Histórico Pesquisar
Povos do Deserto .

Faisal estava montado em seu cavalo observando o horizonte. À sua frente o deserto estendia-se sereno com suas planícies de dunas e planaltos pedregosos. Observou um pequeno lagarto que se escondia na areia devorando um inseto. As dunas escondem muitos tesouros do sol inclemente, pensou ele, e nenhum é mais precioso que a vida. Seus homens de confiança, Biuz e Asberam, logo estariam de volta com notícias dos espiões sobre a movimentação da tribo Dagas. Os Dagas haviam insultado os Horst trapaceando na última corrida de cavalos e agora iriam pagar.

“Cairei sobre eles queimando suas tendas e roubando alguns de seus cavalos”. - pensava Faisal - Depois retornarei para a tribo onde serei recebido como herói. Haverá uma festa com danças, comidas, bebidas e depois o carinho de minhas esposas à noite.

Depois da festa deixaríamos aquele oásis e iriam para outro pastoreando as cabras. Livres como devem ser os nômades do deserto. E claro que os Dagas tentariam ter sua vingança, haveria luta. Mas sempre existiram tribos amigas e inimigas, apenas o deserto era eterno. No horizonte Faisal avistou Biuz e Asberam que se aproximavam animados, sinal de que sua espada beberia sangue hoje. -

“Hoje retorno em triunfo, mutilado ou não retornarei. - pensou ele - Não importa, a morte chega para todos, na cama ou na batalha. O que realmente importa é a vida que se viveu, essa é a que será julgada pelos deuses!”


Introdução

Como as dunas do deserto, nós estamos sempre mudando de um local para o outro, livres como nossos antepassados viviam, mas não se engane, assim como o deserto pode ser calmo ele também pode ser muito perigoso.”

Halbib Fawwaz Patriarca da tribo Bachara


Localização

Os povos do deserto, por serem nômades, encontram-se espalhados por todo o deserto, tanto o do norte quanto o do sul. Não possuem um ponto fixo, mas existem rotas usadas há séculos por estes povos, para movimentarem-se em segurança pelo deserto e manterem uma rede de comércio entre si e com as cidades em seu trajeto.

Geografia

Dois grandes desertos constituem a paisagem desta região, cada qual localizado nas regiões Norte e Sul do continente.

O Deserto do Norte

Corresponde a uma grande faixa de terra que se estende do Leste ao Oeste alcançando os mares do Mistério e do Sul. Ao Norte se encontra a Grande Muralha, uma região pouco explorada apesar das vastas riquezas minerais encontradas. As tribos de Ahmad e Riadja mantêm algumas atividades de extração vegetal local para a obtenção de matéria-prima usada para tingir tecidos em cidades-estado Díctineas. Ao Sul se encontra a região dos Montes Tauram, onde várias cidades-estados Díctineas floresceram.

O Deserto do Sul

O Deserto do Sul se estende das Estepes Vítreas até o Mar do Sul. Dividido em duas partes bem distintas temos o Deserto do Sul propriamente dito, com suas areias brancas e muito finas ocupando dois terços da região e ao oeste o Planalto Vermelho que representa um terço final do deserto.

O Planalto Vermelho é uma região inexplorada, pouco catalogada pelos perigos naturais e outras raças não humanas inteligentes encontradas na região. O desconhecimento levou à muitas lendas sobre estes povos e os perigos que lá se encontram.

Clima

O clima não se diferencia muito em ambos os desertos, sendo considerado árido e desértico em grande parte de sua extensão. Ventos que sopram das regiões oceânicas não alcançam o interior destas regiões, ocorrendo chuvas torrenciais no litoral.

Os ventos, nos períodos de chuva, chegam ao interior da região já secos e frequentemente provocam a formação de furacões de areia na região. A direção dos ventos neste período é sempre do sul ao noroeste, alterando o sentido nos períodos de seca no litoral.

Existem ocasiões muito raras em que a chuva alcança o interior dos desertos, contudo a quantidade de água chega a ser insignificante.

Fauna e Flora

Devido ao clima seco e a falta de água, muitas das espécies que habitam a região apresentam adaptações importantes para a sobrevivência neste tipo de ambiente. As principais criaturas que dominam a região são os insetos, aracnídeos, artrópodes e répteis, todos pertencentes a uma integrada cadeia alimentar.

Para a sobrevivência de qualquer espécie é importante o acúmulo de água e mecanismos que evitem seu desperdício. Muitas das espécies que vivem longe dos oásis, sob as dunas, possuem hábitos noturnos, evitando assim a exposição direta ao calor do sol.

Serpentes, aranhas, besouros, vespas, moscas, formigas e lagartos são habitantes noturnos nestas paisagens.

Um dos principais animais do deserto é o camelo. Uma criatura altamente adaptada às condições de vida, possuindo a capacidade de reservar água por até 15 dias, além de patas que impedem de ficar enterrado nas finas areias do deserto.

Assim como os animais, as plantas na região presentão adaptações ao ambiente, com raízes mais profundas, folhas finas e muitas vezes espinhos em seu lugar, troncos retorcidos e caules com centenas de pequenos reservatórios de água.

A serpente do deserto é um dos arbustos mais conhecidos, uma planta de pequeno porte que chega a alcançar até 40 cm de altura. Sua característica principal é o caule rente ao chão com finas raízes que se espalham por vários metros abaixo, formando uma extensa rede de canais para absorção da água local.

O nome foi dado pela forma como o caule cresce na areia parecido com o deslocamento de uma serpente.

As folhas são usadas como alimentos dos animais herbívoros que habitam a região e aos humanos, os troncos servem para a obtenção de água e sombra.

História do Reino

A história do povo nômade começa há muitos séculos atrás quando seus primeiros antepassados chegaram à região. Vindos do norte fugindo dos caçadores de escravos do povo Ksaro, o povo Djid buscou nas montanhas a paz e a tranqüilidade que sempre desejaram. Por anos dedicaram-se à atividade pastoril nas montanhas, com pequenas fazendas. Uma atividade primitiva que garantia um pouco mais que alimento para sua sobrevivência.

Desde sua chegada aos Montes Tauram pouco havia mudado em seu estilo de vida. As doze tribos iniciais cresceram e se espalharam tentando buscar sempre mais recursos e a água, tão preciosa para a sua sobrevivência. Neste período poucas disputas ocorriam e o sangue do povo djid raramente era derramado no solo.

Os doze patriarcas mantinham seu povo sob controle e a paz permitia a união em momentos difíceis. Momentos estes que passaram a se tornar cada vez mais comuns em suas vidas.

Difícil dizer quando começou, mas as chuvas, que apesar de raras, deixaram de ocorrer nos meses normais e a fome que abateu-se sobre as tribos. Meses mais tarde incursões de povos bárbaros causaram mais morte e destruição. Muitos vinham em busca de alimentos e quando não, em busca de escravos para terras distantes.

Anos longos difíceis que foram marcados por sangue e dor. As tribos passaram a lutar entre elas, fruto do desespero e da fome. O caos se espalhava pelas tribos e os patriarcas tinham cada vez mais dificuldades de controlar os mais jovens. Ficou então decidido que uma grande reunião entre os patriarcas das doze tribos daria um destino ao povo Djid.

Por duas noites foi debatido o destino do povo e das tribos, até que um Santo Homem veio até aos patriarcas trazendo a mensagem do deus Tauram. Os Djid deveriam abandonar os Montes e peregrinar pelo deserto espalhando os sagrados desígnios de Tauram. Em troca receberiam a paz e a prosperidade que tanto buscavam.

Espantosamente os Djid se adaptaram rapidamente ao novo estilo de vida. Agora como um povo nômade, passaram longos anos deslocando-se pelo Deserto do Norte. Com as grandes mudanças vieram os benefícios tão prometidos pelo deus Tauram. O deserto se tornou a casa deste povo e passaram a conhecer os mistérios e os perigos dele.

De simples pastores montanheses tornaram-se hábeis comerciantes, levando entre as cidades e vilas da região produtos e matéria-prima. Grandes rotas foram descobertas e dominadas pelas tribos do povo Djid, aumentando fabulosamente suas riquezas. A vida livre que levavam acabou por torná-los inquietos e desordenados. Apesar da língua e da origem em comum seu estilo de vida acabou por fragmentá-los. Cada uma das doze tribos passou a se espalhar, cada uma seguindo sua própria rota, seu próprio destino.

A vida no deserto é perigosa, o próprio clima inclemente pode facilmente tomar a vida de um viajante descuidado, mas o maior perigo é sempre o próprio homem e sua ganância. A sede de poder e a inveja sempre nortearam grande parte dos povos do deserto. E não poderia ser diferente o destino dos Djid.

De territórios longínquos os bárbaros do Sul vieram em busca de tesouros e riquezas há muito faladas em histórias ouvidas por eles. Saquearam vilas e cidades até a exaustão, então, só então buscaram nos povos nômades os tesouros existentes. O que não se deve esquecer é que apesar de grandes comerciantes, o custo de viver no deserto é imenso. Quase todo o alimento e água são obtidos em cidades ou locais já controlados, o que obriga o pagamento pelo seu consumo.

A irá dos bárbaros do sul sob o povo nômade foi cruel e violenta. Grandes caravanas foram destruídas e quase todos foram mortos ou levados como escravos. Das várias centenas, sobraram alguns poucos sobreviventes que nos anos seguintes passaram a viver escondidos.

Há algumas gerações, o povo Djid desconhecia o valor e da força da união. Vivendo há tanto tempo como nômades e independentes, não se viam como uma grande unidade. Foi com a maioridade de Aadil-Azind, que a história da dominação dos bárbaros do Sul terminou. Desde jovem Aadil-Azind mostrou-se como um prodígio nas artes da guerra. Durante o terror dos bárbaros, foi sua tática de guerrilha que garantiu o domínio do território de sua tribo e a sobrevivência de seu povo.

Rapidamente seu nome tornou-se uma lenda, atraindo cada vez mais homens a sua causa. Apesar de sua crescente fama e aliados, ainda assim suas vitórias eram insignificantes diante do poderio bárbaro. Sabia que somente com a união das tribos seria possível expulsar os bárbaros dominadores dos desertos do norte.

Por sete longos anos alianças foram feitas e casamentos políticos arranjados entre os irmãos de Aadil-Azind a fim de garantir a lealdade dos patriarcas das famílias. Quando todas as tribos se encontravam sobre uma única bandeira, Aadil-Azind marchou contra os bárbaros.

Depois de dois anos e meio de guerra os invasores bárbaros foram finalmente expulsos. Os djid passaram a se tornar uma unidade novamente e uma força a ser respeitada. Apesar das alianças e dos casamentos, muitos patriarcas viam na unidade Djid a perda gradual de seus poderes. Com a morte de Aadil-Azind aos 57 anos e sem ter deixado um herdeiro, o poder central se desfez e novamente as tribos se espalharam pelo deserto como grãos de areia levados pelo vento.

O antigo passado foi deixado para trás. De pacíficos pastores, tornaram-se espertos comerciantes e por fim grandes guerreiros. O gosto pela guerra em muitas tribos permaneceu. Algumas famílias passaram a ser tornar saqueadores do deserto, sendo o mais famoso o do bando de Burlan-Daar “O leão das dunas”.

Passaram a atacar caravanas mesmo as de seu povo. Sua fúria era tamanha que muitas aldeias e pequenas cidades mais distantes eram obrigadas a pagar tributos.

Mas entre aqueles que adquiriram gosto pela espada, foi Al Fouad Fadil que conseguiu a proeza de formar uma das mais poderosas tribos. Um homem orgulhoso e perspicaz, que via não somente na espada um meio de vida, mas uma filosofia de vida. Conhecendo a importância do comercio rapidamente convenceu outras tribos a partir para o sul onde as relações comerciais e as oportunidades eram maiores.

Das doze tribos Djid, somente a tribo Ahmad e a Riadja permaneceram nos desertos do Norte, todas as demais seguiram Al Fouad para o sul, onde se estabeleceram. Apesar da prosperidade alcançada pelas várias tribos, a paz e a união jamais foram mantidas. Com a morte de Al Fourad, as antigas alianças foram desfeitas entres algumas tribos e não tardou a ocorrer confronto entre estas. Por séculos as tribos passaram lutar em pequenos e constantes confrontos interrompidos somente em dias santos ou eventos importantes como as corridas do deserto, um dos grandes acontecimentos anuais entre as tribos.

Governo

As tribos têm um sistema de governo baseado na liderança armada pelos seus integrantes. A princípio qualquer membro do sexo masculino pode se tornar um líder de sua tribo, desde que apoiado pelos demais membros ou por sua maioria.

Contudo alguns critérios que devem ser respeitados para poder ser escolhido pelos demais membros da tribo. É costume escolher guerreiros não muito jovens para o cargo, este deve ter o respeito e ter participado de algumas lutas. Mais do que simples coragem em campo de batalha, o guerreiro deve ter capacidade de liderança e capacidade estratégica.

Alguns líderes são também escolhidos pela sua sabedoria e pelas ligações políticas. Mesmo em uma tribo, as alianças políticas têm um grande peso. Fazer aliados é uma arte e buscar aliados em tribos sem descendentes diretos torna-se complicado mesmo para os mais experientes.

As alianças básicas ocorrem através da vassalagem entre pai e filho, onde mesmo após ter formado sua própria tribo, o filho ainda tem responsabilidades para com seu pai, tendo que responder sempre que convocado. Outras ligações familiares como a entre irmãos é comum e costuma ocorrer de comum acordo.

A relação entre irmãos é sempre complicada e muitas vezes os irmãos mais velhos mantêm seus irmãos mais novos em suas famílias oferecendo irmãs ou primas de sua esposa.

Apesar de belicosas, muitas das tribos ainda detêm as habilidades comerciais e interesses nesta atividade, muitas vezes mais rentável que a guerra. Apesar de tudo isso, ainda corre no sangue das atuais gerações um espírito inquieto e selvagem.

Antigas feridas ainda não estão cicatrizadas entre algumas tribos e pequenos atos de vingança levam aos intermináveis pequenos conflitos.

Líderes (Xamar)

Iarcmed estava exultante, mais uma corrida ganha, ninguém nunca ganhou sua égua. Sua confiança era tamanha que resolveu apostar a própria égua caso perdesse. Ele ri-se interiormente. O sorriso de Iarcmed só desaparece quando surge uma amazona da tribo da lua, uma mulher. Deveria haver leis que a proibissem de circular por aqui, diz Iarcmed. Mas a amazona não se intimida e pergunta se Iarcmed tem medo de perder para ela.

É todo aquele que é escolhido pela maioria ou totalidade da tribo. A escolha é feita pelos homens da tribo e que tenham família constituída. As votações são feitas em abertom, durante a cerimônia de escolha de um novo líder.

Uma vez escolhido o líder, todos aqueles que buscam o cargo devem se apresentar para questionar a escolha e se colocar como possível líder. Neste caso, o indivíduo deve contar com apoio de outros homens para ser aceito como provável líder.

Em todo caso, aqueles que buscam o posto de líder devem buscar a conciliação com seu adversário e caso não seja chegado a um acordo de quem ocupara o cargo, uma disputa entre os dois deve ser feita. Estas disputas tendem a ser combates não mortais, onde é colocada em prova as habilidades do candidato.

Apesar de tudo, não são raros os casos de mutilação ou morte nestes confrontos, visto que o ânimo muitas das vezes se encontra exaltado.

Com a finalidade de evitar o enfraquecimento pelas disputas internas, as escolhas dos líderes só é feita em momentos de paz, e no caso da morte do líder em combate, seu segundo em comando assume sua função temporariamente até que se possa fazer a nova escolha.

A função de um líder é garantir o bem estar da tribo e comandar seus homens em campo de batalha. Apesar de ser uma autoridade não detém poderes absolutos. Muitas das decisões políticas dentro da tribo são tomadas com consulta e apóio dos patriarcas das famílias da tribo.

Líderes podem ser depostos se perderem a confiança de seu povo, mas a traição ou deslealdade com um líder é um crime grave. Portanto, a disputa pela liderança só pode ocorrer em tempos de relativa segurança, jamais durante uma batalha.

Mesmo as decisões de vida ou morte não são tomadas unilateralmente, o conselho dos patriarcas tem o papel e auxiliar e ajudar nas decisões, seguindo os conceitos religiosos.

Conselho dos Patriarcas

Este conselho é formado por todos os homens que possuem famílias dentro da tribo. O poder dentro do conselho é exercido pelas famílias mais antigas e com maior número de membros masculinos dentro da tribo.

Cabe a eles ajudar a manter os princípios morais e a união da tribo, ajudando nas decisões do líder.

Homens Santos

É a denominação dada a todo aquele que segue os caminhos e ritos religiosos. São os sacerdotes das tribos que praticam as orações e estudos das palavras dos deuses, seja em grupo ou individualmente.

Dentro desta sociedade os Homens Santos são considerados como “aqueles que receberam o chamado dos deuses” e são reconhecidos pela sua sabedoria e pelos milagres que praticam. A eles cabe a liderança dos ritos coletivos, dando segurança e conforto espiritual à tribo.

Apesar de não serem homens ligados a política, suas opiniões tem grande peso dentro do Conselho dos Patriarcas assim como para o Xamar.

Considerados como emissários dos deuses, estas figuras são consideradas intocáveis. A agressão mesmo que verbal é vista como um mau agouro, sendo passível de maldição para todos os membros da tribo.

A presença de mulheres santas é considerada um problema, já que os conceitos desta sociedade restringem as opiniões das mulheres abertamente sobre assuntos políticos e religiosos.

Economia

O povo do deserto tem como principal meio econômico a comercialização de produtos feitos em outras cidades e o transporte de matéria-prima de regiões produtoras até os centros consumidores. Estes têm ainda pequenas criações de subsistência como de animais de médio porte como cabras, carneiros, gado, cavalos e camelos.

As famílias de tribos semi-nômades são as que possuem um número maior de cabeças de animais, em relação às famílias de tribos nômades. Somente tribos que apresentam pequenas criações são capazes de fazer grandes travessias pelo deserto, afastando-se das montanhas, onde existem os grandes pastos para a criação destes animais.

Os animais oferecem as tribos, o leite que pode ser consumido ou para a produção de queijos ou bebidas fermentadas. O consumo da carne destes animais é mais raro, sendo feito somente em dias especiais ou em momentos de comemoração.

O couro é muito usado nas confecções de roupas e objetos de uso diário, assim como chifres e ossos. Em especial o carneiro é de grande importância para os povos do deserto que utilizam sua lã para a confecção de tapetes.

O gado, o cavalo e o camelo são usados comumente para o transporte de pessoas e objetos, mas todos têm importância diferenciada dentro da tribo. O gado é usado para o transporte pesado e a curtas distancias onde deve sempre haver água com certa abundância. Com isso fica restrito à cidades próximas ou locais banhados por rios.

O camelo é a montaria mais comumente usada, seja em período de paz ou de guerra. Apesar de não ser tão veloz e elegante quanto um cavalo, o camelo tem a vantagem de ser completamente adaptado ao ambiente do deserto. Todas as caravanas fazem uso destes animais para cruzar em segurança os desertos.

O cavalo seja pelo seu porte ou pela velocidade é o animal considerado dos mais nobres. Usado em batalha por grandes guerreiros é de pouca valia em combates dentro do deserto longínquo, devido ao grande consumo de água do animal.

As grandes corridas pelo deserto são práticas perigosas, visto que o não conhecimento de oásis da região pelo cavaleiro, pode provocar a morte do animal.

Relações com os demais povos

O Império

As tribos do deserto do sul têm poucos contatos com o Império devido ao incipiente povoamento da região. As poucas trocas comerciais ocorrem no Forte Elbist e na cidade de Katna onde as relações são ainda melhores devido ao livre acesso ao Mar de Irant, que é de água doce.

As tribos do “Grande Deserto do Norte” têm urna relação conflituosa com o Império devido a sua centenária aliança com os díctineos e as políticas de terror implementadas pelos imperadores para subjugá-las. Conflitos diretos ocorrem sob forma de ataques de guerrilha sobre caravanas e expedições do Império ou em aliança a exércitos díctineos. A única exceção é a tribo de Ahmad, que por estar empenhada em conquistar a cidade de Hisar, vem empregando técnicas de guerra aprendidas com os rebeldes para subjugar a cidade.

As Cidades-Estado Díctineas

As tribos têm urna aliança centenária com os díctineos que sempre lhes permitiram livre acesso aos seus poços e oásis, um acordo que dificilmente seria honrado pelos birsos ou pelo Império. As relações comerciais também são ótimas e os dictineos costumam cumprir seus acordos, Apenas a eterna desconfiança das tribos em relação a estrangeiros impede urna aproximação maior, apesar de diversos casamentos entre membros dos diferentes povos já terem ocorrido. De qualquer forma, é sempre melhor um aliado antigo e razoavelmente confiável que estrangeiros reconhecidamente gananciosos ou cruéis. Assim enquanto as tribos puderem evitar os díctineos não cairão ante ao Império.

As Cidades-Estado Birsas

As tribos mantêm relações comerciais com as cidades de Tapo, Iriom e Tizar , ao sul e com Ireg, Ol e Ineg, ao norte.

As tribos desconfiam profundamente da ganância dos birsos e preferem manter suas relações as mais lucrativas e distantes possíveis, jamais revelando suas rotas e poços de água.

História Recente

Apesar da mesma origem e da identidade cultural, o povo Djid já não se vê como uma unidade e sim como diversas famílias, cada qual pertencente a uma das doze tribos iniciais e todas espalhadas pelos desertos.

Confrontos entre as famílias das diversas tribos são comuns e considerados “saudáveis” por muitos líderes tribais que acreditam que a liberdade e independência das famílias dos povos nômades garante as tradições de seu povo.

Nos desertos do Norte onde a presença do Império Aktar é mais forte e impiedosa, as tribos Ahmad e a Riadja tem sofrido com as perseguições e com a violência dos conquistadores. O que acaba por gerar sentimentos de vingança e desejos de conquista.

Já faz algum tempo que a tribo Ahmad vem buscando aliados para a dominação das cidades de Hisar e Tepes. Uma guerrilha que vêm minando há anos o poder do império Aktar na região. A tribo Riadjar tem intensificado ataques as caravanas comerciais conseguindo romper linhas de comercio antes muito vantajosas para o império.

Ao Sul talvez pela falta de um inimigo em comum, as tribos dos povos nômades têm se enfrentado continuamente dia após dia. Uma guerra sem vencedores, onde atos de vingança são comuns e já banalizados pelos anos de confronto.

O Povo do Deserto

O povo do deserto é composto exclusivamente de humanos de pele morena queimada pelo sol do deserto. Indivíduos de outros povos podem ser aceitos desde que passem por um período de experiência e provem sua lealdade. Os únicos que não são bem vindos são os anões Crinsom, sendo estes mortos quando avistados pelas caravanas ou patrulhas.

O povo do deserto é um povo inquieto, desconfiado e enigmático, a primeira vista, mas muito caloroso e comunicativo quando existe confiança e amizade com indivíduos conhecidos, mas que não integrem sua comunidade.

Seu sistema de vida é baseado no respeito e na lealdade em uma sociedade rígida e de valores centenários inalterados. Olham a todos que não fazem parte de seu mundo e de sua sociedade com desconfiança, apesar do profundo respeito com hábitos estrangeiros.

Sociedade

O povo do deserto é uma sociedade patriarcal. A relação da mulher é de inferioridade perante o homem e ao mundo, cabendo a ela os deveres da família e do lar, ou seja, dedicar-se a cuidar do bem-estar do marido e dos filhos.

Existe a poligamia dentro da sociedade onde o homem pode desposar duas ou mais mulheres, cabendo, contudo ser capaz de prover e garantir o bem-estar de sua companheira. A relação de hierarquia dentro da família é complexa.

Não é necessariamente a primeira esposa que detêm o controle familiar, mas sim aquela que apresenta uma origem mais nobre ou de maior poder dentro da tribo. Existem também as delegações dadas pelo marido, aonde a esposa torna-se responsável por uma atividade dentro da vida social e familiar.

Algumas podem tornar-se responsáveis pela criação de todos os filhos, outras se tornam responsáveis pela limpeza e outras pela alimentação.

Apesar de seu status de inferioridade dentro da tribo, muitas destas aprendem desde cedo a ler e a escrever. Pode parecer contraditório a primeira vista, mas muitas destas mulheres uma vez ou outra acabam tendo que auxiliar os maridos nas atividades comerciais, como controlar as mercadorias que serão vendidas nas cidades e aldeias por onde passam.

O casamento em grande parte das famílias mais poderosas é uma forma de reforçarem antigas ou fazerem novas alianças, mas mesmo os casamentos entre as famílias mais simples é sempre um evento de grande festa, assim como muitos dos casamentos são arranjados desde antes do nascimento das crianças, pelos pais.

Desde cedo a família que possui uma filha tende começar a acumular um dote que será ofertado ao futuro marido. A festa oferecida pela família da noiva é conseguida sempre com a participação de outros membros da família da noiva que oferecem alimentos para a cerimônia.

Ao noivo cabe sempre a entrega do presente de casamento a esposa. O valor do presente determina o quanto é estimado seu valor. Em todas as ocasiões são entregues peças de ouro e pequenas jóias, como símbolo do amor e respeito às ligações entre as famílias.

Costumes

Os costumes são práticas muito rígidas e respeitadas por todos os membros da tribo. Estes garantem não somente a civilidade dos habitantes da tribo, mas o respeito aos seus membros e convidados externos.

Um dos costumes mais fortes é o convite para pernoite ou temporário.

Em ambos os casos, o convite é feito sempre em nome do senhor da família ou o atual responsável designado pelo chefe da família. Em todo o caso o convidado é recebido com todas as honras que alguém de respeito merece.

O convidado é escoltado até a tenda onde é recebido por um jovem criado ou um membro da família. Já dentro da tenda é entregue um tecido umedecido que é usado para limpar o rosto e as mãos. Esta cerimônia apesar de simples demonstra o respeito do convidado para com os anfitriões e a família.

Já no interior da tenda é recebido pelo patriarca ou responsável pelo convite. Durante toda a estadia, o convidado é tratado diretamente pelo patriarca, nunca tendo contato direto com empregados, mulheres ou membros menos importantes.

Neste período é garantida a integridade física e moral do convidado, sendo que qualquer afronta a este é considerada uma afronta à família e em especial ao patriarca.

Assim como o convidado é obrigado a respeitar e honrar a família que o convidou. A educação e a polidez de um convidado refletem não somente a ele, mas a todos de sua família.

Maior idade
Dentro da sociedade dos povos do deserto, um jovem seja homem, seja mulher adquire a maior idade ao completar 15 anos de idade. Apesar de ser uma data considerada importante já que para o homem se torna possível casar e constituir família, a mulher de pouco importância se torna. Sua condição de submissão permanece passando quando casada a não seguir mais as ordens dos pais e sim do marido.

Tenda

As tendas são as habitações comuns usadas pelo povo do deserto. Feitas de tecidos e suporte de madeira são de fácil e de rápida armação e desmonte.

A tenda é montada com o uso de dois tipos de tecido. Externamente são usados tecidos mais grossos e resistentes que resistem as intempéries do clima e os tecidos internos são mais finos e de cores mais suaves. Existe sempre um espaço entre eles que permite a circulação do ar, garantindo assim uma temperatura mais agradável no interior da tenda.

O chão é forrado com alguns tapetes mais grossos permitindo aos moradores andarem descalços e confortavelmente pela habitação.

Uma tenda pequena pode confortavelmente abrigar de sete a oito pessoas, além de seus pertencer e uma vasta área para receberem convidados e possibilidade de reuniões.

A tenda é dividida em quatro ambientes. O primeiro é a entrada, um local que permite a limpeza daqueles que adentram no local. O segundo local é o mais espaçoso é onde as reuniões são realizadas, além dos ritos diários de alimentação e local onde a maior parte dos moradores dorme.

O terceiro local da tenda é a área mais nobre, onde o patriarca e sua esposa preferida dormem e por último a despensa, um local um pouco mais distante e onde os alimentos são estocados.

Tapetes

O tapete está presente na vida do povo do deserto em todos os momentos de sua vida.

No deserto e pelo estilo de vida o uso de móveis feitos de madeira se torna extremamente caro e incapaz de ser usado pelo peso deste, o que impossibilitaria o transporte pelo deserto. Com isso o tapete assume as mais diversas funções.

Existe um tapete para cada função. Os mais grossos e resistentes são usados para que as pessoas se sentem e até mesmo comam sobre ele. Existem tapetes mais finos e belos, usados para decorar o ambiente e para dormir.

Este tipo de tapete é também usado como fonte de renda pelos povos do deserto que os vendem por altos preços nas cidades. A beleza de suas estampas e a delicadeza dos tecidos são segredos de cada tribo, segredo este muito bem guardado e passado de mãe para filha ao longo de várias gerações.

Baú

Para que não se possa dizer que este povo não faz uso de item de mobília feitos de madeira, o uso de baús é muito comum e difundido entre eles. É costume dar ao jovem que alcança a idade adulta um baú que será somente seu, nele passa a guardar seus pertences pessoais, tais como tapetes de dormir, roupas, perfumes, jóias, armas e outras coisas.

Visitas

Tem-se por costume toda vez que se visita uma família dos povos do deserto, levar algum presente ou lembrança. Quando se trata de uma família conhecida o convidado dá preferência a alimentos que são entregues como um prato especial que será servido na refeição.

A entrega de presentes feitos de ouro é um grande sinal de estima e respeito, sendo muito bem visto entre as famílias da tribo. O presente não necessita ser grande ou muito valioso, o valor simbólico é o mais importante.

Classes sociais

O povo do deserto é dividido em duas classes sociais bem distintas, os homens livres e os escravos.

Os Homens Livres

São todos aqueles nascidos dentro de uma das famílias que integram uma das doze tribos dos povos nômades.

Cabendo a este exercer qualquer função que assim desejar, podendo até mesmo chegar a liderança de sua tribo por mérito próprio.

Existe contudo aqueles que nascem fora das tribos e são considerados livres, mas sem gozar de qualquer privilégio dentro das tribos dos povos do deserto. Tais indivíduos podem desenvolver qualquer atividade econômica dentro da tribo, sem integrar a vida política.

São raríssimos os estrangeiros que passam a integrar a comunidade nômade.

Os Escravos

São poucos os que se encontram nesta condição, já que apesar de ser permitido a sua existência dentro da comunidade, é visto pelos mais sábios como uma condição desumana e não honrada para a família.

Os escravos são obtidos muitas vezes em guerras, comprados em mercados públicos em cidades escravistas, conseguidos em ataque a tribos ou através de dívidas. Em qualquer um dos casos, o escravo deixa sua condição quando consegue pagar pela sua liberdade ou se casar com um membro da tribo.

Mesmo entre os escravos existe uma hierarquia. Os escravos de outros povos são tratados com mais severidade e atuam em trabalhos mais pesados e muitos recebem castigos corporais cruéis em algumas famílias.

Já os conseguidos em ataque a outras tribos e através de dívidas são mais bem tratados e respeitados, quase seguindo a condição de servos. Em todo caso são escravos e podem ser vendidos como os escravos comuns caso o dono assim desejar.

Homens e Mulheres


As mulheres se encontram renegadas a um segundo plano, sem qualquer importância política ou controle de suas próprias vidas. Uma discriminação sexual que dura a centenas de anos, somente quebrada com a presença de mulheres santas.

Tal condição de opressão nestas sociedades levou muita das mulheres a abandonar secretamente suas tribos. Consideradas proscritas, estas fugitivas se encaminharam para a parte oeste das Montanhas da Lua e construiu em suas ravinas e cavernas uma sociedade governada por mulheres.

Inicialmente essa tribo se dedicou ao saque de caravanas e acumulou escravos-homens fazendo um espelho da sociedade opressora de que tinham fugido. Hoje os ataques a caravanas continuam assim como os escravos, mas homens livres das cidades e rebeldes juntaram-se a tribo. A ambição da “Tribo da Lua” é construir uma cidade-estado nas montanhas. A localização de suas bases é secreta, pois muitas mulheres têm fugido para se juntar a “tribo da lua”, e as demais tribos do deserto a consideram uma ameaça a seu modo de vida.

Miscigenação


As tribos são extremamente desconfiadas de estrangeiros e dificilmente os aceitam em seu meio. Porém, uma vez que o forasteiro prove sua lealdade e capacidade ele é aceito como um irmão e não sofre qualquer tipo de preconceito. Usualmente apenas humanos são aceitos, bestiais são raros nas tribos e Crinsom são profundamente odiados.

Jogos & Festas

Festas Religiosas

O dia seguinte à primeira lua-cheia após as primeiras chuvas é um dia santo. Durante o dia as pessoas jejuam e se dedicam a orações, à noite ocorrem festas e canções. Homens Santos ocasionalmente conclamam festas religiosas em homenagem aos deuses, mas não há data certa ou uniformidade entre as tribos em relação a essas festas. Uma bandeira azul é içada no acampamento dois dias antes da festa religiosa e só é baixada dois dias após a festa. É tabu atacar uma tribo durante uma festa religiosa.

Festas Civis

São festas que ocorrem em comemoração a vitórias militares, nascimentos ou casamentos. Nessas ocasiões sempre ocorrem grandes festas comemoradas por toda a tribo, Quando a festa é em função de um nascimento uma bandeira vermelha é içada por uma semana no acampamento, durante esse período é tabu atacar a tribo.

Jogos

Os cavalos partem Iarcmed leva vantagem de um corpo, sobre o segundo colocado, a amazona está em último. Que mulherzinha tola, pensa Iarcmed sorrindo.

O principal entretenimento dos povos do deserto são as corridas de cavalos, que ocorrem a cada quatro luas cheias. Estes jogos reúnem todas as tribos locais para a disputa que ocorre em planícies próximas.

O trajeto destas corridas já é de conhecimento de todos os cavaleiros e espectadores. Costumam ser distâncias relativamente curtas que permitem a duração de 20 a 30 minutos. Nos intervalos entre as corridas ocorrem apresentações de artistas e disputas de arco e flecha, luta de bastão, de tolerância ao álcool e luta desarmada.

Pequenas somas em dinheiro são gastas em apostas nos cavalos. Para os participantes fica como prêmio 3% do valor das apostas totais e o titulo de campeão. Este título permite a participação gratuita em outras competições regionais e locais.

Durante estes eventos regionais ocorre uma trégua, guerras são suspensas e hostilidades são proibidas dois dias antes e depois do evento das corridas.

O acúmulo de títulos permite que futuramente possa ingressar nas grandes corridas.

Todos os anos três grandes corridas acontecem durante o ano.

Corrida do Sul

Está é a primeira corrida do ano, começando já nos primeiros dias do ano. O percurso consiste em atravessar o Deserto do Sul e o Planalto Vermelho. A corrida começa na cidade de Katna, próximo do Mar Irant até a cidade de Uliça, passando pelo Mar morto e o Lago Laur, até alcançar o extremo norte da região.

Uma corrida perigosa e muito importante, para muitos é a preparação para a Corrida dos Desertos.

Corrida do Norte

É a segunda grande corrida do ano. Começa no segundo mês do ano e é muito aguardada entre os participantes do norte. Mais do que uma corrida de velocidade é uma corrida de resistência e sobrevivência. A região por onde os cavalos irão correr é perigosa com poucos oásis e grandes tempestades de areia.

O trajeto é da cidade de Mirsini próxima ao Mar do Mistério cruzando o Deserto do Norte, passando pelas cidades de Mirtos e de Kamans até alcançar a cidade de Esmir, às margens do Mar Menor.

Corrida dos Desertos

É a mais longa e importante corrida, sendo também a mais perigosa.

Esta corrida é dividida em três etapas. A primeira etapa começa na cidade de Mirsini fazendo todo o trajeto da Corrida do Norte. De lá os competidores tem que atravessar o Mar Menor até a cidade de Uliça onde ingressaram na segunda etapa da grande Corrida dos Desertos. Chegando à cidade começam o trajeto da Corrida do Sul.

É dado um descanso de dois dias na cidade de Katna para só então completar a terceira e última parte do trajeto. Nesta etapa os corredores passarão pela cidade de Samal, de Upah, de Izim e Sipar até alcançar a cidade de Korsam.

O prêmio não é nada mais nada menos que os cavalos perdedores e uma pequena fortuna em dinheiro, além do título conquistado sobre as demais tribos e o respeito do criador dos animais.

O cavalo vencedor tem seu valor aumentando em cinco vezes e muitos dos grandes criadores de cavalos da região pagam pequenas fortunas para cruzar suas éguas com o garanhão.

Língua

As tribos dos povos do deserto falam todas a mesma língua, apenas variando um pouco de uma para outra criando alguns dialetos, mas essencialmente falam todos a mesma língua.

Nas tribos do deserto do norte pelo contado com os dictíneos, muitos aprenderam a falar essa língua. Enquanto as tribos do deserto do sul, o contato com o Império Aktar fez com que muitos aprendessem a língua deles. Também é fácil encontrar comerciantes e guias que falam a língua dos birsos.

Religião

Iarcmed amaldiçoa a amazona em nome de Tauram, não havia compreendido como foi capaz de perder aquela corrida, parecia que a amazona havia propositalmente largado por último para depois mostrar sua superioridade, e agora lá se vai ela levando sua melhor égua e gritando o nome de sua maldita deusa, Crezir.

O Povo do Deserto adora os mesmos deuses que os birsos e díctineos, apenas sua forma de adoração difere um pouco. Os deuses com o maior número de seguidores são Tauram, Sarina e Bursi. Algumas tribos seminômades ou sedentárias também adoram Bismaral e às vezes Tanis, Entre a “tribo da lua” um novo e misterioso nome tem sido murmurado... Crezir.

O povo do deserto não possui igrejas ou templos, tendo seus cultos realizados dentro das tendas ou em locais públicos, sempre sob o comando de um Homem ou Mulher Santa.

Existem, contudo pequenos oratórios particulares mantidos por cada família para o seu culto pessoal. Este oratório é sempre protegido por uma leve e belo tecido confeccionado pelas mulheres da família, com símbolos e imagens típicos de cada tribo.

O oratório fica coberto até o momento do culto, longe dos olhos de estranhos. O culto é sempre realizado ao entardecer com todos dos voltados para o oeste reverenciando o pôr-do-sol.

Alguns membros costumam levar consigo pequenas estatuetas com não mais de 1 cm de altura preso em algum colar ou dentro de pequenas sacolas, como proteção ou para uso nos momentos de oração.

Principais Oásis e Locais de Interesse


Região Norte


A Muralha dos Deuses

Oásis de Nadal

Oásis de Rabdal

Oásis de Acharim

A Península de Tessaldar


Região do Sul


O Planalto Vermelho

Oásis de Otasa

Oásis de Quria

Oásis de Kartim

Oásis de Ormai


Personagens locais

Aqui estão listados alguns personagens que são considerados importantes nas famílias e sociedade nômade dos povos do deserto, com suas história e intrigas.

Tribo Ahmad

História: Apesar das vitórias da família Anverkeel, o futuro ainda é incerto dentro e fora do campo de batalha. Gersal busca não somente para sua tribo um futuro melhor, mas também meios de aplacar a fúria em seu peito. Grandes vitórias foram conseguidas no deserto e seu nome tem sido sussurrado dentro do palácio de Hisar como um mau agouro. Mesmo com uma aliança com a tribo de Riadja não haveria homens suficientes para dominar a cidade imperial de Hisar e aliados estão sendo procurados em todas as frentes. Mas mesmo dentro de suas fileiras, os patriarcas das famílias têm sido contrários às mudanças de vida e o descontentamento tem aumentado o que pode levar todos os planos de Gersal a perder.

Família Anverkeel

Família Arbeef


Tribo Amanã

História: A busca pelo prestigio sempre foi um fato em comum entre as famílias que disputam o poder dentro da tribo Amaná. Todos os últimos seis Xamar têm buscado o aumento da influência e poder da Tribo nos Desertos do Sul. Grande parte das famílias da tribo tem vivido de pequenos saques à caravanas comerciais do império, sendo contudo um grande desafio. Apesar de todo o esforço dos últimos Xamar as famílias mais poderosas do clã têm lutado entre si pelo controle das demais, levando a um enfraquecimento interno.

Família Bichmer

Família Karham

Família Kanteb


Tribo Bachara

História: Dentre as tribos nômades do sul que mais se adaptaram a vida comercial foram os Bachara. Todas as famílias passaram a exercer a atividade de transporte e manufatura simples de tecidos, abastecendo grande parte das cidades do império e das cidades-estado Díctineas. Há muito deixaram de ser uma tribo guerreira e vivem do comercio. Sua defesa é feita em grande parte por mercenários contratados nas cidades Dictineas.

Família Fauvaz

Família Durriesel


Tribo Dajabi

História: O nome Burlan-Daar no passado trouxe medo aos desertos do sul e foi um misto de orgulho e vergonha para esta tribo. Os Dajabi se tornaram um povo aguerrido após anos de confronto com outras tribos e povos da região. Grandes guerreiros passaram a manter o controle de uma vasta região ao sul, próximo a cidade de Katna. Uma tensão armada que garante a tranqüilidade da região. Os soldados da cidade de Katna permitem que as caravanas comerciais sejam obrigadas a pagar por proteção e tem a cidade de Katna e aldeias próximas do Mar Irant livres dos ataques de saqueadores. Uma atitude pouco louvável e apreciada se for encarada como verdadeira na capital do império Aktar. Mas verdade ou não, as duas maiores forças da região tem evitado o confronto.

Família Hursaim

Família Aamil

Família Labirb

Família Farheem


Tribo Hassanim

História: Poucos são os cavaleiros corajosos como os da tribo Hassanim. Guerreiros que vivem a vagar principalmente nas fronteiras do Planalto Vermelho, atacando vilas e outras tribos, se refugiando nas terras inexploradas. Muitas tribos acreditam que os Hassanim tenham algum acordo com os povos não humanos da região, o que permitiria a eles viajam em segurança por estas terras. Uma das marcas deste grupo é a cor avermelhada de suas túnicas e o ritual de degolar suas vitimas, manchando a terra com o sangue destas.

Família Girlad

Família Humzir


Tribo Hinraj

História: São os comerciantes que possuem as maiores rotas comerciais das regiões centrais do império Aktar. Comercializam de tudo e conhecem as rotas mais desejadas no comércio dos tecidos entre as cidades do Império. É uma das tribos mais ricas apesar de não possuírem grande poder militar ou político. Alguns dos membros das famílias da tribo Hinraj tem comprado residências em cidades do Império Aktar e títulos de nobreza. O comércio local diversas vezes se vê obrigado a pagar valores exorbitantes para a chegada de produtos “em segurança” pelas rotas Hinraj.

Família Arkeel

Família Azizmir

Família Basmirar


Tribo Lataib

História: Uma das tribos que ainda mantém os hábitos de vida nômade mais presentes em seu dia-a-dia. As famílias desenvolvem atividades de transporte de mercadorias entre algumas cidades e vilas como simples meio de subsistência, mas tem como principal atividade a de semear a palavra do deus Tauram. Mesmo entre as tribos os Lataib são vistos como pregadores da fé e deixados de lado nos confrontos entre tribos e mesmo de saques de suas caravanas.

Família Farjied

Família Hafeem


Tribo Najaram

História: As corridas de cavalo são o passa-tempo de todas as tribos dos povos do deserto. Entre os Najaram é mais do que isso, é um meio de vida e de poder. Grande parte de suas famílias há anos atrás abandonaram as atividades comerciais para se dedicarem exclusivamente a criação de cavalos de corrida.

Nos últimos dez anos sete corridas foram ganhas pelos cavalos desta tribo. Muitos dos seus membros passaram a viver pelo deserto em busca de cavalos de linhagem nobre para comprar ou... “comprar” , a fim de conseguir melhorar suas criações. Muitos membros de outras tribos falam que os Rajarnm são também grandes ladrões de cavalos e pode-se obter ou vender qualquer tipo de animal pelo preço certo.

Família Jarna

Família Hassanaar

Família Marjeend


Tribo Rancham

História: Esta tribo tem compactuado há décadas com o império Aktar vendendo seus serviços como mercenários e até mesmo transporte de provisões para os exércitos de Aktar que mantém o controle das cidades-estados Birsas vassalas. Guerreiros profissionais são pagos pela sua eficiência no combate no deserto e missões de assassinato de rebeldes de algumas cidades e vilas dominadas.

Família Abdulmuied

Família Abulbacar


Tribo Riadja

História: por longos anos os Riadja tem sofrido com a perseguição e a violência das tropas do império Aktar. As antigas alianças que poderiam ser consideradas proveitosas, hoje é um fruto amargo para as novas gerações. Muitas das antigas famílias Riadja foram massacradas pelas tropas do império e dos poucos descendentes vivos, muitos se encontram espalhados nas cidades-estados Dictíneas ou entre os membros da tribo Ahmar, buscando vingança.

A fragmentação e a quase extinção desta tribo levou as duas maiores famílias da tribo a se unirem e iniciarem a guerra sagrada contra o mal. Todas as ações de guerrilha são agora feitas contra povoamentos civis do império, massacrando toda a população e fugindo levando parte do saque.

Família Bichmir

Família Elidrajah


Tribo Tiharai

História: Uma das tribos do sul de menor expressão. A tribo Tiharai é formada por simples comerciantes de rotas alternativas de comércio e pequenos bandos de saqueadores do deserto, são muito mais um incomodo do que um perigo real.

Os saqueadores da tribo Tiharai por longos anos passaram a atuar em áreas de outros bandos mais poderosos, como sombras e muitas vezes se fazendo passar por eles. Apesar de não ser uma prática comum de todas as famílias da tribo, todos passaram a ser vistos como farsantes. O que causa desconforto para todas as demais famílias de humildes comerciantes que tem que carregar o estigma de farsantes e covardes.

Família Ahmmad

Família Hachaim

Família Sadduim


Tribo Iambul

História: Por muitos anos foi uma das mais poderosas tribos dos povos do deserto. Um grande número de famílias com o passar dos anos abandonou a vida nômade, assumindo uma vida semi-nômade com a criação de camelos e grandes rebanhos de ovelhas.

De simples atravessadores, passaram a se tornar grandes comerciantes. As rotas mais ao sul ainda são de exclusividade da tribo Iambul, mas seu crescente poder na economia das aldeias próximas as cidades do império já tem sido sentido pelas administrações locais.

Família Ichalarat

Família Chabbar


Rumores e Intrigas

Entre as famílias nômades dos povos do deserto, várias lendas fazem parte do seu folclore. Histórias que ao passar das gerações foram sendo modificadas, alteradas, outras são relatos ouvidos em becos e tavernas das cidades visitadas.

O que se pode imaginar é que muitas das vezes, a realidade pode ser muito mais assustadora que as histórias contadas.

Lenda do Grande Deserto do Norte
O mundo Subterrâneo

Conta a lenda que no passado, onde hoje existe o grande deserto do norte a região era um grande planalto coberto por uma floresta, um grande lago e as Fortalezas das Pedras negras. Fortalezas criadas pela magia e pelo trabalho escravo, estas se erguiam há grandes alturas em direção ao céu e se estendiam por quilômetros como montanhas.

Tomados pela fúria, os deuses abriram o chão e engoliram a todos cobrindo tudo com um grande deserto que purificaria a região do grande mal do passado. Mas muitos acreditam que as cidades não foram destruídas e sim cobertas pelo deserto. As centenas de metros abaixo do deserto, as antigas torres se transformaram em pilares para sustentar o deserto. A floresta e o lago foram transformados pela magia dos Reis Feiticeiros, tomando um aspecto mais sombrio.

Suas fortalezas emitiriam de seu interior as luzes bruxuleante, como estrelas mortas em um céu noturno. Um ambiente onde os Reis Feiticeiros ainda governam um povo escravo. Nestas fortalezas, experimentos proibidos ainda prosseguiriam e tesouros de eras passadas se encontram guardados. Para este mundo esquecido e amaldiçoado, os mais velhos dizem haver passagens no deserto, cavernas e poços, que os deuses tenham piedade de quem aventurar num lugar assim. O Povo do Deserto prefere não falar sobre essas lendas, se algo realmente existe poucos são os que sabem.

A Muralha dos Deuses

Dos muitos aventureiros que já tentaram escalar as montanhas, alguns poucos voltaram para relatar as terras distantes do norte. Eles disseram que as cordilheiras são escarpadas e açoitadas por ventos violentos e gélidos capazes de gelar os ossos de um homem. Os ventos às vezes parecem perseguir os aventureiros e regozijar-se quando um deles cai nos abismos. As montanhas possuem pouca vida, quase sempre sob a forma de plantas espinhentas ou serpentes venenosas. Várias são as histórias sobre o local.

As tribos selvagens da montanha

Um pobre coitado ao ser resgatado por um grupo de comerciantes da tribo Ahmar, retornou sem um dos braços e relatou que sua expedição e ele foram vitimas de tribos sub-humanas e canibais, mais selvagens que bestiais que dizimam todos aqueles que tem a infelicidade de encontrá-los.

Cidade de Chadizar

A antiga cidade dourada dos deuses, lugar de prosperidade e fartura. Dizem as lendas ter sido a primeira cidade humana criada na terra e de onde os povos se espalharam pelo mundo.

Nela os patriarcas dos homens esperam o retorno de seus filhos, onde a morte não os alcança e os grandes jardins oferecem frutos tão doces quanto o mel e, a água sagrada eleva o espírito para a presença dos deuses. Na busca pela imortalidade muitos exploradores encontraram a morte nas grandes montanhas.

Muitos afirmam que no local da cidade de Chadizar, encontraram uma fortaleza milenar, tão antiga quanto bela, perdida no tempo e habitada por vampiros poderosos e sábios que já existem a centenas de anos. Estes se alimentam dos povos selvagens que habitam a região e de exploradores incautos.

A última Fortaleza Negra

No passado as grandes fortalezas feitas de pedra-negra foram a morada dos Reis Feiticeiros até a ira dos deuses expurgarem o mundo deste mal. Mas uma ladra que retornou das Muralhas dos deuses afirma que em uma região mais a oeste existe uma fortaleza feita de pedra-negra.

Ela afirma ser a única sobrevivente do grupo de exploradores que entrou na fortaleza e viu o grande rei-feiticeiro e seu vasto tesouro. Como prova de sua história, retornou com uma adaga feita de cabo de ouro e cravejada de jóias que possuía uma estranha lâmina brilhante de cristal. A moça e seu item foram apreendidos por guardas do Império.

Reinos distantes

Um dos relatos mais assustadores foi de um homem muito ferido e encontrado já na base da montanha. Resgatado e identificado como um dos membros de uma expedição real do império Aktar, realizado há alguns anos. A expedição foi dada como desaparecida.

Em seu relato afirma ter conseguido passar pelos perigos das Muralhas e chegado ao outro lado onde teve contato com um povo estranho. Humanos que viviam em uma floresta vasta e onde parecia nunca para de chover.

No tempo em que esteve lá, viu sábios tão poderosos quanto magos e dotados de grande juventude, andando seminus como mendigos. Reis governando cidades feitas de pedras milenares. Reinos repletos de diamantes e pedras preciosas incrustados nas densas florestas. Guerreiros poderosos cavalgando imensos cavalos selvagens tão grandes quanto uma casa e com patas grossas como troncos de árvores, o andar destas criaturas fazem o chão tremer e seu grito gelava o coração do mais destemido dos guerreiros.

Planalto Vermelho

Está é uma das regiões menos exploradas do império. O planalto corresponde a um terço da área denominada Deserto do Sul. Lugar pouco habitado e conhecido é visto por muitos como uma terra proibida e cheia de perigos.

Muitos afirmam ser lar de espécies não humanas e grandes cidadelas perdidas entre as dunas de areia. São as seguintes lendas:

Lar dos Ksaros

Muitos acreditam que o Planalto Vermelho seja o lar dos Ksaros, ou como são conhecidos os “homens-lagartos”. Este povo não humano teria grandes criações de sáurios, que usariam como montaria. Vivem no meio do planalto como um povo nômade igual aos povos do deserto, os Djid.

Território dos Dzarens

Outros tantos acreditam que o Planalto Vermelho seja um domínio dos ardilosos Dzarens. Seres que construíram em grandes precipícios cidades nas bordas, servidas por lagos subterrâneos.

As cidadelas dos Reis Feiticeiros

Existem aqueles que ainda acreditam na existência de Reis Feiticeiros na região. Habitadas ou não estas cidadelas teriam guardadas em seu interior conhecimentos proibidos e grandes fortunas. Acredita-se que os sobreviventes do cataclisma que destruiu os Reis Feiticeiros ainda trabalhariam em experiências macabras com o objetivo de trazer seu antigo terror de volta.
LGPD (Lei Geral de Proteção a Dados): o site do Tagmar usa a tecnologia de cookies para seu sistema interno de login e para gerar estatísticas de acesso. O Tagmar respeita a privacidade de cada um e nenhuma informação pessoal é armazenada nos cookies. Ao continuar a navegar pelo site você estará concordando com o uso de cookies.