Livro dos Reinos (revisão) - Cidades-estados

“Democracia? Ora, não venha me falar dos devaneios de uns poucos, isso jamais dará certo. A vida aqui em Estepe é perfeita como é, pois essa é a verdade, as pessoas são naturalmente divididas entre livres e escravos, essa é a natureza, como ir contra ela? Agora, se você for um homem livre, sinta-se a vontade, bem-vindo as Cidades-Estado, bem-vindo a Estepe.”

Lorde Menelau, Oligarca-Regente de Estepe

As Cidades-Estado: assim é conhecido o grupo de reinos à nordeste do Mundo Conhecido, eles são Ender, Quízes, Pino, Novo Porto, Torbel e Estepe. Em conjunto elas tem como suas fronteiras Conti à oeste, Azanti e Portis ao sul e o Mar do Norte ao Norte. Seu clima é semi-árido em sua maioria, com alguns pontos desérticos, e vegetação característica do clima (cactos e arbustos adaptados ao clima seco). As cidades costeiras têm um clima menos árido, assemelhando-se ao clima tropical mediterrâneo, com arbustos e plantas características desse clima (maquis e garrigues).

Cada Cidade-Estado tem suas particularidades. A primeira delas é a soberania política e territorial. Nenhuma Cidade pode intrometer-se nos problemas políticos das outras. A concorrência acirrada entre as oligarquias das Cidades nunca deixou isso acontecer. A entrada de estrangeiros em um território precisa de um passe de movimentação livre entre as cidades, concedido somente pelas respectivas oligarquias e ou reinos amigos. Aqueles sem esse passe devem pagar multas, que geralmente são altíssimas. A patrulha das fronteiras é considerada de extrema importância, devido a isso, ao entrar nos limites de uma Cidade é fácil encontrar milícias de vigilância. Estes grupos são responsáveis também pela fiscalização de visitantes, que é feita com rigor ímpar no Mundo Conhecido. A circulação de milícias armadas entre Cidades já causou problemas diplomáticos entre elas, mas, até agora, nenhum destes desentendimentos foi grave a ponto de uma Cidade declarar guerra à outra.

Os deuses mais cultuados são Ganis: pois o sustento da maioria dos povos vem do mar, seja no transporte marítimo, seja do comércio de pescado, e Cambu: pois o comércio de mercadorias produzidas no reino é uma importante fonte de lucro para a região. Pode-se dizer que cada Cidade tem um terceiro deus preferencial, de acordo com suas particularidades. Não existem restrições quanto a outras divindades, mas divindades que regem áreas fora do interesse das Cidades (Selimom, Plandis e Cruine) não são muito adorados, havendo certo preconceito velado sobre eles. Estudiosos têm encontrado relatos remotos sobre a Seita, mas nada é preciso e ninguém é realmente suspeito.

A magia e os magos na cultura popular das Cidades são tratados como uma coisa um tanto inútil. A população das Cidades ainda acha melhor usar um machado para quebrar ou uma ferramenta para consertar algo do que algum sortilégio estranho. O machado você sabe de onde vem, como é feito e que, salvo algumas situações conhecidas, sempre vai funcionar. Já a magia. Os magos e a magia são pouco institucionalizados nas Cidades (menos em Ender). Apesar disso, não é difícil encontrá-los por lá. Dizem os estudiosos que ainda existem várias ruínas do Segundo Ciclo sendo descobertas nas Cidades o que sempre faz com que existam estudiosos de Calco, Filanti e Portis em alguma caravana de estudos.

Uma observação importante é a definição que eles têm de Cidade. Por um motivo cultural, todas as terras pertencentes politicamente à Cidade-Estado, também são conhecidas como a capital. Isto significa que existe a CIDADE de Ender, no centro da CIDADE-ESTADO de Ender. Pequenos vilarejos e distritos são reconhecidos pelo nome do oligarca fundador da vila.

Os estudos históricos mais aceitos atualmente indicam que os primeiros habitantes a chegarem ao lugar vieram fugidos das várias guerras que assolavam a área norte do Mundo Conhecido. Muitos deles fugiam não só das guerras, mas também da escravidão e da perseguição étnica e religiosa. Aos poucos esses grupos aprenderam a sobreviver no clima árido e de lá tirarem seu sustento, dividindo-se formando cidades. Assim mesmo, a concepção política das Cidades-Estado como são hoje foi um dos últimos a serem concluídos. As Cidades, vendo a ascensão de reinos poderosos ao seu lado, perceberam que seu poderio militar e econômico não se comparava aos outros reinos vizinhos. Entendendo que caso uma das Cidades caísse às outras também estariam fadadas à invasão, mas não querendo perder a soberania política e administrativa de cada um, os principais líderes das cidades formaram o Pacto de Ajuda Mútua, ou Liga das Cidades-Estado. Dessa reunião foram acordadas as fronteiras de cada Cidade e sua importância na defesa geral do grupo. De fato, a liga praticamente se restringe a um pacto de não-agressão, sendo a ajuda militar a outras cidades sendo usada só no caso da agressão ser claramente direcionada às Cidades-Estado como um todo.

A exemplo dos demais reinos de Tagmar, as Cidades-Estados também sofreram com a dominação Bankdi. No entanto, nenhuma cidade caiu de fato ao seu poder.

Em 1390 D.C., os exércitos da Seita já haviam dominado todas as terras ao sul das Cidades-Estados, e a maioria dos reinos já haviam caído sob seu julgo, quando os demonistas chegaram as Cidades. Após anos de batalhas e com seu número bem reduzido, tendo ainda de conviver com a resistência da Moldânia, o exército Bankdi não foi capaz de conquistar qualquer cidade-estado nos primeiros assaltos. Sendo assim, organizou um forte cerco a cada cidade, na tentativa de cortar as linhas de suprimentos e forçar as cidades a se renderem ou morrerem de fome.

Entretanto, a invasão já havia sido prevista muitos anos antes, o que proporcionou tempo suficiente para a preparação de um possível cerco. Foram estocados muitos grãos, criadas plantações internas nas cidades e o excedente da população enviada para as montanhas. Tudo isso tornou cada cidade-estado numa fortaleza capaz de suportar anos de sítio. Porém, os exércitos da Seita não tiveram todo esse tempo, pois com a recuperação da Pedra Negra, em Azanti, e pelas ações comandadas pelo Grande Sábio, a Seita foi obrigada a desfazer o cerco às cidades-estado para reforçar seus exércitos, não conseguindo conquistar uma sequer.

Panorama geral

Governo
Quase todos eles são governos ditatoriais, menos Torbel. A ditadura é imposta pelo membro mais poderoso da oligarquia, a casta que detêm o poder econômico e/ou político da Cidade. Esse poder é passado para o mais apto a governar dos membros da oligarquia, escolhido pelo próprio ditador antes de sua morte, o mais comum, ou por um conselho formado pela oligarquia. Atualmente os ditadores das Cidades não têm muito com o que se preocupar, pois mantêm a ordem econômica e seus inimigos políticos sob vigilância constante, também um dos fatores em comum nas Cidades: a rigorosidade na vigilância ideológica e política contra a ordem estabelecida.

Uma peculiaridade sobre esses oligarcas é que eles não gostam de se declararem “reis”. Não se sabe de onde veio este costume, apesar de alguns oligarcas passarem o poder hereditariamente e terem poderes iguais à de um monarca, mas este costume vem desde o tempo que as Cidades eram grandes vilarejos.

A justiça nas Cidades-Estado é semelhante também. Os crimes são julgados por um membro da Oligarquia. As penas mais usadas são a pena de morte, escravidão e o ostracismo. Ser expulso de sua Cidade é considerado humilhante para a um cidadão. Outro fator é que o expulso não pode ir para nenhuma outra das Cidades-Estado, com o risco de tornar-se escravo, pena que é dada somente a estrangeiros da Cidade em questão. A pena de morte é uma opção para o ostracismo, o que muitas vezes é aceita pelo criminoso.

História Recente
As Cidades-Estado vivem hoje um clima tenso, com muitas desavenças entre várias das Cidades. No mais a continua chegada de pesquisadores e exploradores de Calco, Conti e Portis, buscando fontes e artefatos do Segundo Ciclo, tem mantido a chegada de novos estrangeiros em alta. As chamadas “companhias-aventureiras” também estão sempre em alta, pois sempre há alguém disposto a pagar por escolta, segurança ou bravos exploradores. Recentes ataques de piratas têm mantido todo o comércio marítimo em alerta, e os vários rumores sobre a Seita, e as desavenças religiosas, tem aumentado o clima de desconfiança e paranóia geral.

O Povo das Cidades-Estado
A população é em sua maioria humana. Pequeninos não possuem vilas nem cidades (conhecidas). Elfos são vistos de passagem pelas cidades, sendo tratados inclusive com certo espanto dado a sua raridade em alguns locais. Anões são os únicos que se adaptaram bem a região. Apesar de não ser uma área de grandes jazidas minerais, seus trabalhos como artífices e guerreiros fizeram com que eles fossem tratados com naturalidade pela população em geral.

A população é criada num sistema de castas. Cada cidade tem seu sistema específico, mas, basicamente, ele se divide em: escravos (escravos por dívidas ou por crimes), trabalhadores (servos de algum nobre), livres (trabalhadores livres, pequenos comerciantes, e artífices), guerreiros (pequenas patentes no exército), nobres (Grandes comerciantes e baixa nobreza) e oligarcas (altas patentes no exército e Alta Nobreza). Neste sistema de castas, a mobilidade social é quase nula, salvo no caso de comerciantes (que são em grande parte favorecidos pelo culto a Cambu) a interação entre membros das castas é quase hierárquica, sendo aqueles das castas superiores tratados como seres mais “evoluídos”. Os nomes das famílias geralmente indicam qual a sua linhagem e sua casta.

Cidade-Estado de Pino

A Cidade-Estado de Pino é limitada ao norte pelo mar do Norte, a sudeste por Quízes, ao Oeste por Conti e a nordeste por Novo Porto. Por Pino estar próxima ao mar e estar numa faixa mais úmida, próxima a Conti, seu clima é o mais ameno de todas as cidades. Nela podemos discernir bem como as diferenças de umidade afetam o clima: vegetações secas mais ao centro, uma mata de transição, com um pequeno rastro de caatinga e uma mata de cocais na fronteira de Conti. Outra parte importante do seu relevo é o rio Branco que desce da Serra de Pino, lá fica toda a área cultivável desta Cidade-Estado. A economia de Pino é baseada principalmente no comércio e produção de óleos vegetais, extraídos das árvores da região, assim como palmito, utilizadas na culinária e na produção de óleos perfumados. Pino produz também vários queijos de leite de cabra e de vaca, tem uma produção pesqueira muito boa e uma extração mineral que vem crescendo aos poucos. O excedente destas produções é trocado com Conti e Plana, para suprir a falta de alguns gêneros alimentícios.

Governo
Constituída por duas oligarquias que culturalmente tem comandado a cidade, cada uma com uma origem étnica diferente. A oligarquia Toredo, de origem das Cidades-Estado, é a detentora das terras e rege a agricultura e a pesca da região. A oligarquia Kaliaka, formada por elfos oriundos de Conti, é constituída por artífices e comerciantes que fugiam daquele reino. As guerras constantes entre as oligarquias e contra o domínio de Conti fizeram com que Pino fosse a Cidade-Estado com o maior exército entre todas. O povo de Pino tornou-se desta forma, um povo com gosto pelo combate. Pino foi a primeira Cidade-Estado a propor a Liga e a que tem mais poder dentro da política intercidades. Sem contar o fato dos generais das cidades, quase todas elas, serem treinados em Pino. Quem governa Pino atualmente é uma mulher, Ivanna Puni. Ela é a oligarca com mais poder dentre todos, tem grandes porções de terras férteis dentro da Cidade-Estado e é comandante-em-chefe de todo o exército de Pino. Ela ascendeu ao poder após conseguir acabar com a revolta de escravos que estavam assolando Pino. Após matar o líder do grupo, ela e seu grupo de soldados invadiram a capital e destronou o antigo regente, o seu próprio pai. Ela mantém o controle de toda a Pino com mão de ferro.

História Recente
Com o fim da disputa interna pelo poder entre as duas oligarquias de Pino (a oligarquia Toredo, de humanos, e a oligarquia Kaliaka, de elfos), graças a ascensão da filha dos líderes dessas oligarquias, a meia-elfa, Ivanna Puni, de forma ditatorial, a “paz” reina agora e novamente Pino se fortalece, pois Ivanna é a líder mais poderosa de todas as Cidades-Estado. Eles adoram Cambu, Ganis, Blator e Crezir. Cambu é pela população ligada à oligarquia Kaliaka enquanto Ganis, pela oligarquia Toredo. Blator e Crezir são considerados os deuses padroeiros de Pino, já que a Comandante Ivanna instituiu uma lei obrigando o culto a estes deuses. O culto a Selimom existe, mas é mantido em segredo. Assim como o culto a Lena, que estava crescendo entre os Toredo e diminui após a derrocada em Novo Porto.

O povo de Pino
A população de Pino é a mais guerreira entre todas. Com um alto grau de militarismo culturalmente inserido entre eles, é natural que eles sejam os mais belicosos dos povos das Cidades-Estado. Os de Pino tem a reputação de não gostar de estrangeiros. Inclusive as leis sobre estrangeiros são mais rigorosas em Pino do que em outras Cidades-Estado. Os anos de lutas entre as oligarquias étnicas foram forjando esta desconfiança. Essas batalhas terminaram quando o Grande Sábio instituiu que um representante de cada Oligarquia deveria comandar a Cidade-Estado. Os últimos “tiranos” do reino foram um humano e uma elfa, que acabaram se apaixonando e unindo as duas oligarquias.

Rumores e Intrigas
Pino e Novo Porto estão com relações diplomáticas cortadas há alguns anos. Essa decisão foi tomada logo após a ascensão do Lorde Alstus ao poder em Novo Porto. Dizem que parte da fúria de Ivanna contra o Lorde vem do fato dele não ter ajudado o grupo da oligarquia de Novo Porto ligada a Pino. Dizem também que um dos membros da oligarquia era amante de Ivanna, Auliz Mecenas. Se a ligação amorosa de Ivanna era verdade ou não, não se sabe ao certo. Mas seu ódio pessoal por Alstus é conhecido por aqueles que frequentam a corte de Pino. Um outro boato é de que Ivanna estaria fazendo vários acordos com Conti, boato este que se fortalece cada vez mais pelo fato de a cada dia mais soldados e nobres deste reino serem vistos circulando dentro da Cidade. O objetivo destes acordos ainda não é certo.

Personagens mais conhecidos
Ivanna Puni, é a oligarca com mais poder dentre todos os demais oligarcas das Cidades-Estados. Uma mulher de baixa estatura, com uma beleza singela, de voz firme e séria, cabelos loiros intensos como o sol, e incríveis olhos violeta, de personalidade forte e irascível, ela é uma ditadora de mão cheia, governando Pino com mão de ferro. É também uma guerreira muito capaz, levando sempre consigo seu machado de metal vermelho-sangue, do qual deriva seu apelido “Puni Acu”, o qual ela prefere ser antecedido por seu nome, chamá-la direto pelo apelido é como dizem, um convite à morte.

Sendo filha de Olander Mecenas, antigo regente de Pino, da oligarquia Toredo e Altanna M'lara (elfa florestal) da oligarquia Kaliaka, não possui irmãos, e ainda não se casou, logo também não possui descendentes, por hora.

Cidade-Estado de Quizes

Quízes apresenta um clima seco, semi-árido em sua maioria, com porções centrais desérticas. O clima só é mais ameno nas montanhas que cercam a região e servem de fronteira natural com as terras de Conti, a oeste, Pino a noroeste, Novo Porto a nordeste, Torbel e Estepe a leste e Ender assim como o reino de Azanti e Filanti, ao sul. A vegetação varia pouco nas regiões centrais. Na porção semi-árida, uma forte caatinga, com muitos arbustos. A região montanhosa, que em sua maioria está dentro de outras Cidades-Estado, apresenta um clima tropical de montanha, com vegetação tropical abundante. Quízes foi fundada em uma fonte de águas naturais, que nutre a cidade até hoje. A lenda da fundação desta Cidade-Estado perde-se no tempo. Diz a lenda que um sacerdote de Cambu, Aradi Isael, foi banido de seu reino. Sozinho e faminto, ele perambulou pelo deserto e quando estava sem esperanças, apareceu um enviado de Cambu que lhe disse: “Cambu dará a ti um local, se você fizer com que os homens aglomerem-se e agradem a ele”. Então o Avatar de Cambu pisou no chão e a água brotou da pedra. Este sacerdote juntou grupos de viajantes nômades e fundou a Cidade-Estado de Quízes. A economia de Quízes é baseada no comércio entre as cidades e entre os reinos próximos. Ela serve de entreposto para as rotas por terra que vem dos reinos próximos (Conti, Azanti, Filanti e Portis). Outro fator que movimenta a economia é a produção de manufaturas artesanais: vidros, cerâmicas e peças de cristal, conhecidos em toda a Tagmar.

Governo
Todos os membros da oligarquia de Quízes são descendentes diretos de Aradi. Existem outras lendas, mas elas são consideradas menos prováveis. A própria oligarquia enobrece esta lenda, já que ela é considerada por direito divino, dona de toda a Quízes. Toda a política é comandada pelo Oligarca Azedi Sadi, 23º após Aradi (segundo suas próprias contas) e as vantagens políticas são dirigidas claramente à oligarquia e seus amigos. A população dos servos e dos livres (a maioria) sofre com males como fome e doença apesar da prosperidade econômica do reino. O exército de Quízes é formado em parte pela população e em parte por mercenários. A parcela da população que entra para o exército é de voluntários, que devem alistar-se entre os 18 a 20 anos. Apenas membros da oligarquia podem entrar para o exército após esta idade e em postos oficiais. Ainda assim, o comandante-em-chefe do Exército é o Ditador.

História Recente
Quízes não vive momentos de paz atualmente. As disputas territoriais com Ender e Novo Porto, que já duram anos, mesmo depois da formação da Liga, tem levado Quízes a reforçar seu exército contratando grupos mercenários que chegam cada vez em maior número à Cidade. Devido aos constantes desentendimentos entre estas duas Cidades, os seus impostos têm aumentado e os ganhos da oligarquia têm caído devido a problemas nas fronteiras. Plana tem ganhado muito com isso, já que possui acesso livre às outras Cidades-Estado e tem feito o comércio dos produtos de Quízes por todo o mundo. Além dos problemas externos, existem os problemas internos. Parte da população começa a desacreditar na “santidade” da oligarquia. Alguns poucos sacerdotes de Cambu, junto a uma parcela pequena da oligarquia, estão começando a estruturar um movimento de separação, que tem como base dar poder político a grupos econômicos fora da oligarquia, sendo assim, fora da dinastia atual de Ditadores. Isto é considerado heresia pela Ditadura, mas o movimento, mesmo sendo duramente perseguido, ganha força entre as castas mais baixas. Os deuses mais cultuados em Quízes são Cambu e Maira-Mon. Blator e Lena têm um culto crescente em Quízes. Palier e Plandis não têm cultos institucionalizados e abarcam uma parte não muito significante da população.

O Povo de Quizes
A população de Quízes é a mais ligada ao comércio dentre as cidades, sendo conhecidos como importantes comerciantes em toda Tagmar. Suas manufaturas e artesanato são vendidos a altos preços, devido a sua qualidade acima da média. Ainda assim a população de Quízes não é a mais liberal de todas. Como Torbel, a situação das mulheres ainda é considerada de servidão com seus pais e maridos. Mesmo sendo a maioria da população humana, as mulheres (fêmeas) de outras raças são consideradas livres. Os casamentos são arranjados entre os pais e mulheres que não se casam devem-se tornar devotas de Maira-Mon ou Cambu, ajudando na organização do culto dentro da Cidade. Foras à questão social, têm o fator político: por serem considerados “donos” e herdeiros de Aradi, aqueles que não pertencem à oligarquia possuem poucos direitos dentro de Quízes.

Rumores e Intrigas
Dizem que alguns sacerdotes de Cambu aliaram-se a grupos de Torbel e estão planejando um ataque. A própria oligarquia de Quízes está começando a se desentender. Após o anúncio da expulsão do oligarca Seldi e toda a sua família das terras de Quízes, os boatos são que ele irá formar um grupo de resistência ao ditador atual, fora da Cidade-Estado, é claro. Outro boato é a possibilidade de Quízes tentar invadir Ender. Uma batalha quase foi iniciada entre estes dois grupos, não fosse a intervenção de Estepe e Pino, prevendo um enfraquecimento das fronteiras meridionais das Cidades-Estado. Mas pequenos grupos armados têm invadido o território das duas cidades, saqueando cidades e vilarejos fronteiriços e fazendo escravos. Uma cidade culpa a outra por estas incursões, mas nenhuma delas realmente assume a autoria dos atentados.

Personagens mais conhecidos
Azedi Sadi: Oligarca de Quízes controla toda a política de Quízes é comandada por este ditador que se intitula Azedi Sadi, 23º após Aradi, sendo descendente direto da oligarquia, é um grande e poderoso guerreiro, líder direto do exército, é um homem de modos militares e muito tenaz, de voz acalorada e firme como um trovão, típico de militares, de grande estatura e músculos bem torneados, de cabelos negros e olhos castanhos, vívidos como o de uma serpente, sendo sempre um grande manipulador, sabendo ser “estrategicamente doce”, como uma planta carnívora que atrai os insetos com seu odor adocicado para então dar o bote mortal. Possui uma rixa guerreira com Ivanna Puni de Pino, por ela ser uma mulher guerreira, ele não a considera digna de tal feito. É um ditador temido por seu povo e aclamado por seu exército.

Cidade-Estado de Ender

Localizada mais ao sul, Ender possui a vantagem de ter a leste, servindo de fronteira com Estepe, o rio Edaim, o que favorece em muito a agricultura, a oeste o reino de Conti, ao sul Azanti, a norte Quízes e Pino e a nordeste Novo Porto e Torbel. A maioria dos vilarejos de Ender ficam ou próximo às montanhas ou próximo a oásis, onde é mais fácil encontrar água e locais para pastoreio e plantio.

A lenda mais aceita sobre Ender diz que ela foi colonizada por um homem, Adessa Elifa, que chegou sozinho e fundou a cidade de Ender (que significa terra final). Ele antes de morrer dividiu as terras entre seus treze filhos, que formaram as famílias ou clãs que regem a Cidade-Estado, são eles: Marum, Zipare, Silpem, Narar, Kechar, Karuti, Bavute, Tebral, Piom, Garak, Ronal, Suleimam e Nariska.

A cada um destes filhos, Adessa deu terras e uma missão. Marum, Zipare e Silpem fazem fronteiras com Quízes. Narar faz fronteira com Novo Porto. Kechar e Karuti fazem fronteira com Torbel. Bavute, Tebral e Piom possuem as terras próximas ao Rio Lara. Garak e Ronal são os donos das terras montanhosas, na fronteira com Azanti. Suleimam é a oligarquia que cuida da fronteira com Conti. E, finalizando, Nariska (que originalmente era o nome da única filha de Adessa) é a oligarquia que cuida da Capital.

A economia de Ender é a mais diversificada de todas nas Cidades-Estado. Ender extrai minerais das montanhas próximas a Azanti, a serra de Ender; produz cereais nas terras ao lado do rio Edaim além de ter alguma pesca nesta área e alguns vinhedos; possui uma produção pastoril nas áreas próximas aos Montes Basilor, assim como produz artigos de couro, lã e derivados do leite.

Algumas rotas de comércio passam no meio do deserto, favorecendo as cidades menos produtoras como Marum, Zipare e Silpem. Mesmo estas, são fontes de produção de armas, conhecidas e compradas em todas as Cidades-Estado. A oligarquia Nariska é a única que não produz nada, recebendo uma doação de todas as outras oligarquias chamadas o dami, o próprio Adessa decidiu isso antes de sua morte.

Governo
Quem governa a Cidade-Estado é Dario de Marum, o mais antigo de todos os oligarcas e o mais próximo de Adessa na linha genealógica, conforme as regras de ascensão. A liderança, desta forma, é sempre tomada pelo mais velho, mas o conselho dos anciões dos clãs tem bastante poder sobre as decisões políticas em Ender. O exército é organizado pelo grupo das oligarquias de Marum, Zipare e Silpem aos quais foi dado o dever de defender seus irmãos. Os generais de Ender pertencem à linhagem de uma destas três famílias. O exército é formado por voluntários que queiram servir no exército de Ender. O salário é bom logo não são poucos que desejam uma vaga no exército. Na verdade boa parte dos livres é interessada em entrar para o exército de Ender, que oferece o melhor salário de todas as Cidades.

História Recente
Ender vive o melhor momento de prosperidade econômica de toda sua existência. Mesmo assim, problemas existem. A expansão e divisão dos territórios entre os clãs chegou ao máximo. Alguns oligarcas não recebem mais terras ao formarem novas famílias. Isto está fazendo com que a idéia de expansão territorial esteja formando-se aos poucos nas cabeças dos oligarcas, principalmente aqueles de Marum, Zipare e Silpem. Ainda mais depois que Dario subiu ao poder.

A discórdia entre Ender e Quízes é antiga. Até as lendas das duas cidades falam sobre esta antipatia. As lendas de Quízes dizem que o fundador de Ender foi expulso da cidade por ser um herege, enquanto as lendas de Ender falam do maníaco que, disfarçado de sacerdote, quis destruir Ender e seu patriarca. Não se sabe até onde a veracidade das lendas é real, mas cada uma indica que a outra foi fundada primeiro.

Após a formação da Liga, esta disputa diminuiu bastante. Mas nos últimos tempos, ainda mais depois que alguns vilarejos de Ender foram atacados e logo após alguns de Quízes, o que dá a entender é que Quízes atacou Ender e este último em represália, contra-atacou. Nenhuma das duas Cidades-Estado assumiu a autoria dos ataques. Mas levando-se em conta o desejo crescente por expansão territorial de Ender, a antipatia entre a oligarquia de Quízes e a de Ender devido à constante disputa de rotas comerciais e clientes e a propensão cultural a uma não gostar da outra, não é de se admirar que uma Cidade acuse a outra veementemente.

Todos os deuses têm devotos em Ender, dependendo da região sendo mais ou menos cultuados. Nas montanhas Maira-Mon e Parom são cultuados, devido ao extrativismo mineral existente, enquanto próximo ao Edaim Sevides, Quiris e Liris são mais cultuados. Cambu e Blator são cultuados nos territórios fronteiriços a Quízes e Selimom é mais cultuado na capital, Ender. De qualquer forma, a oligarquia Nariska é a responsável pela organização dos cultos dos deuses em todas as cidades. Não é preciso dizer que é dela que vêm os maiores sacerdotes do reino.

O Povo da Cidade-Estado de Ender
O maior grupo oligárquico de todas as Cidades-Estado é de Ender. Cada clã divide-se em famílias: sendo que quem comanda a família é o descendente de Adessa, independente de seu sexo. Trabalhadores livres e militares são todos pertencentes a famílias estrangeiras que se estabeleceram em Ender. Essa população imigrante, muitos deles foragidos de outros reinos próximos, teve que se adaptar as crenças e cultura da oligarquia e trabalhar para ela. Assim formou-se a população de Ender. Assim mesmo, a população de Ender é a mais bem tratada de todas as Cidades-Estado e a que é mais bem remunerada.

Os únicos que não são bem tratados são os que têm algum parentesco com indivíduos nascidos em Quízes, estes são tratados como inferiores, mesmo sendo livres, e vivem nos subúrbios que circundam as cidades. Os escravos são utilizados, mas somente aqueles presos por crimes, inimigos capturados em guerra e aqueles que adquiriram dívidas é que podem ser escravos. Isto faz parte de uma solicitação de Adessa, que libertou seus escravos em troca da ajuda de Sevides e Selimom, tornando-se um devoto deste último após isto.

Rumores e Intrigas
A centralização da organização dos cultos aos deuses nas mãos da oligarquia é um ponto de discussão interna. Muitos homens-santos têm aparecido no deserto, mas o culto aos deuses fora do controle dos oligarcas é altamente reprimido. Isto tem levado o desgosto do povo em geral, que já se revoltou em dois territórios, e levou a diminuição do culto aos deuses através dos oligarcas. Dizem que existe um culto crescendo em Ender: o culto ao Mais Sábio! Os cultistas do Mais Sábio dizem que ele é a união de todos os deuses, ele possui a força de Blator, a honra de Crizagom e o instinto de Crezir, unido à percepção de Plandis e a paz de Selimom e que de tempos em tempos ele reaparece no corpo de um homem para trazer a união aos filhos de Tagmar. Não é preciso dizer que este culto, se existe mesmo em Ender, é e será considerado em toda Tagmar como uma heresia.

Personagens mais conhecidos
Dario de Marum, Oligarca de Ender é o mais antigo de todos e o mais próximo de Adessa na linha genealógica, conforme as regras de ascensão ordenam. A liderança, desta forma, é sempre tomada pelo mais velho, mas o conselho dos anciões dos clãs tem bastante poder sobre as decisões políticas em Ender.

Sendo um nobre toda a vida, Dario não sabe o que é realmente lutar para ter o que lhe pertence, ainda mais que a regência lhe veio por direito e com o consentimento de todos os demais líderes das oligarquias de Ender. Com sua aparência de bonachão, longos cabelos da cor de castanhas, olhos sempre ávidos pela próxima refeição, de barba longa e modos rudes, com roupas nobres, nunca usando a mesma duas vezes, uma luxúria que o poder de seu cargo lhe permite. Isso lhe dá a aparência de um líder relapso e desleixado, mas sua capacidade política e manipulatória mais que compensam suas faltas.

Altenus Gravisdel: Sumo Sacerdote de Cambu da Oligarquia Nariska é o responsável pela organização dos cultos dos deuses em todas as cidades. Não é preciso dizer que é dele que vêm os maiores sacerdotes do reino. Atualmente o Sumo Sacerdote de maior poder nas Cidades-Estado, Altenus, é acima de tudo um grande comerciante, porém, devoto sincero de Cambu, suas maquinações e alianças o tornaram o líder da oligarquia Nariska, e consequentemente um dos homens de maior poder dentro das Cidades-Estado. Um homem de aparência exótica, com trajes refinados, e vários símbolos de seu deus, sempre ostentados em jóias de incrível aparência e inestimável valor, com sua voz convincente, e modos bem capazes, é capaz de conquistar a atenção de qualquer um.

Cidade-Estado de Novo Porto

Novo Porto tem como fronteiras os Montes Basilor e Torbel a sudeste, o Mar do Norte ao norte, Pino a sudoeste e Quízes e Ender ao Sul. Seu clima é semi-árido em sua maioria e sua parca vegetação constitui-se de arbustos adaptados ao clima quente e seco da região. A economia de Novo Porto está ligada ao comércio com as Ilhas Independentes, já que Novo Porto é ponto de parada obrigatória das embarcações que viajam entre as terras das Ilhas e o Mundo Conhecido.

Os tecidos, artesanato, jóias, especiarias, armas, bebidas, em resumo, tudo que vem das terras das ilhas é comercializado com exclusividade em Novo Porto. Isto atrai muitos comerciantes não só de Plana, mas de outros reinos para a Cidade, fazendo com que ela também seja conhecida como ponto de circulação intensa de pessoal. Isto também é uma grande fonte de renda para a população. Novo Porto é conhecida também pela sua comida, uma das mais famosas de todo o reino, incluindo no seu cardápio refeições com gostos diversos; uma das inúmeras influências culturais derivadas das ilhas independentes.

Governo
A cidade de Novo Porto vive sob a ditadura do Lorde Alstus, que tomou o poder após uma violenta batalha entre dois grupos oligárquicos da Cidade-Estado. Os antigos oligarcas estavam ligados por laços de parentesco muito estreitos aos oligarcas de Pino. Isto faria com que, em alguns anos, as duas cidades ficassem sob o comando de uma única oligarquia. Mesmo que em menor número, Lorde Alstus reuniu um grupo de comerciantes marítimos e começou a combater este grupo de oligarcas. Apesar das várias baixas, em uma ofensiva poderosa e bem organizada, Alstus conseguiu sua vitória, expulsando ou matando os antigos oligarcas.

Devido a isto a ditadura em Novo Porto é a mais paranóica de todas, caracterizada pela extrema vigilância política e cultural. A oligarquia de Novo Porto também é a que possui menos membros de todas as Cidades. Novo Porto tem boas relações com quase todos os reinos, mas dentro das Cidades, é a que mais tem conflitos diretos. Após a ascensão do Lorde Alstus, muitas das famílias da oligarquia de Pino estão claramente descontentes. Algumas queriam até entrar em guerra direta, mas o pacto é claro quanto à participação direta de uma Cidade na política de outra. Isto não significa que a oligarquia de Pino está parada.

Os batalhões de Pino estão sendo reforçados nas fronteiras com Novo Porto, a razão para isto ainda não foi explicada. Fora os desentendimentos com Pino, Quízes também tem seus problemas com Novo Porto. A fronteira nordeste de Quízes sempre foi um ponto de discórdia com Novo Porto. Parece que agora Quízes tem cada vez mais se interessado por esta área, ainda mais quando um pequeno grupo de anões se instalou lá.

História Recente
Novo Porto é conhecida pelos seus sítios de pesquisa da segunda era, visitado por estudiosos de toda Tagmar. Isto aliado ao fato de uma das bibliotecas mais conhecidas do mundo estar nesta Cidade-Estado, a Biblioteca Santa, faz com que vários viajantes aportem em Novo Porto somente para estudar. A Biblioteca Santa é uma das maiores do Mundo Conhecido. O incrível é que ela foi criada por um só homem, Lutus Virel, que dedicou toda a sua vida recolhendo e catalogando pergaminhos, livros e diários em toda Tagmar. Hoje ele já deve ter em torno de 90 anos, mas dizem que está em plena saúde mental e física. Em Novo Porto os deuses mais cultuados são Ganis e Cambu. Cultos a Crezir e Blator têm aumentado de número depois da ascensão do Lorde Alstus ao poder. Cultos a Lena são proibidos, devido ao fato da antiga oligarquia ser intimamente ligada a estes cultos. Apesar de não haver proibição ao culto de outros deuses, seu culto é bem pequeno comparado aos destes deuses.

O Povo da Cidade-Estado de Novo Porto
Diga-se de passagem, que não é só na comida que as ilhas independentes influenciaram a cultura de Novo Porto. O contato direto com esse povo, fez com que eles adotassem hábitos e palavras no seu vocabulário, tornando a comunicação com o povo da Cidade, mais especificamente com aqueles que vivem do comércio marítimo, uma experiência estranha. Outro hábito é o de falar baixo. É considerado vulgar portar-se com voz acima da média nas terras de Novo Porto. Muitos viajantes acham estranho entrar numa taberna e ouvir pessoas somente sussurrando umas com as outras, mas este é o tom normal na maioria dos estabelecimentos da cidade.

Rumores e Intrigas
Um boato que corre sobre Novo Porto é o que diz sobre o tráfico de componentes especiais para poções mágicas trazidas das Ilhas Independentes. Estas plantas eram trazidas para abastecer o mercado interno, composto basicamente pela oligarquia, nos cultos a Lena. Com o fim da antiga oligarquia, o comércio destas plantas, sua manipulação e uso ficaram proibidos. Dizem que o golpe final de Alstus constituiu-se de unir plantas venenosas às plantas usadas pela oligarquia.

Boatos dizem que existe um tráfico destes produtos ainda em Novo Porto e que ele está se expandindo pelo Mundo Conhecido. O seu uso, dizem os estudiosos, tem inúmeras utilidades: fazer com que a pessoa ganhe contato maior e mais fácil com o karma, mas diminuem sua agilidade e inteligência; outras aumentam a agilidade e a vitalidade, mas diminuem sua percepção; em suma, existem vários tipos. Alguns dizem que você consegue falar diretamente com os deuses. Mas a maioria dos grandes estudiosos dispensa o uso destas plantas e substâncias extraídas delas, mesmo os cultistas de Lena, alguns dizendo que na verdade elas são demoníacas.

Personagens mais conhecidos
Lorde Alstus, Oligarca de Novo Porto, guerreiro, que tomou o poder após uma violenta batalha entre dois grupos oligárquicos de Novo Porto. É um homem de vasto poder militar e digno de uma liderança sem igual, seus homens lhe são leais até a morte, e o veneram como um grande herói e general. É um homem de modos altivos e de muito valor, porém como os demais oligarcas, é também um ditador. Sempre preparado, com planos de contingência para várias situações, é um dos oligarcas mais bem protegidos do reino. Possui uma marca bem distinta dos demais oligarcas, é totalmente calvo e não ostenta nem barba nem bigode, e sempre que possível está fardado ao modo militar e vestindo uma armadura. A tomada a força desta Oligarquia, incitou muita descontentação entre os demais líderes das outras Cidades-Estado.

Lutus Virel, bibliotecário chefe da Biblioteca Santa de Novo Porto, uma das maiores do Mundo Conhecido. O incrível é que ela foi criada por um só homem, Lutus Virel, que dedicou toda a sua vida recolhendo e catalogando pergaminhos, livros e diários em toda Tagmar. Hoje ele já deve ter em torno de 90 anos, mas dizem que está em plena saúde mental e física. De aparência frágil, mas ainda ostentando um vigor sobrenatural, este senhor, de cabelos brancos, já meio calvo, de olhos de um azul profundo, e voz parcimoniosa e límpida, está sempre a catalogar seus raros livros e pergaminhos, de uma personalidade muito cativante e eternamente jovial.

Cidade-Estado de Torbel

Torbel é a cidade que tem como limites Estepe à sudeste, Ender a oeste, o Mar do Norte ao norte e leste e Novo Porto a noroeste. Cercado pelos Montes Basilor, que fazem parte da maioria de seu território, esta é a Cidade-Estado que possui a maior diferença de climas de todas. No litoral seu clima é praticamente tropical mediterrâneo, graças à proximidade com o mar. No seu centro, nos montes, o clima é frio e seco, propício para o crescimento dos sildares, árvores de madeira macia. No extremo noroeste, próximo a novo porto, o clima é semi-árido, com vegetação arbustiva intensa. Vale ressaltar também a importância do rio Calmo, que margeia a capital, e serve como meio de transporte para praticamente toda a Cidade.

Governo
Torbel tem uma forma diferente de governo. Devido também à falta de contato com outras Cidades-Estado, nela floresce uma “democracia”. Após um curto período tendo dirigentes ditadores, que acabaram por cair no desgosto da população, um grupo de oligarcas, descontente com os desmandos dos ditadores, juntou-se às outras castas e destronaram-no, fixando assim um novo sistema de castas e um novo tipo de governo. Existe um conselho que todos nobres e os grandes comerciantes podem participar, chamado conselho democrático. De tempos em tempos, as pessoas reúnem-se no Salão Comunal de Torbel e votam leis e propostas para o governo do reino.

Geralmente, só os mais velhos comparecem a estas seções, por serem considerados Mais Sábios e por terem mais tempo para participar. Mesmo assim existem três grupos que se destacam no governo: os escrivões, responsáveis diretos pela elaboração dos textos de leis e projetos ligados à justiça e a administração da Cidade-Estado; os juízes, responsáveis pela manutenção da justiça; e os executores, responsáveis pela manutenção dos bens públicos, exército e guarda dos vilarejos.

Seu exército é formado por todo o cidadão que esteja entre 18 e 26 anos. Aqueles que demonstrarem interesse e dom para o exército permanecem lá até a idade de cinquenta anos. Geralmente o trabalho da guarda de Torbel é fiscalizar a entrada de visitantes na Cidade, manter a ordem e patrulhar as áreas do vale e no norte árido. As áreas dos montes não são patrulhadas constantemente também devido à dificuldade de locomoção nessa área.

História Recente
Sua economia baseia-se principalmente na produção e manutenção de embarcações, sua tecnologia é soberba nesta área, no comércio de madeiras e artigos provenientes da madeira, como certas tintas naturais. Sua pesca também é importante. Existe a intenção de incentivar a busca por minérios que encontra sua maior dificuldade na falta de estradas por entre os montes. Outro problema é a falta de auto-suficiência na agricultura, o que leva a Torbel ficar dependente de Estepe neste sentido. Apesar disso, novas técnicas agrícolas de irrigação e plantio estão sendo estudadas para melhorar o pouco espaço cultivável da Cidade. Torbel tornou-se, nos últimos cinquenta anos, a maior produtora de embarcações do Mundo Conhecido. Dizem que até Verrogar importou alguns navios de guerra deles.

Os deuses mais cultuados em Torbel são Maira-Vet, Cambu, Ganis e Selimom. Maira-Vet é cultuada desde que a economia de madeiras começou a crescer em Torbel. Selimom é um culto novo, ainda sob muito preconceito dos cidadãos de Torbel, mas que já conta com a participação de alguns membros ilustres da sociedade, como o Juiz Otelo Kalapis, um dos mais renomados juizes de Torbel.

O Povo da Cidade-Estado de Torbel
A população de Torbel é a menor de todas as Cidades-Estado. Quase todos os vilarejos aglomeram-se na área próxima a cidade de Torbel, no que é conhecido como Vale do Segredo (Torbel, em língua bárbara significa segredo). Felizmente, eles são os mais cultos e seus estudos sobre náutica e astrologia ajudam em muito o avanço destas ciências por todo o Mundo Conhecido. Isto também se reflete em sua arte, onde se revelam mestres em escultura e pintura.

As castas em Torbel também possuem um ideal diferente, dividindo-se desta forma: escravos, que são escravos e criminosos sem direitos civis; estrangeiros e servos, pessoas de outras terras ou servos de oligarcas com alguns poucos direitos civis; livres, artesãos e pessoas livres, com quase todos os direitos e os nobres e grandes comerciantes, com todos os direitos, inclusive o de votar.

As castas estão mais ligadas ao seu valor econômico e político em Torbel do que a linhagem de sua família, sendo a única cidade onde a mudança de casta é possível sem a indignação geral da população. Apesar de ser a mais avançada de todas as Cidades, politicamente e culturalmente, as mulheres de todas as raças ainda são tratadas com inferioridade. Suas funções são basicamente as de mãe e dona-de-casa, sendo consideradas no mínimo rudes aquelas que não seguem este padrão. Casamentos arranjados são comuns e a poligamia é normal para os homens, desde que consigam sustentar a família.

Rumores e Intrigas
Os boatos que correm pelas tabernas são muitos, já que Torbel também é um ponto de parada entre as viagens para o lado leste do Mundo Conhecido. Dizem que nas montanhas estão os resquícios de uma cidade inteira do Segundo Ciclo, mas, como seu território é amaldiçoado, aqueles que entram lá, nunca mais podem sair.

Dizem que um antigo nobre de Torbel, ainda vive nas montanhas como vampiro, assombrando a Cidade de tempos em tempos. Convém dizer que nos últimos dez anos, houve vários casos de sequestro, nunca bem solucionados, o que faz com que a população que vive próxima às montanhas mantenham símbolos sagrados na porta de suas casas.

Vários viajantes relatam encontros com navios piratas, mas estes não os atacam, dizem até que um navio pirata destes salvou toda uma população de um naufrágio, deixando todos vivos na costa de Torbel. Outros dizem estórias de navios piratas que atacam com tanta crueldade que matam todos os tripulantes de forma horrível.

Um boato diz que as outras Cidades-Estado estariam juntando-se para atacar Torbel, pois os ideais de democracia estariam expandindo-se e estariam começando a preocupar as paranóicas oligarquias das Cidades. Um boato diz que Fidelis, o líder do grupo que tenta dominar Estepe estaria recebendo ajuda de Torbel. Caso isso fosse verdade, teríamos um sério problema diplomático entre Estepe e Torbel.

Personagens mais conhecidos
Calamar Orlença, Escrivão-Chefe de Torbel, um homem de ascendência nobre, responsável direto pela elaboração dos textos de leis e projetos ligados à justiça e a administração da Cidade-Estado de Torbel. Já de meia idade e cabelos grisalhos, com estatura média, de voz calma e clara, possuidor de uma personalidade controladora e dominante, deixando claro sua afinidade com seu atual posto.

Samos de Liria, Grande-Juíz de Torbel também um nobre, responsável pela manutenção da justiça, é o mais velho dos três “líderes” de Torbel, e também o mais respeitado. Já de cabelos brancos e pele alva, de voz empostada e grossa, e temperamento sério e atencioso. É um homem de grandes virtudes e sabedoria sem par atualmente, digno do cargo que ocupa, e o melhor exemplo de que a democracia pode vir a prevalecer como “o melhor” dos governos.

Malori Alduias, Executor-Chefe de Torbel, é um grande comerciante, é o responsável pela manutenção dos bens públicos, exército e guarda dos vilarejos. Ainda que não possua uma capacidade guerreira, é a prova viva de como a influência é capaz de empossar homens no poder. De aparência comum, cabelos curtos e negros, olhos negros também, com uma voz quase lírica, e bem acima do peso, poderia ser facilmente confundido com um grande trovador. Possui uma personalidade capaz de encantar qualquer pessoa com que fale, e ainda que tenha modos finos, sabe ser firme e até mesmo rude quando necessário.

Cidade-Estado de Estepe

Estepe ocupa o sudeste da região das Cidades-Estado. Suas fronteiras são o Rio Lara ao Sul, que serve de fronteira natural com o reino de Portis, Torbel, ao norte, Ender, a oeste e o Mar do Norte a Leste. Seu clima é o mais ameno e este é o reino mais propício à agricultura devido à proximidade ao rio Lara e seu afluente, rio Edaim. Suas margens são utilizadas na agricultura.

Seus principais produtos de exportação são os seus cereais e tecidos (comercializados em todo mundo). O transporte de produtos agrícolas é feito por mar para as Cidades-Estado litorâneas e por estradas para Quízes e Ender. Mesmo assim estes excedentes não bastam para a população de todas as Cidades. Isso faz com que se comprem produtos agrícolas também de outros reinos, como Conti e Eredra. Como é um país que sobrevive da agricultura, é a Cidade que necessita do maior número de escravos e servos entre todas, sendo os servos a maior parte da população. Dizem que os anões estão explorando a cadeia de montanhas ao norte, os montes Basilor, mas nenhuma grande jazida mineral foi descoberta até agora.

Governo
Estepe é governada pelo Lorde Menelau, o maior dono de terras da região, que sucedeu seu pai no comando da Cidade. No momento, suas preocupações são a construção de estradas melhores entre as Cidades, a organização de sua defesa marítima, que em boa parte é cedida por Torbel e a luta contra grupos revoltosos dentro da Cidade. Este é o local mais patrulhado pelos navios das Cidades. Pois é o mais próximo a Porto Livre e, portanto, passagem obrigatória dos piratas que porventura decidam atacar a costa das Cidades-Estado.

História Recente
Sua economia se baseia muito em cereais e tecidos, sendo a maior produtora agrícola das Cidades-Estado, e abastecendo com sua produção excedente as demais Cidades-Estado, ainda que seja necessária a importação de outros alimentos, como hortaliças e frutas, carne e derivados do leite.

Sua área têxtil é uma das mais desenvolvidas de todo o Mundo Conhecido, exportando seus tecidos e trabalhos em tecido, como tapetes, tapeçarias e guarnições finas para todo o mundo, principalmente Plana, que vê um lucro enorme nessas peças. Sevides é bem cultuado em Estepe, dizem até mais que Cambu, o que causa certa rivalidade entre os adoradores desses deuses.

Todos os deuses são cultuados, mas Sevides, Cambu e Ganis tem os maiores templos. Cultos a Blator, Crizagom e Crezir são controlados, só existe um templo para cada um desses deuses, e ele fica na mansão principal do Lorde Menelau.

O Povo da Cidade-Estado de Estepe
A maioria da população, humana por sinal, é constituída de servos, que trabalham para a oligarquia, em suas mansões ou em suas terras, geralmente como arrendatários, o que lhes confere certa liberdade. Os soldados são escolhidos entre os mais fortes filhos das castas mais baixas (menos escravos) e devem servir o exército durante 35 anos.

A oligarquia é formada de nobres e donos de terras que detêm as terras férteis próximas ao leito dos rios. A eles é dado o direito de julgar em suas terras e ter um pequeno grupo armado, para manter a ordem nestes territórios. Não é permitido andar portando armas nas terras de Estepe, somente a oligarquia, e os militares do exército podem fazê-lo. Uma diferença básica com outras Cidades-Estado é a quase inexistência de livres comerciantes, já que a maioria da população serve a um ou outro oligarca.

Rumores e Intrigas
Dizem que a agricultura está diminuindo cada vez mais e as terras estão perdendo sua fertilidade, devido ao uso sem controle e que, também por isso, parte da oligarquia estaria fazendo donativos a Sevides cada vez maiores.

O exército tem lutado constantemente com grupos de revoltosos, servos e escravos fugidos que são contra a oligarquia e seus desmandos em suas terras. O líder mais conhecido desse grupo é Fidelis, filho de um oligarca de Estepe, que é definido como seguidor da Seita e deseja tomar o direito divino da oligarquia em dirigir as terras de Estepe. Dizem os boatos que Estepe estaria estreitando relações com Azanti e Filanti. Um dos fatores para esta união diplomática seria a ajuda ao combate aos revoltosos, que tem aumentado seus ataques contra propriedades oligárquicas nos últimos anos. Claro que Azanti, poderia usar essa possibilidade para manter postos avançados, uma ótima oportunidade de atacar posteriormente Portis.

Portis tem mantido um contato diplomático cada vez maior com Estepe, inclusive cedendo o seu lado do rio Lara para o plantio aos oligarcas de Estepe. Existem boatos sobre a proliferação de um grupo ligado à Seita que age na cadeia de montanhas ao norte.

Personagens mais conhecidos
Lorde Menelau, Oligarca de Estepe, o maior dono de terras do reino, que sucedeu seu pai no comando da Cidade-Estado de Estepe. É de todos, o melhor e mais justo dos Oligarcas-Regentes de todas as Cidades-Estado, fora Torbel. Porém como qualquer nobre, ainda assim é contra a democracia de Torbel, pois sua população na maioria de servos, é dominada por uma classe de nobres e grandes comerciantes, a quem o Lorde Menelau governa com parcimônia e justiça. É um homem nobre, ainda que seja um bom político e grande conversador. De aparência polida, sempre ostentando penteados diferentes, sabe ser calmo e tolerante, mesmo frente as piores situações, com seus olhos azuis como o mar, é capaz de perceber os menores detalhes nas diversas situações do dia-a-dia; dono de uma personalidade minuciosamente perspicaz e extremamente observadora.