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Prólogo .

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Hoje eu estive pensando nos mortos.

É o penúltimo dia do ano, o Dia dos Justos, quando Crisagom intercede pelas almas daqueles que foram dignos em vida, nos tribunais de Cruine. Serão debates acirrados, com defensores e acusadores vorazes, e milhares de almas inquietas aguardando os veredictos que definirão seus destinos finais.

Fico imaginando como será na minha vez de sentar no banco dos réus. Procurei, em toda minha vida, ser justo e digno, mas mesmo paladinos de Crisagom têm lá seus pecados e comigo não é diferente.

Mas as agitações de hoje não ficarão apenas à cargo dos deuses. É nessa noite que, enquanto o deus da morte se ocupa dos julgamentos, muitos espíritos transpassarão a frágil barreira que divide nossas duas existências. Nessa noite o véu que separa o mundo dos vivos tremulará, rasgará e, finalmente, romperá, deixando os mortos atravessarem os portões de Cruine e caminharem silenciosamente entre os vivos. Nós não os veremos. Eles serão como uma leve brisa no

campo, como sombras na noite. Seus passos não farão barulho e apenas os gatos ficarão eriçados nos cantos escuros da casa. Mas eles estarão lá e para acalmá-los e impedir que façam alguma maldade ou travessura, deixamos comida como oferenda perto de fogões até o dia seguinte, quando o próprio deus da morte virá buscá-los e levá-los de volta de onde não deviam ter saído.

Hoje em dia muitos não acreditam nos mitos antigos, principalmente os mais jovens. Eurid, meu escriba, é um deles. Diz que essas coisas não existem, que desde a morte de Malim – o mais sábio – os mortos não podem mais vagar pelo mundo dos vivos como fizeram no passado.

Entretanto, mesmo ele com todo seu ceticismo, deixará um pedaço de pão e um pouco de água na mesa da cozinha. Se eu perguntar, ele afirmará ter esquecido, irá pôr a culpa na distração, mas mesmo assim não recolherá os presentes e, na manhã seguinte, tudo haverá sumido.

Eu deixarei mais. Colocarei próximo ao fogão de pedra uma bandeja com vinho, queijo e frutas, e passarei a noite recitando os nomes dos que há muito se foram, mas que continuam teimosamente habitando meu coração e vagando por minhas lembranças. Sussurrarei os nomes de Targo, de Cavam, de Andreus, de Leymar, de Altiom, de Morfans... São dezenas de queridos irmãos que não estão mais nesse mundo e que espero encontrar novamente algum dia, em um lugar melhor de

alegria e paz.

Paz. Uma palavra estranha para alguém que teve toda sua vida envolvida em guerras. Agora estou velho, muito velho, mas ainda sofro a maldição de respirar. O que me dá possibilidade de escrever essas passagens e de desejar encontrar logo meus entes queridos e receber a recompensa – ou a punição – por tantos anos de batalhas, que começaram em uma pequena vila chamada Alus no ano de 1100 DC. Era uma vila simples, mas alegre, que ficava próxima a nascente do rio Odem e que existiu muito antes do nascimento do reino de Ludgrim. Alus fora meu lar durante toda minha infância.

Hoje me chamam de lorde, me respeitam e – arrisco a dizer – ainda me temem, mas naquela vila eu era apenas o menino Kerdal, filho de um fazendeiro e que gostava da filha de um grande comerciante que passava por lá uma vez a cada três meses.

Por mais que o tempo passe, ainda me recordo bem daquela noite. As sensações e as imagens ainda brilham em minha mente, como os reluzentes salmões que sobem a correnteza do Galatel sob a luz do luar. Fazia calor, não como no norte, mas era uma linda noite de verão. O vento soprava fraco das montanhas, sacudindo levemente a copas das árvores e espalhando algumas folhas secas pelo chão. O céu completamente estrelado era de uma beleza sufocante e muitos riam e conversavam ao redor das fogueiras, dançando, bebendo e cantando.

Porque era uma noite de festa.

E era a noite em que o pai de Ilara passaria pela vila.

E era a noite em que eu pretendia pedi-la em casamento.

***

Quatro, cinco, seis, sete...

O menino contava alto, abafado pelo som das flautas e dos tambores. Estava com a testa encostada na lateral de uma carroça de feno, cobrindo o rosto com as duas mãos. Outros três, que pareciam ter a mesma idade, corriam desordenados procurando o melhor esconderijo antes que a contagem terminasse. Às vezes o

menino virava disfarçadamente o rosto de lado na esperança de captar algum vislumbre do caminho seguido por seus amigos, mas tinha pouco sucesso e continuava contando.

Vi quando um deles se escondeu no barril que ficava ao lado do estábulo e era usado para armazenar a água dos cavalos, mas que agora estava vazio; o outro correu em meio à multidão esbarrando forte em uma senhora que carregava um cesto de pão. Ela se desequilibrou e deixou metade dos pães caírem no chão e, um deles, ainda foi parar dentro da fogueira. A mulher esbravejou, catou os pães com dificuldade – inclusive o que havia ficado parcialmente queimado – e esbravejou novamente antes de prosseguir seu caminho, causando gargalhadas nos que conversavam em volta da fogueira.

Não vi para onde foi o terceiro, pois uma carroça grande, com cobertura de peles de urso e puxada por quatro cavalos, chamou minha atenção. Ela era escoltada por três humanos bem armados com espadas e lanças, e parou a uns trezentos passos de onde eu estava sentado. Muita gente se virou para ver de quem se tratava e algumas crianças correram fazendo festa em direção aos recém chegados.

As peles da carroça foram puxadas de lado e um homem muito alto e muito gordo saiu com dificuldade. Ele era imenso e um dos homens da escolta teve de ajudá-lo a descer. Já no chão, ele ajeitou suas roupas caras, cobriu a cabeça com um grande chapéu e abriu um largo sorriso, tirando dos bolsos uma infinidade de doces que distribuiu para as crianças que vieram recebê-lo. Era como Colgar sempre fazia quando chegava em Alus e dessa vez não foi diferente.

Me levantei imediatamente ao reconhecê-lo e meu coração disparou. Catei desesperadamente em meus bolsos o cordão de cobre e prata que havia feito com minhas próprias mãos, segurando-o  firme. Seu pingente era feito de ouro puro e esculpido por artesões elficos, e um dia pertencera a minha mãe. Eu pretendia dá-lo de presente a Ilara como pedido de casamento, mas quase desisti quando vi seu pai descer da carroça. Eles eram ricos e eu apenas um fazendeiro, mas Colgar era um bom homem, com fama de ser justo e muito humilde, e eu tinha esperanças de que ele percebesse que meu amor era verdadeiro e que eu sempre fora apaixonado por sua filha.

Conheci Ilara quando começávamos a deixar de sermos crianças, no dia em que seu pai visitou nossa vila pela primeira vez. Ela era linda, corpo esguio e longos cabelos castanhos. Sua inteligência me fascinou e sua doçura me encantou e, desde então, sonho com o dia em que ela chegaria na vila e eu a pediria em  casamento. E esse dia havia finalmente chegado.

Colgar acabou de distribuir os doces para as crianças que se espalharam correndo pela vila. Dois de nossos lideres foram cumprimentá-lo e os três saíram andando em direção a mesa onde fora servida a refeição. Meus olhos se desviaram por um instante, mas retornaram rapidamente para a lateral da carroça, de onde descia a criatura mais linda de todo o mundo. Ilara saiu devagar, com toda graciosidade que lhe foi dada e sorriu para as crianças que, espertamente, voltaram na esperança de ganhar mais doces. Ela estava mais alta desde a última vez que eu a vira, e muito mais bonita.

Engoli em seco e respirei fundo. Minhas pernas tremiam e eu não conseguia me lembrar de nenhuma palavra do texto que havia ensaiado. Meu coração batia cada vez mais forte e eu achei que não fosse agüentar. Dei um passo para frente e parei. Dei dois passos para trás e parei novamente.

Não sabia o que fazer.

Vai seu covarde, falava baixinho comigo mesmo, mas não conseguia. Estava paralisado. Então ela olhou para mim, sorriu e eu achei que tinha visto o sol. Acenei e ela retribuiu o cumprimento, sorrindo ainda mais. Encorajado por sua receptividade prendi a respiração para ganhar coragem e fui... quando vi um homem descendo da carroça logo atrás dela. Parei bruscamente, mas ela não percebeu, pois o homem que acabara de descer da carroça falou alguma coisa em seu ouvido e ela sorriu, beijando-o nos lábios em seguida.

O mundo escureceu de repente e tudo ficou silencioso. Eles continuaram se beijando pelo que achei ser uma eternidade e depois seguiram de mãos dadas em direção a mesa onde Colgar se  encontrava. Eu os segui com os olhos e pensei ter ouvido alguém me chamar, mas não conseguia desviar minha atenção. Kerdal! Kerdal! A voz era insistente, mas meu coração estava sangrando e eu morrendo aos poucos, de modo que nada mais me importava. Então senti alguém puxando forte a manga da minha blusa, me virei, vislumbrado o semblante intrigado de meu pai.

– Não estava ouvindo eu te chamar, filho? O que houve? – perguntou ele, ao contemplar meu rosto triste e coberto por lágrimas.

– Nada, pai – menti.

– Mas você está chorando...

– Não foi nada – insisti.

– Tudo bem. Então venha comigo, os anciões vão contar algumas histórias – ele sorriu tentando me animar.

– Agora não, pai. Quero ficar um pouco sozinho – falei enquanto me virava e saia andando na direção oposta.

– Tudo bem. Se mudar de idéia, sabe onde me encontrar – meu pai teve que quase gritar para que eu ouvisse, pois estava me distanciando depressa. Andei por quase uma hora até o alto de um morro que ficava na parte sul da vila. De lá dava pra ver quase toda a extensão de Alus. Sentei no chão, encostei em uma árvore e fiquei contemplando a vila, com suas fogueiras, seus músicos, suas histórias e suas decepções. Permaneci lá por um longo tempo. Pensava em minha vida, em como as coisas eram e desejei que fossem diferentes, que eu fosse rico e famoso e que fizesse algo mais importante do que tosquiar ovelhas e amarrar braçadas de feno.

E como me arrependo de ter desejado isso um dia.

Depois de algumas horas o sono acabou me vencendo e eu adormeci. Quando acordei, vi que a Alus estava mais iluminada. Minha visão ainda estava turva e meus olhos grudados devido as lágrimas, mas pude ver, mesmo de longe, uma grande fogueira no centro, que ardia em altas labaredas. Havia muita gente  dançando também e pareciam animados. Levantei e sacudi minhas roupas que estavam sujas de terra, peguei o colar que pertencera a minha mãe e guardei-o no bolso, esfregando os olhos enquanto me virava para contemplar a vila mais uma vez. E foi então que, como uma tocha sendo acessa no fundo de uma caverna, tudo ficou claro.

A enorme fogueira era na verdade um grande incêndio. O fogo se espalhava rapidamente pelas casas de madeira e junco e a fumaça escura subia alta de encontro ao céu igualmente negro. As pessoas que eu vira dançando estava na verdade correndo em desespero e eu achei ter muito mais gente do que havia quando saí.

Corri a passos largos em direção a vila. A descida não era grande, mas um pouco íngreme, o que me fez pegar grande velocidade, mas eu acabei tropeçando e descendo rolando morro abaixo. Parei já na parte plana e levantei um pouco tonto. Meus braços estavam ralados e minha boca sangrando, mas eu não percebi esses ferimentos, apenas continuei correndo como se nada tivesse acontecido e só diminui a velocidade quando estava chegando próximo à vila.

Alus estava um caos. O fogo alto se espalhava rápido e o calor infernal era quase insuportável. Me aproximei ofegante da entrada e pude ver uma massa de gente correndo desesperada em todas as direções. Entretanto, nem todos pareciam fugir do incêndio, pois os habitantes perseguiam uns aos outros. Pelo menos foi o que pensei de início, mas depois reparei que, na verdade, o povo de Alus fugia não de humanos ou meio-elfos, mas de outro tipo de humanóide. Eles eram altos e muito fortes, tinham os rostos deformados e seus corpos eram peludos como os dos ursos, além de portarem espadas e machados e lanças.

De repente pensei em meu pai e entrei em pânico.

Imaginei-o conversando com seus amigos e sendo pego de surpresa por um ataque feroz, o que me fez correr para dentro da vila sem qualquer cautela, apenas para deparar-me com uma situação ainda pior.

O fogo estava completamente fora de controle e havia muitos corpos no chão. O sangue dos mortos se misturava com a terra formando uma lama avermelhada que me fazia escorregar e o cheiro de carne queimada invadia meus pulmões toda vez que arfava, quase me fazendo vomitar. Continuei andando e encontrando mais mortos, muitos deles conhecidos e meu coração se apertou de preocupação e medo.

Minha intenção era procurar meu pai e eu andava em meio ao caos gritando seu nome. O calor fazia minha pele arder e eu mal conseguia enxergar ou respirar devido a fumaça densa. Usava a gola da camisa para cobrir o nariz, tentando amenizar o efeito da fumaça tóxica, mas isso pouco adiantava.

Ouvi um grito estridente, e quando olhei, vi um homem correndo desesperadamente em minha direção, perseguido por uma daquelas enormes criaturas, cujo rosto deformado exibia ódio por baixo de uma grande cicatriz e a lâmina de seu grande machado refletia a vermelhidão do fogaréu.

Assustado, comecei a correr junto dele e só paramos quando estávamos fora dos limites da vila, quando olhei para trás e não avistei a criatura, que havia desistido da perseguição. Olhei nos olhos do homem e vi pavor, mas vi também que ele era o homem que estava beijando Ilara horas atrás.

– Onde está Ilara? – perguntei aos berros. Ele me olhou assustado e continuou calado por um tempo, tentando assimilar o que eu dizia, por isso repeti. – Onde está Ilara?

– Estava... comigo, mas um... orco... a pegou. – respondeu ele, recuperando o fôlego.

– Quem a pegou?

– Um orco – ele repetiu. - Criaturas selvagens vindas do sul.

Eu já havia ouvido falar nos orcos, mas nunca tinha visto um e agora Alus estava sendo massacrada por um bando deles. Uma verdadeira horda saída de terras há muito esquecidas, que atacava com ódio e fúria. Uma fúria vinda do sul.

Me virei imediatamente e voltei correndo em direção a vila, deixando o homem falando sozinho.

Muitas casas estavam desabando e espalhando madeira em brasa pelo chão. Segui gritando por Ilara e por meu pai, mas não obtive resposta. De repente algo chamou minha atenção. Me aproximei devagar e não consegui conter as lágrimas quando vi um corpo de uma meia-elfa deitando de costas no chão, completamente coberto de sangue.

Caminhei cambaleante até ela e virei levemente seu rosto, constatando que era realmente a mulher por quem estava apaixonado. Ela tinha sangue nas costas e um grande corte na garganta, e seus olhos estavam abertos expressando o terror que presenciou no momento da morte.

Levantei e cambaleei para trás, dessa vez não conseguindo segurar o pouco que tinha no estômago. A fumaça aumentou, quase me sufocando enquanto soluçava e tentava limpar o vômito e as lágrimas que se misturavam às fuligens em meu rosto. Girei nos calcanhares e me distanciei daquele horror, correndo para fora da vila e penetrando fundo em uma floresta próxima.

Dormi no chão aquela noite, escondido em meio à mata, só acordando quando o sol tocou meu rosto.

Levantei assustado quando recordei os eventos da noite anterior e voltei correndo para a vila. O fogo já tinha se extinguido, dando lugar a uma fumaça fina e branca que saia das cinzas das casas e era levada em direção ao norte pelo vento fraco. Muitos dos escombros ainda estavam em brasa o que, aliado ao sol, tornava a manhã muito quente, me fazendo suar bastante.

Percorri a as ruas da vila procurando por sobreviventes, mas não achei nenhum. Passei então a procurar conhecidos entre os mortos e esses sim, encontrei bastante, mas não achei o corpo do meu pai, o que me deu um fio de esperança. Ele poderia ainda estar vivo, talvez tivesse fugido para o sul, quem sabe para Lar, o reinos dos elfos, e resolvi que faria o mesmo. Se eu conseguisse chegar a Lar conseguiria ajuda e talvez reencontrasse meu pai.

Mas eu não podia deixar Alus daquele jeito, pois conhecia muito dos mortos que se espalhavam pela vila, e resolvi que enterraria todos. Comecei então por Ilara. Peguei uma pá que encontrei em meio as cinzas, já enegrecida e torta devido ao calor, e cavei com muita dificuldade uma cova rasa, arrastando o corpo de Ilara para dentro dela e cobrindo-o com a própria terra que havia retirado do buraco. Como naquela época não sabia nenhuma oração, apenas pedi que me perdoasse por não ter podido salvá-la, desejei que descansasse em paz, e chorei como nunca havia chorado na vida. Estava ferido, sozinho e com fome. Não sabia se meu pai estava vivo e tinha acabado de enterrar meu grande amor. E por um momento desejei estar em Alus no momento que as criaturas atacaram. Teria sido mais fácil assim, pensei.

Levei toda a manhã enterrando Ilara e cheguei a conclusão de que não poderia fazer isso com todos, então gastei toda a parte tarde agrupando os corpos no meio da vila e usei a brasa ainda viva para atear fogo a suas roupas e transformá-los em uma grande fogueia de dor e tristeza. Não fiquei para vê-los queimar. Peguei a pá que usei para cavar a cova de Ilara, uma faca de sempre carregava comigo, o cordão que pertencera a minha mãe e a esperança de reencontrar meu pai, partindo imediatamente para o sul em busca da salvação.

Mas será que eu deveria mesmo fazer isso?

Poderia, ao invés de seguir para o sul, ir no sentido oposto e procurar outra vila ou aldeia que não tivesse sido atacada. Entretanto, algo me dizia que não era o certo; sentia alguma coisa se remexendo em meu peito me indicando a direção sul, quase como uma voz, que falava comigo sem usar palavras e resolvi que seguiria esse sentimento; que não desistiria. Qualquer um pode desistir.

Claro, é a coisa mais fácil a ser feita. Porquê enfrentar desafios, turbulências, adversidades, perigos se você pode simplesmente... desistir?

Era o que eu pensava enquanto acampava no alto do morro. A menos de duas noite havia subido àquele mesmo lugar e deixado para trás uma vila em festa, um pai preocupado e um coração partido. E agora olhava em direção a extinta Alus, cujos escombros se escondiam por trás do negrume da noite – e pensava em desistir. Todos que conhecia estavam mortos ou desaparecidos, nunca havia me afastado de meu pai nem saído da vila, e de repente estava sozinho em uma terra que me parecia estranha e assustadora, sem água, comida ou um ombro amigo para derramas as lágrimas que eu sentia acumular por trás dos meus olhos.

Então, por que não desistir simplesmente?

Exatamente porque qualquer um poderia fazer isso e eu, mesmo jovem, não era qualquer um. Além do mais, agora tinha um objetivo: encontrar meu pai.

Para isso, precisava reunir tudo o que me restava: a força e a coragem que descobrira ter e seguir em minha primeira missão, uma missão suicida que marcava o início de minha primeira grande aventura: penetrar fundo nas Terras Selvagens.


Verbetes que fazem referência

Terras Selvagens

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