A Cidade-Estado de Kamaris é a última cidade dictínea do oeste e a mais isolada entre as demais. Quando foi fundada, esperava-se que se tornasse um entreposto comercial rico e poderoso, ligando dois grandes grupos de Cidades-Estados. A verdade é que nunca vingou a idéia de expansão para o oeste. Não fazia sentido continuar expandindo para regiões já tão distantes e a guerra com o império aktar sugou qualquer recurso econômico ou humano para tamanha empreitada.
A cidade de Kamaris se tornou o último resquício de uma vontade de expansão fadada ao fracasso. Para aqueles que vieram atrás do sonho de enriquecer e explorar novas terras, ficou o desafio da sobrevivência.
Os grandes muros da cidade e as torres que se erguem em seu interior são as únicas estruturas humanas em quilômetros de deserto. Os humanos locais em grande parte são tribos do Povo do Deserto que vagam pela região comercializando e vivendo de atividades pastoris. Algumas tribos se especializaram no saque a caravanas de outras tribos e nações.
Neste ambiente selvagem, a população da cidade de Kamaris aprendeu a viver e prosperar. São quase autosuficientes, produzindo seu próprio alimento e têm suas criações de animais e a indústria têxtil. Metal, sal ou qualquer outro objeto é conseguido com o comércio com os povos do deserto em trocas de produtos, sempre muito negociados.
A cidade apesar de seu imponente muro é uma cidade simples. O palácio real da cidade de Nidre em outra cidade não seria mais do que uma simples mansão. Muitos consideram a cidade como sendo a mais fraca, mas talvez seja a mais bem preparada para anos vindouros de guerra e provação.
Ufinor e Anorio são velhos amigos e companheiros de batalha, tendo cada um assumido respectivamente os cargos de Conselheiro e de Magistrator. A amizade que já dura toda uma vida tem garantindo uma sintonia que permitiu à cidade crescer nos momentos mais difíceis. Um dos projetos mais ambiciosos já pensados é a construção de grandes canais de água para a irrigação de uma vasta região do deserto. A idéia é a construção de grandes diques para armazenar toda a água que será usada na agricultura, na criação e na venda para os povos do deserto.
Com tradição militar, a Cidade-Estado conta com um efetivo fixo de 10 mil soldados comandados por Clandis. Determinado e corajoso, Clandis é o exemplo do que a Cidade-Estado de Kamaris pode oferecer ao mundo.
A grande preocupação do comandante, atualmente, é o ataque de um pequeno grupo de saqueadores do deserto que habitam as redondezas.
A então sumo-sacerdotisa Almira, com seus 52 anos, tem relutado, mas por intermédio do rei Klator, se vê obrigada a passar suas responsabilidades sacerdotais para a sacerdotisa Atiria, com 21 anos. Atiria foi descoberta por Klator em uma de suas andanças pelo seu reino e desde então tem se tornado alvo de sua cobiça.
Entendendo a situação, Atiria tem buscado meios de aproveitar-se e trazer para si poder e influência suficientes para não se tornar um marionete, um brinquedo sexual do rei.
Os grandes rebanhos e a agricultura abundante têm permitido alimentar o povo da cidade e comercializar com as tribos do Povo do Deserto. Seguindo a linha de projetos para o desenvolvimento da cidade, um grande canal de irrigação vem sendo escavado e até o final do seu segundo ano de obras estará concluído.
Um segundo projeto e que também já está dando certo é o comércio de camelos. Algo que tem crescido muito na região e que promete crescer ainda mais com a intensificação do comércio entre as cidades birsas e demais cidades. Acredita-se que à medida que as relações comerciais aumentarem entre os birsos e as Cidades-Estado dictíneas, Kamaris se tornará um importante entreposto e parada segura para as caravanas.
O grande contato com as tribos do Povo do Deserto fez com que o povo de kamaris acabasse por absorver certos costumes. Jamais um estrangeiro é deixado a dormir no relento e muitas são as famílias que oferecem estadia para viajantes sem nada cobrar, uma atitude considerada incomum para as demais cidades.