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Seinoniz .

Seinoniz, Aquele que Arrasta; O Senhor das Correntes

Prefácio

A luz que saia da fogueira brilhava intensamente na noite sem lua. Os quatro jovens guerreiros eram ainda inexperientes e quando partiram da vila onde viveram toda a sua vida, prometeram a todos que seriam reconhecidos e temidos pelo mal.

Na sua primeira noite longe de casa, em uma grande floresta desconhecida, o receio e o medo atingiram seus corações. Eles imaginavam se um dia voltariam para casa, no que seus entes queridos estariam fazendo e no que lhes esperaria mais à frente.

Leonir era talvez o mais destemido e foi aquele que incentivou seus amigos de infância a buscar aventuras fora da vila, a começarem uma vida de aventuras, e próximo às chamas começa seu discurso de amizade, aventura, glória e riqueza.

— Vocês estão comigo? — Perguntou Leonir.

— Sim!!! — Gritaram os três amigos em conjunto.

Então Leonir continuou seu discurso, desta vez lhes falando de um poder antigo que poderia dar-lhes poder e glória. Usando palavras eloquentes convenceu a seus amigos a jurarem lealdade e a selarem um pacto com seu mestre. Após isso Leonir exibiu uma marca em seu braço, um S cortado, e colocou a marca sobre o fogo.

— “Aceite minha oferenda, ó senhor dos pactos”. — Leonir disse em uma língua desconhecida. — Agora deem uma gota de sangue como forma de selarem o acordo.

Ronero o precavido ficou em dúvida. Embora algo no fundo de sua mente o tivesse incentivado.

— Leonir isto está certo? O Sarced... — Leonir o interrompeu e apenas disse que o sacerdote ia ser apenas mais um, sem importância nenhuma no mundo.

Mesmo relutantes os três fizeram o que lhes foi proposto. Afinal, conheciam Leonir desde pequenos e ele era seu amigo.

Assim que terminaram um vento forte fez as chamas trepidarem e reduzirem como se fosse apagar para logo em seguida ocorrer uma explosão. Uma criatura rastejante saiu de dentro das chamas e se dirigiu para Leonir.

— Você verme, aquele que me chama pelo mestre, são estas suas oferendas?

— Sim, como prometido. Estas almas de bom grado se oferecem ao mestre.

— Terás o que deseja, mas fique certo de que nos encontraremos novamente.

O demônio avançou tão rapidamente quanto os olhos são capazes de acompanhar e agarrou o pé de cada um deles os algemando no instante seguinte. Por fim se rastejou para as chamas novamente levando consigo suas oferendas.

Os três colegas gritaram desesperados sem, contudo, ter qualquer auxílio de seu antigo companheiro.

Leonir continuou sua viajem pelo mundo, sempre oferecendo novas almas para seu mestre, em busca de mais poder e riquezas, mas no final de sua vida em sua grande casa deitado sozinho em sua bela cama sentiu sua hora chegar.

A fogueira da lareira trepidou magicamente e de dentro do fogo surgiram todos aqueles que Leonir havia oferecido a seu senhor — Chegou sua hora — falou Ronero.

Outras correntes saíram das mãos das vítimas que o prenderam pelos braços e pernas puxando-o para o fogo. A força aplicada cortava seu corpo, a dor dilacerante o levou à agonia até ser sugado pelas chamas.

Extraído de O Livro de Maudi, do capítulo “A Queda do Homem” - Biblioteca de Saravossa.

Concepção

O único dos príncipes infernais que já fora mortal, Seinoniz é a representação da tirania e da servidão. Em vida, Seinoniz, que adotava o nome de Sarnodis, era integrante do alto escalão da Sociedade Secreta de Magos Arcondi. Com a ascensão dos nove reis feiticeiros e o massacre na sociedade, Sarnodis, com sua astúcia, percebeu a intenção de seus antigos mestres e foi um dos poucos a conseguir fugir levando consigo diversas pesquisas da Sociedade. Partindo rumo ao leste, se estabeleceu em um reino escravista conhecido como Kerniz. Lá, usando seus conhecimentos místicos, tornou-se uma figura poderosa no reino, conhecido pela sua impaciência e autoritarismo. Ele passou anos pesquisando como recriar o ritual da ascensão, mas os textos estavam fragmentados e seus esforços eram em vão, foi então que descobriu algo que mudaria sua vida e tudo depois dela, o Karma Infernal. Os Arcondi desprezavam qualquer poder que não fosse de origem arcana, considerando-os impuros, porém Sarnodis ao ver o crescente poder dos reis feiticeiros decidiu utilizar a energia infernal para alcançar seus objetivos.

Seguindo conselhos obscuros em sua mente de traição e vingança, passou a invocar e a controlar demônios, aumentando mais ainda seu poder, no entanto, algo maior que os reis feiticeiros passou a ameaçar seus planos, sua mortalidade. Absorvendo cada vez mais energia infernal para prolongar sua vida, sentiu que sua própria alma e corpo estavam sendo destruídos. A mesma voz que o incitou a utilizar a energia infernal agora o revelara a origem do poder dos reis feiticeiros, almas. Em uma única noite Sarnodis sacrificou mais de 500 escravos e, ao final do ritual, sentindo-se revigorado, decidiu que queria mais. Sua nova força, agora, o permitia invocar e controlar demônios menores com simples pensamentos. Usou estes poderes para assumir o controle de Kerniz. Sabendo que almas voluntárias e devotas a ele eram mais poderosas ao consumi-las, Sarnodis declarou-se uma divindade, prometendo riquezas e vida longa, ele passou a oferecer “pactos” àqueles que lhe jurassem fidelidade e servidão. Décadas se tornaram séculos e ele chegou à conclusão de que seus antigos inimigos, os reis feiticeiros, eram tolos por aprisionar suas almas em recipientes, ele seria maior, controlaria sua alma e faria dela seu próprio recipiente, mas para isso precisaria de mais energia...

As infelizes almas de Kerniz, mesmo ricas e prósperas, não passavam de meros escravos de Sarnodis. Ele almejando mais poder, decidiu refazer o ritual que fizera décadas atrás com seus escravos, mas agora com milhares de almas cultivadas e inteiramente suas. Durante meses a população trabalhou no plano de seu mestre sem desconfiar de seus planos. No fim, em uma noite sem lua, Kerniz e toda a sua população foi tragada pelo nefasto poder de Sarnodis e, por tamanho poder, seu corpo mortal foi destruído, porém sua alma permaneceu se materializando em carne infernal. Com isso, até mesmo os mais poderosos demônios curvavam-se, ele era um príncipe e nada o impediria de trazer o inferno a Tagmar.

No entanto, após realizar seu maior feito, veio sobre ele uma grande flecha feita de pura luz. Ela era disparada por um ser alto e veloz que pairava sobre o ar com seu arco em punho, era Cambu que trazia a fúria dos deuses ao mundo e acertara Sarnodis, a maior abominação que um filho poderia tornar-se. Paralisado pela dor da flecha que acertara sua coxa, o príncipe da tirania não se intimidou pelo deus. Cambu sabendo que um combate direto com ele causaria uma destruição muito maior que a prevista, estava decidido a apenas imobilizá-lo. Ao usar toda sua força, conseguiu prendê-lo com correntes místicas, uma obra prima de Parom. Gritando juras de vingança e destruição, Sarnodis foi arrastado para as regiões infernais onde está trancado até hoje.

Temperamento

Agressividade e autoritarismo são as principais qualidades deste príncipe, que busca através dos pactos, o domínio das almas dos filhos. Para ele, os mortais não passam de um rebanho a ser criado e alimentado, os mais fracos para servi-lo e os mais fortes devorados.

No entanto, ele não costuma revelar esta face aos mortais. Alguns de seus seguidores alimentam a imagem de que ele seria um mártir, um mortal em busca de poder e liberdade que fora amaldiçoado injustamente pelos deuses. Seus pactos nada mais seriam do que graças concedidas a um preço justo.

Representação

Esta criatura é uma das mais temidas para aqueles que prezam pela liberdade. Ele é representado por um mago com vestes reais com inúmeras correntes em volta do corpo. Tais correntes são as mesmas que Cambu usou para prendê-lo no inferno, porém hoje ele subverteu seu significado, sendo sinal de seu poder com os pactos.

A alcunha de “aquele que arrasta” foi dada devido à flecha de Cambu que lhe acertou a coxa esquerda, deixando-o coxo, e obrigando-o a arrastar suas correntes. Ele odeia este termo, proibindo terminantemente seus servos de utilizá-lo, sendo esta alcunha mais utilizada por seus opositores.

Símbolo

Seu símbolo é a Marca de Posse: um S cortado verticalmente. Esta marca era usada em todos os seus escravos quando ele era mortal. Hoje representa o pacto com Seinoniz, onde ele rouba a alma dos deuses e carrega para o plano infernal, para simplesmente servi-lo ou para se alimentar e aumentar seu poder. Esta marca está presente em todos os seus contratantes, aparecendo misticamente em alguma parte de seu corpo. Outro símbolo também usado é o de uma Serpente em forma de S com a cabeça e a cauda presa.

Cores

Sua cor é um cinza azulado.

Relação com os demais Príncipes demoníacos

Tem grande ódio por Morrigaltrina e seu controle sobre os outros demônios, buscando, de alguma forma, assumir o controle do reino de Morrigalti. A principal ameaça a seu plano de controle do reino é a princesa Ekisis que busca lançar os outros príncipes contra ele. Ekisis teme a imprevisibilidade dos poderes de Seinoniz, usando como argumento o passado mortal de Seinoniz e o fato de ele muitas vezes negociar por almas mortais. A verdade é que ele não se importa com nenhum deles e nem com o Plano Infernal, se pudesse faria todos eles beijarem seus pés.

O único príncipe com quem mantém boas relações é com Heldrom, já que participa de muitos de seus planos e artimanhas. Alguns demonologistas acreditam que a ascensão (ou queda) de Seinoniz para Príncipe Infernal seja mais um dos planos de Heldrom.

Relação com os deuses

Possui um ódio mortal por Cambu e Parom que são os responsáveis por sua prisão infernal.

Festas e Celebrações

Noite do Esquecidos (21º dia do mês do Ouro)
Enquanto os seguidores de Cambu pedem prosperidade. Os esquecidos, aqueles que acreditam estar longe da graça dos deuses, buscam poder e glória ao fazer pactos com o Senhor das Correntes. Muitos, neste dia, buscam firmar um contrato ou prorrogar os seus, levando outros para fazer seus próprios. Diferente de outros príncipes, Seinoniz não costuma se agradar com sacrifícios, pois as almas não devotas são mais fracas em relação aos dos contratantes. Por isso a forma mais fácil de agradá-lo é através de pactos voluntários.

Áreas de atuação

Muitos são os que buscam fortuna e fama facilmente, e fazer um pacto com Seinoniz parece ser o meio mais fácil de conseguir tudo o que se deseja. Por isso, o culto a Seinoniz está espalhado em toda Tagmar, sendo possível encontrar seus seguidores em diversos lugares, desde nobres, burgueses e escravos em busca de liberdade.

Descendentes

Não possui descendentes conhecidos, porém corre um boato que uma antiga linhagem de Seinoniz de quando ele era mortal está ativa disseminando o culto.

Religião

O culto a Seinoniz é bem simples, pede-se um favor e em troca se oferece a própria alma como pagamento. O prazo para que Seinoniz cobre a sua parte na dívida é incerto. Alguns membros mais poderosos costumam disseminar o culto na tentativa de estender seus contratos. Arrependimentos não são incomuns, mas os servos mais leais costumam apagar tais pessoas o mais rápido e secretamente possível para não prejudicar o culto. Alguns raros arrependidos costumam buscar refúgio com os deuses, porém sua alma maculada dificilmente encontra redenção e somente um arrependimento muito sincero talvez possa livrar estes desafortunados de seu destino final. Vale ressaltar que os rebeldes à vontade de Seinoniz perdem qualquer benefício recebido e passam a ser perseguidos por demônios ou cultistas e passam a ter pesadelos horríveis.
Templo
Seu templo é o mais amplo dentre os demais, as colunas todas feitas em pedra sempre têm os rostos em agonia, simbolizando as vítimas recolhidas com o pacto. O altar, onde o demonista que preside a cerimônia fica, é também o lugar onde a chama que irá ser usada nas lanternas é guardada.
Vestimenta
As vestes são cinza azuladas e correntes são usadas como cintos e algumas presas nas pulseiras. Estas são simbólicas e representam seu laço de fidelidade com o seu senhor Seinoniz.

Suas sandálias são feitas em cortas negras e trançadas até o joelho, sendo estas feitas de cabelos das vítimas dos que pereceram por pactos passados.
Locais Profanos
Sem dúvida o local mais procurado por seus servos é Kerniz, a cidade onde, segundo os seguidores, Seinoniz “ascendeu”. Sua localização, porém, é desconhecida. Alguns dizem que foi destruída pelos deuses, outros dizem que ela fica nas terras além das Estepes Vítrias”, O Império. Neste local estariam guardados itens e magias poderosíssimas do Segundo Ciclo. Os mais esperançosos que buscam uma forma de recuperar sua alma acham que podem encontrar algo na cidade para ajudá-los.
Itens demoníacos
As Correntes da Maldição: este item especial permite que o demonista assuma o controle da vítima. O objeto místico é uma algema colocada na mão ou no pé e existe uma pequena corrente com algumas argolas que quando ativados assumem um brilho fantasmagórico e uma corrente fantasma é vista se perdendo no horizonte. Esta corrente liga o escravo ao demonista que o escravizou.

A Chama Infernal: como são conhecidas as chamas das lanternas usadas pelos demonistas que permitem a eles verem o espírito de antigos homens e mulheres que fizeram pacto com Seinoniz. Estas lanternas permitem conjurar almas que serão servos dos demonistas por cerca de 6 dias, podendo ser invocado novamente de forma indefinida.
Doutrinas do culto
  • Escravidão dos mais fracos;
  • Domínio da vontade;
  • Comércio de almas.

Influência das ordens na política do reino

Sua influência se faz sentir na dominação incondicional dos mais fracos pelos tiranos opressores ou autoridades que sentem prazer em extorquir e ferir as pessoas.

Países em que a religião mais atua

Seu culto está espalhado em toda Tagmar, mas dizem que em Abadom se encontram muitos dos seus seguidores. Outro local que merece destaque são as Cidades-Estados e Verrogar, onde muitos escravos esperam conseguir sua liberdade ao fazer um pacto com Seinoniz, embora tudo o que fazem é trocar seu senhor mortal por um muito pior.

O Reino de Seinoniz

É o sétimo reino infernal onde os condenados pela preguiça encontram sua morada.

A cidade é conhecida como Draganazo. A cidade se encontra em uma cratera, sendo que o palácio de Seinoniz se encontra enterrado no ponto mais fundo da cidade.

As casas são simples, muitas delas parecem estar inacabadas e sempre necessitando de uma reforma.

As ruas são em calçamento e cheias de lixo e entulhos, que iriam formar as casas ou que foram geradas por elas. Os condenados deste reino vivem acorrentados a pesadas rochas que são arrastadas ou presas às costas, mantendo-se sempre envergados.

O barulho das correntes enferrujadas se arrastando pelo chão e chocando-se contra as rochas é contínuo e ininterrupto.

O Guardião é Encélado

Sendo de origem nobre e cavaleira, muitos consideravam que ele seria um poço de virtudes e bons modos, mas desde cedo Encélado sempre foi preguiçoso e fútil. Ele jamais lutou por algo, sempre tendo a sua mão dinheiro de seus nobres pais e o conforto de sua posição.

Quando havia uma guerra, enviava cavaleiros com seu estandarte para lutar; quando era insultado, contratava um guardião para lhe defender a honra; pagava menestréis para criar contos de vitórias jamais conseguidas, aventuras jamais vistas.

Vivia sempre em sua liteira carregado por escravos, morreu jovem envenenado por uma jovem escrava que havia violado.

Renascido no reino de Seinoniz, Encélado é um guardião paciente preso em uma estaca e acorrentado lá onde vê todos os condenados passarem. Aqueles que o seu mestre não deseja que passem são atacados por correntes que surgem do chão como cobras e os prendem junto a Encélado que os devora lentamente.

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