No início do segundo ciclo, quando os deuses estavam prestes a terminar a criação discutiram.
- Tudo isso, e só para o conhecimento de nossos olhos? - Perguntou Palier.
- Podemos deixar os dragões que foram fiéis a nós como guardiões da criação. Mas concordo com meu esposo, quem irá apreciar a criação tanto quanto nós? - Arguiu Maira.
- Podemos enviar nossos servos. - Aponta Blator para alguns enviados que assistiam ao longe. - Eles podem apreciar e guardar a criação. São bons guerreiros.
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E assim, todos os deuses começaram a discutir sobre como fariam para colocar seres inteligentes no mundo. No final, decidiram que criariam pessoas inteligentes para habitar no mundo. Mas Cruine colocou uma condição "Que o tempo deles na criação seja limitado, para que valorizem mais aquilo que criamos e a vida que oferecemos, mas depois retornem para nós".
Palier começou a moldar os elfos, inspirado na beleza de Maira e disse: "Façamos deles seres belos e altivos como nós, para que entendam como nós as belezas da criação, e assim sejam chamados de Elfos." Ela se deleitou com o que o esposo fazia, e abençoou aquele povo exclamando "Que sejam longevos!" e os dois deuses os colocaram na mais bela floresta.
Selimom admirou o trabalho e os abençoou "Que seus anos sejam longos e pacíficos."
Palier e Maira tentavam chegar a um consenso se eles teriam poderes criadores eles mesmos, ou se guardariam a criação. Então Cambu sugeriu "Que sejam de tipos diferentes, alguns terão poderes que alterarão a criação; outros terão uma afinidade protetora para a criação." Palier e Maira assentiram e dividiram os primeiros elfos. Ele pegou sua parte e disse: "Que estes tenham o dom do conhecimento e da magia." Maira pegou a outra parte e disse "Que estes tenham comunhão com a natureza e a preservem".
Os primeiros elfos entravam no mundo, mas Blator não estava satisfeito e interveio "Este povo é muito frágil! Farei um povo forte e resistente para muitas batalhas." Então ele moldou e criou os anões, e para que eles prosperassem longe dos elfos os colocou no fundo de uma caverna aquecida por um vulcão. Crisagom interveio os abençoando "Se vão viver nas profundezas, é justo que saibam se defender também na escuridão". Então deu aos anões o dom de ver no escuro. Mas Crezir exclamou "Um povo tão aguerrido deve ter muito sangue para lutar!". E os anões se tornaram ainda mais robustos e saudáveis.
Então, Parom, em um ato de rebeldia contra seus pais resolveu abençoar a criação de Blator com um dom: "Que sejam habilidosos artesãos e construtores."
Então os deuses se desataram a criar raças e moldá-las as suas vontades. Muitas eram sobremodo poderosas ou bizarras, e foram vetadas pelos deuses. Até que surgiram Humanos e Pequeninos.
Ao ver os resultado da raça dos pequeninos, Lena e Plandis riram. Então a deusa do amor e da perfeição disse "Que tenham prazer na vida, seja no trabalho, seja comendo, bebendo ou amando." E Plandis abençoou "E que se divirtam como nós, que sejam criativos e irreverentes". Os dois riram e disseram em uníssono "Que sejam para sempre assim, Pequeninos!"
Já Ganis, Sevides e seus filhos Líris e Quíris resolveram abençoar os humanos: "Que se multipliquem e se espalhem!" ; "Que tirem da terra tudo o que precisam para seu sustento" ; "Que cresçam rápido e com vigor."; "Que sejam prósperos!".
No final, todos os deuses abençoaram as raças escolhidas e seus criadores as colocaram no mundo. Por causa dessa bênção, as primeiras pessoas de cada raça eram muito mais longevas e saudáveis do que as atuais. Com o tempo e as gerações surgiram doenças que enfraqueceram todas as raças.
Extrato do Livro de Maudi, do capítulo "A Origem das Raças" ou "Da Criação das Pessoas".