Conta-se que Albir era capaz de forjar espadas melhor que os elfos, sendo estas indestrutíveis ao tempo e sempre afiadas. Ele chegou ao ponto de se tornar o forjador real de espadas de um antigo reino, gozando de poder e riquezas sonhados por outros meros mortais.
Albir teve um filho, Halam. E a este ensinou a arte da forja. Entretanto, apesar de também criar espadas belas e fortes, Halam jamais alcançou a qualidade das espadas de seu pai e tornou-se um simples ajudante dele, vivendo à sombra da fama do pai.
E foi nestes tempos de conflito, sangue e morte que o trabalho de Albir fora requisitado por todos, pois ninguém queria ir para a guerra sem estas armas magníficas.
O tempo passou e as batalhas se transformaram em grandes conflitos e a guerra contra reinos invasores ficou cada vez mais intensa a ponto de quase colapsar a economia do reino.
Sabendo que era somente uma questão de tempo para que o reino sucumbisse às exigências da própria guerra, o então rei fez um desafio ao rei adversário: Eles se enfrentariam, frente a frente, em um duelo mortal. E aquele que vencesse teria as riquezas do perdedor por toda uma geração. O invasor prontamente concordou, pois colocaria fim ao conflito que também estava desgastando seu reino.
O rei, então, pediu a Albir que criasse a espada perfeita, capaz de resistir a todos os encantos ou golpes, forte ao tempo e às intempéries.
Durante dez dias e dez noites, Albir trabalhou na forja incansavelmente para moldar o ferro e torná-lo a espada perfeita. A quantidade de minerais especiais foi acrescida cuidadosamente e a temperatura da forja mantida meticulosamente. Ao final de seu trabalho a espada estava pronta com todo o seu brilho e pompa. O rei, quando viu tamanha beleza, ficou maravilhado e aguardou ansiosamente o dia do duelo.
Quando finalmente o aguardado duelo chegou, os dois se encontraram na arena. Centenas de soldados formavam um grande círculo, os reis se saudaram e mostraram suas armas. O rei trazia sua grande e bela espada e o adversário um pequeno e simplório punhal de bronze.
Claramente em vantagem, o rei se rejubilou com a vitória que antecipava.
Assim, encostariam suas armas para simbolizar o início do combate, todavia, no instante em que se encontraram, a espada do rei instantaneamente se desfez em pó.
O rei, atônito, foi incapaz de reagir ao golpe mortífero que lhe perfurou o coração, tombando para trás e morrendo antes de alcançar o chão.
No reino, a notícia da morte do rei era lamentada por todos, menos pelo ajudante do famoso ferreiro que contava as moedas de prata que recebeu de um sacerdote Bankdi, da casa de Diatrimis, na noite anterior, por destruir o trabalho de seu pai.
Extraído de "O Livro de Maudi", do capítulo “A Espada”, Biblioteca de Saravossa.
Sabe-se que seu surgimento tem início pouco depois da rebelião dos deuses contra os Titãs. Blator desejava uma esposa e seus desejos tiraram de Ânimus aquilo que precisava. Ânimus estava mergulhado nas energias que formariam o Mundo, encontrando sentido para estarem onde estão. Dessas energias, Blator fez surgir, dos desejos de seu espírito, o fim de sua solidão. E dessa animação ergueu-se Diatrimis, nem Deusa, nem Titã, apenas a consorte de Blator.
Mas Diatrimis queria mais que isso, não queria ser apenas a madrasta de Crezir e Crizagom, queria ser a mãe deles e senhora da guerra. Para ela, Blator era condescendente demais e a guerra, uma vez iniciada, devia ser vencida a qualquer custo. Traição, extorsão, ameaça e até o sangue de inocentes, adultos ou crianças não importavam. Seu prazer era a guerra e seu orgulho a vitória a qualquer custo. Seu novo inimigo era então Blator e contra este se revoltou.
Blator não teve escolha, a fome de Diatrimis por guerra iria dizimar tudo. Com um golpe de seu poderoso machado de guerra, abrira-lhe o crânio tão fortemente que lascas de metal divino se espalharam pela fronte dela.
Diatrimis fugiu, levando consigo a vergonha da derrota e o medo da destruição total. E foi se esconder no último lugar onde se pensaria alojar uma ex-consorte divina. Ali, onde derrotados como ela teriam, querendo ou não, uma morada de devastação e pesadelo. E o inferno tomou para si mais um prisioneiro. E seus condenados, mais um governante.
É vista pelos demais príncipes como uma grande ameaça visto que sua origem a liga ao deus Blator, um dos mais temidos deuses.
Seu desejo insaciável por guerra e matança também a leva a batalhar contra os demais Príncipes até que o mais forte vença.
Porém, as últimas atividades bélicas de Verrogar têm aumentado a suspeita de que os seus seguidores voltaram.
O efeito mágico desaparece depois que a pessoa trai, voltando logo em seguida ao normal.
Medalhão do medo: Este medalhão feito em ferro tem o símbolo da casa de Diatrimis de um lado e do outro a expressão do medo. Quando ativado, o medalhão brilha intensamente e emite uma luz na direção em que está voltada a face do medo no medalhão. Todos aqueles que olharem está luz diretamente serão tomados por um medo enlouquecedor, fugindo desesperados.
Um grande portão de bronze dá acesso à cidade de Calganazo. Esta que, na verdade, mais se assemelha a um grande acampamento militar. Tendas são montadas em vários locais e soldados marcham incessantemente de um lado para o outro.
Diversos castelos podem ser vistos já do portão de bronze. O maior de todos é o da princesa. No interior deste se encontra uma arena onde são feitos grandes eventos de lutas. Espetáculos sangrentos em que toda a ira é exposta e alimenta demônios e condenados que conseguiram o privilégio de estar nas arquibancadas testemunhando tudo.
A cidade de Calganazo é rústica, possui grandes áreas planas e uma enorme quantidade de arenas para a luta. Seus habitantes vivem em luta, imersos em grande fúria, havendo sempre pequenos confrontos, porém, na grande maioria, para somente humilhar o mais fraco, sem destruí-lo.
Sua história em vida remonta a de um homem do sul que teve sua vida destruída por tropas conquistadoras. Levado como escravo para a cidade vencedora, foi treinado como gladiador e desde então passou a fazer sua fama.
Após conseguir sua liberdade, montou seu próprio negócio no ramo de entretenimento. Comprava escravos para torná-los gladiadores. Contudo, passou a ter um gosto especial pela violência, mutilava muitos dos escravos que treinava.
Depois da falência do seu negócio, passou a trabalhar como guarda-costas de um rico contrabandista. Sob seus serviços, passou a se dedicar a fomentar a traição dos inimigos de seu mestre, passando posteriormente a cometer assassinatos, sempre com muita violência. Mas a traição se virou contra ele, quando o seu mestre o entregou à guarda real para poder salvar a própria pele. Briareu fora sentenciado à prisão perpétua nas torres.
Após sua morte, seu espírito vagou entre as casas de jogos e nas ruas violentas se alimentando de qualquer ato violento e estimulando os fortes a atos covardes e à traição. Tempos depois, quando sua alma foi esconjurada, rumou direto para os reinos inferiores e foi servir a uma nova mestra.
Ekisis