm provocado revoltas nos trabalhadores e comerciantes locais. Nos bosques de Novini nasce uma flor azulada, com uma coroa de cerca de dez centímetros de diâmetro e que possui um cheiro bastante adocicado, aproximando-se do cheiro de mel. Ela é rara, surgindo apenas na primavera. Dizem que são bastante procuradas por magos para ser usada em poções de levitação e telecinese, de acordo com os ingredientes combinados.

Porteval

Ao noroeste de Dantsem, bem perto da fronteira com Verrogar (e Treva) fica a cidade de Porteval. Um entreposto antigo, com construções fortificadas e preparadas para as atividades alfandegárias e belicosas. Hoje Porteval está inteiramente ocupada por tropas e como a ofensiva em direção a Calinior praticamente não conheceu resistência, os generais de Verrogar ignoraram Porteval num primeiro momento. Agora, com as tropas estacionadas, Attos II vê em Porteval a possibilidade de anexar mais uma porção importante do território de Dantsem e aproximar ainda mais suas fronteiras com Eredra.

Isalibel

Na porção central de Dantsem, a única cidade de destaque é Isalibel, grande produtora de equinos e possuidora das forjas mais importantes de Dantsem. Aqui, meio-elfos e anões vivem como se estivessem em suas respectivas terras, sendo que humanos são a minoria. Todo o metal arrecadado por Dantsem é trazido para cá, para que os mestres ferreiros o transformem em armas, armaduras, escudos, elmos e outros utensílios próprios para a guerra. Os anões daqui mantêm contato direto com seus primos que trabalham nos Montes Dourados. Os meio-elfos têm destaque na criação dos cavalos e pôneis, que são habilmente adestrados (antes para o serviço e agora para a guerra).

Rumores e Intrigas

Devido aos horrores que a população vem sofrendo com o cerco verrogari, inúmeras estórias vão sendo criadas e contadas, (muitas com extrema riqueza de detalhes) talvez como forma de conforto, talvez simplesmente devido a uma crescente paranóia advinda do medo da queda do reino e subsequente morte de seus cidadãos.

Uma dessas estórias, (ou rumores) dá conta de um embargo comercial vindo de Eredra, num futuro bem próximo, fechando assim ainda mais o cerco contra Dantsem, uma vez que seu único vizinho fronteiriço se fecha em seu território e se nega a qualquer tipo de transação.

Alguns mais extremistas, afirmam com admirável convicção que o rei verrogari Attos II, assessorado por seu tutor e braço direito, Idor Maximus, está em vias de fato de fechar um tratado de aliança com o Triunvirato de Eredra, onde asseguraria a paz inviolável e proteção verrogari contra outrem pelos próximos cem anos, e uma cláusula de irrestrito relacionamento comercial entre os dois reinos. E onde Eredra afirmaria seu apoio a Verrogar mandando seus exércitos para as fronteiras com Dantsem, e proporcionando livre acesso às terras de Eredra aos exércitos verrogaris, para que esses pudessem fazer investidas ao coração do reino Dantseniano através de sua porção oeste e sul. Se há qualquer verdade nesses boatos, certamente essa será a perda definitiva do reino de Dantsem.

O rei Azuma Olives sabe das intenções de Attos II com relação aos Montes Palomares, isso graças ao bom trabalho de seus espiões pequeninos. Diante da situação, ele já comunicou o fato aos aliados de Âmiem e também está preparando uma expedição para seguir ao local e tentar descobrir o que pode estar atraindo tanto a atenção da Casa Real de Verrogar – se suas suspeitas forem confirmadas, o motivo da atração poderá ser o diferencial entre ganhar ou perder a guerra, o trono e a cabeça.

Outros rumores dão conta de que já há algum tempo o Visconde Dumberor Alto, vem mantendo escusas negociações com a alta cúpula verrogari. Dizem que a sua providencial impossibilidade de ir pessoalmente de encontro ao rei Attos I, não foi mera coincidência, mas sim um prévio acordo entre Dumberor e o grande general verrogari, Idor Maximus, e que seus famosos quatro habilidosos representantes não seriam mais que peões dispensáveis nessa trama. Entre as inúmeras especulações a cerca da traição de Dumberor, ressalta-se que o próprio rei verrogari Attos II, comprometeu-se com Dumberor que se esse lhe entregar a cabeça de Azuma, literalmente em uma bandeja dourada, Dumberor seria recompensado com o trono Dantseniano, e o reconhecimento de seu título pela coroa de verrogar. Assim o outrora reino de Dantsem, passaria a ser um mero vice-condado verrogari.

Em relação à inexplicada visita de elfos à Dantsem para uma reunião particular, eram, em verdade, uma comitiva de nobres de Âmiem, enviados pela própria regente élfica Enora. A comitiva de elfos dourados trazia uma mensagem de paz e de conforto, colocando a ajuda mágica de Âmiem à disposição daquele que, nas visões deles, seria a esperança de que Verrogar deixasse de ser uma nação belicosa e implacável (daí os elfos chamarem Azuma de Zeanu, o rei da esperança). A partir de então, com ânimo renovado e a certeza de apoio, Azuma e seus conselheiros passaram a ter um pouco mais de confiança.

Porém, o Alto Conselho de Âmiem já vem se mantendo em silêncio por um tempo maior do que o de costume, o que faz Azuma e seus conselheiros temerem pelo pior: a retirada do apoio dos nobres dourados.

Aldemais, pouco depois se soube ainda que nas manobras de bastidores, Verrogar enviou seus melhores diplomatas a corte da grande rainha Enora, onde o rei verrogari propunha um acordo entre as partes, comprometendo-se a imediatamente cessar quaisquer hostilidades contra Âmiem, devolver à mesma parte da porção de terra que lhe fora recentemente tomada (essa incluiria toda a Floresta de Finlaril, e o restante da floresta logo a sudeste de Finlaril), e um acordo de paz total entre os verrogari e os altos elfos para os próximos duzentos anos, que não poderia ser quebrado por nenhuma das partes, e que poderia ser futuramente re-afirmado, pelos então descendentes do atual monarca Attos II. Os rumores ainda dão conta de que Enora apesar de inicialmente mostrar-se contra qualquer tipo de acordo com Verrogar, demora-se demasiadamente em dar uma resposta definitiva ao monarca. Enquanto Enora vive as voltas com suas dúvidas, os diplomatas verrogaris aproveitam as graças de seu generoso anfitrião.

Dizem que alguns batedores descobriram uma possível invasão pirata vinda de Porto Livre as terras Dantsemianas, dizem até que os preparativos para a mesma já se encontram em estado bem avançado. Os menos informados se baseiam em que os bucaneiros vislumbram dessa investida, um riquíssimo saque nas costas de um oponente já quase moribundo. Porém aqueles com maiores detalhes, dizem que essa “expedição” a terras Dantsemianas está sendo encabeçada pelo Barão portolivrense que atende pelo nome de Melkair. E que esse Melkair seria um verrogari de nascimento, a muito fugido de seu reino natal por crime de roubo, assassinato e pirataria. Dizem até que os enviados verrogaris às terras portolivrenses para cuidarem de tal ardil, portavam o selo da casa Máximus, e prometiam a Melkair o indulto de todos os seus crimes contra o reino, que o rei retiraria o vultoso prêmio oferecido a sua cabeça, como também propunha a esse a possibilidade de velejar vergando o símbolo da casa real verrogari, um salvo conduto para entrar e sair do reino, bem como acesso aos portos verrogaris através do Denégrio, e por fim uma carta de comércio autorizando Melkair oficialmente a “negociar” (traficar seria o termo mais correto) suas especiarias com todo o reino. Se isso for verdade, esse pode ser o tiro de misericórdia.

Alguns boatos relatam que oficiais verrogaris compraram a peso de ouro um dos oficiais bárbaros do exército inimigo que controla um número considerável de selvagens, e que esse líder tribal se chamaria Ungor “Voz de trovão”, onde esse pela vultuosa quantia de cem peças de ouro, teria apenas que entregar uma batalha importantíssima que estaria para ser travada em pouco tempo em solo Dantseniano. Por um pequeno detalhe verrogari de negociação, os rumores atestam que apenas trinta por cento do valor foi pago adiantado, e que os outros setenta por cento seriam acertados pelos próprios oficiais junto a Ungor após o termino da batalha. Que Cruine o acolha em bom lugar...

Outro intrigante rumor, da conta da traição do líder da Liga da Concha e senhor da cidade de Calinior, Perizi Marcas, dizem entre outras coisas que Perizi é o grande responsável pela exímia capacidade verrogari de antecipar o movimento das tropas Dantsemianas, e que além de vender informações, o mesmo chega a abrigar espiões verrogaris de passagem em sua cidade, seja de ida para dentro do reino, seja retornando. Dizem que Perizi até já comprou uma casa em território verrogari, e que começa a pleitear as terras ao redor de sua residência como que para formar uma bela fazenda. Dizem os mais acalorados que o próprio rei Attos II assegurou a Perizi que se seus “bons serviços” prestados a coroa verrogari forem realmente relevantes a um desfecho favorável aos verrogaris, Perizi pode até ser agraciado com um título menor de nobreza.

Personagens mais Conhecidos

Rei Azuma Olives I, O Rei da Esperança

Educado desde criança na cultura élfica e humana, Azuma se tornou o que se poderia chamar de meio-elfo de criação. Sensato, equilibrado, generoso e sábio, o rei vinha levando o seu povo a uma era de paz e prosperidade até que a guerra com Verrogar explodiu como uma tempestade sobre o seu reinado, devastando tudo que havia lutado com tanto esforço para criar.

Azuma não possui a veia aguerrida que pulsa na alma de seu inimigo e isso tem feito com que ele tenha conseguido manter seu reino e reinado a custa de muito sangue Dantseniano, uma das atitudes tomadas pelo monarca retrata muito bem isso. Mas a população ainda não perdeu a confiança no monarca e esperam que a extraordinária capacidade de diplomacia do rei e sua afiada perspicácia, possam salvá-los.

Em verdade o rei apesar de sempre justo e honrado, hoje lamenta para si mesmo a ausência de uma forte aliança com um reino de tradição mais belicosa que Dantsem, para fazer uma frente verdadeiramente digna aos conquistadores verrogaris. Hoje Azuma deposita todas as suas esperanças em Âmiem e num milagre que poderia salvá-los de um destino que já parece certo.

General dos exércitos Kolich Dejanim, O Bravo

Assim como Azuma é a esperança do povo, Kolich é a maior esperança Dantsemiana de Azuma. Homem de total confiança do rei, guerreiro excepcional e líder por natureza, Kolich tem provado diariamente que suas capacidades militares tem sido um precioso diferencial na defesa do reino. O mais novo de todos os conselheiros reais, hoje devido à guerra Kolich já supera os demais do conselho em importância, e apesar de esse fato não ser dito abertamente, ninguém pode negar que Kolich é de vital importância para a sobrevivência do reino, ao ponto que sua morte ou captura poderia ser a desgraça final que selaria o destino de Dantsem.

Guerreiro de uma família de bravos guerreiros, com uma longa tradição militar e presença indiscutível nos exércitos Dantsenianos ao longo da história do reino, Kolich surgiu das brumas das fileiras do exército onde ocupava a posição de Capitão, para se tornar o general máximo das tropas de Dantsem da noite para o dia como que um por milagre, talvez o primeiro dos quais o monarca da esperança roga tanto aos deuses. Sua voz exprimi sempre grande confiança e devolve o ânimo as tropas, seus brados em meio ao combate incita os homens a continuarem lutando por seus lares e não se renderem frente à fúria verrogari. Talvez o único homem em Dantsem que não tema os verrogaris, ou ao menos não demonstre, Kolich tem feito os invasores pagarem caro por sua audácia. A maior esperança de Kolich é de que ele consiga manter as defesas do reino ativas pelo tempo necessário para que os verrogaris “percam o gosto” pela batalha por julgarem a conquista de Dantsem um preço muito alto a se pagar em soldados mortos e recursos financeiros.

Capitão da marinha real Frido Alester, O Tritão

O capitão da marinha real Frido Alester é talvez o homem mais experiente ao lado de Dantsem nessa guerra contra Verrogar. Frido é um navegante bastante experiente, detém a completa lealdade de seus homens que consideram uma honra impagável poder navegar ao lado de tamanha lenda viva, que alguns homens chegam a dizer ser um dos escolhidos de Ganis, tamanha a sua fama, glória e sucesso nas águas da deusa. Frido em verdade já lutou inúmeras batalhas navais, das quais sempre saiu vencedor. Poderia se dizer que passou toda sua vida de marujo e depois de Capitão, rechaçando investidas furiosas de piratas às praias Dantsemianas, em sua maioria de porto livre. Alguns chegam a afirmar que Frido se tornou ao longo dos anos em um especialista em lutar contra tais bucaneiros.

Sacerdote de Blator Katrius Dejanim, O Senhor da Guerra

Líder da Sacra Escola de Guerra, Katrius ao que tudo indica possui a mesma liga guerreira que seu irmão Kolich e foi forjado no mesmo fogo aguerrido que o general das tropas de Dantsem. Em verdade Katrius também é um grande guerreiro e um líder excepcional, e com o diferencial de que Katrius é abençoado pelo deus da guerra com seus milagres, pode-se dizer que Katrius é um oponente terrivelmente mais poderoso que seu irmão.

Para a sorte de Dantsem, Katrius assim como Kolich lutam pelo reino e não contra ele, aliás, Verrogar já conta com sacerdotes de Blator e Crezir demais em suas fileiras, o que torna a tarefa de derrotar os verrogaris digna de um gigante. E é exatamente isso o que Katrius e Kolich estão sendo para o reino, verdadeiros gigantes. Katrius é indiscutivelmente digno de seu título de Senhor da Guerra, e através da Sacra Escola de Guerra maneja os melhores e mais experientes guerreiros de Dantsem.

A pedido de seu irmão e do monarca Azuma, Katrius tenta aprontar guerreiros capazes em caráter de extrema urgência. Katrius tem apelado a seu pai Blator com constância a fim de que alcance seus objetivos, e de fato Katrius tem feito o melhor possível, nada menos pode ser dito de seus esforços e qualquer homem que conteste isso é verdadeiramente louco.

Conselheiro real Eldem Eldinir, O ponderado

Sumo Sacerdote de Maira muito experiente e capaz, Eldem tenta com todas as suas forças trazer a calma e a ponderação aos ouvidos do monarca afim de que decisões precipitadas não incorram erros ainda maiores, o que de fato só agravaria o estado da guerra no reino. Esta tarefa tem se mostrado das mais difíceis e fica evidente que a cada dia que passa, que é quase impossível manter a calma nos salões do rei, quando o povo grita e sofre lá fora os horrores da guerra contra verrogar. Apesar disso Eldem tenta incessantemente evitar que o desespero atinja o monarca e as lideranças do reino. Eldem mantém bastante contato com o sacerdote de Sevides Lidjinir, e ambos parecem manter os mesmos pontos de vista sobre os males que se abatem sobre o reino.

Sacerdote de Sevides Lidjinir Alpini, O sábio

Lidjnir Alpini é um ícone para o povo de Dantsem, um exemplo de resignação à tarefa sacerdotal e de fé nos deuses. Do alto de seus duzentos anos élficos de experiência Lidjinir é um sábio dentre homens, o que o faz extremamente querido pelo povo. Dizem os boatos que correm o reino que seus cultos são bálsamos curativos para as chagas espirituais que assolam a população, e que a seu próprio modo, Lidjinir desenvolve um trabalho de vital importância pela manutenção da fé do povo não só nos deuses, mas inclusive no monarca e nas lideranças do reino, e nas suas respectivas capacidades de livrar o reino do pior. Por isso Lidjinir prefere estar onde “os mais necessitados” estão, segundo suas próprias palavras, e onde ele julga poder ser mais útil nessa hora negra que se abate sobre o reino. Aparentemente até o presente momento o monarca ainda não compreendeu o modo de pensar de Lidjinir, e insiste em convidá-lo aos salões reais a fim de que seus sábios conselhos possam ser ouvidos por aqueles que tentam, da melhor forma decidir o destino do reino. Mas até agora o velho sacerdote de Sevides nega-se.

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