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Quiris

Autores: Alesso Sartorelli e José Rodontaro

Prefácio

Era mais um belo dia de sol nos campos do leste da cidade de Franis. Os sacerdotes de Quiris começavam sua cerimônia matinal ao seu deus com oferendas de grãos e cantos.

A estação de plantio estava próxima e grandes sacos de grãos eram trazidos de toda a parte para serem abençoados pelos sacerdotes.

O conflito com a cidade de Gamilda, por muitos anos, travou-se em saques a caravanas comerciais rivais e troca de acusações, tudo pelo rico domínio das rotas comerciais de tecidos vindos do norte.

O que os sacerdotes não sabiam é que os campos do leste, neste belo dia, seriam tingidos de sangue deles e de outros infelizes que se encontravam no caminho das tropas de Gamilda.

Cavaleiros avançaram pelos campos eliminando qualquer resistência às tropas, que traziam centenas de soldados e armas de cerco. As defesas de Franis eram boas e os generais das tropas de Gamilda, sabiam que o cerco poderia demorar meses até que as muralhas da cidade caíssem.

A escolha do mês que antecedia o das colheitas permitia que a cidade de Franis tivesse um baixo estoque de alimentos e com isso viesse a diminuir o tempo de cerco da cidade.

Tomados pela ira, os cavaleiros de Gamilda partiram para destruir tudo e, neste acesso de fúria, não pouparam nem mesmo os camponeses e os sacerdotes. O templo de Quiris foi saqueado e todos foram mortos. Tamanha foi a ousadia que queimaram tudo e roubaram os grãos.

Ressentido o deus Quiris lançou uma maldição sobre a cidade de Gamilda. Neste ano e em todos que se seguissem, enquanto existir a cidade e seus habitantes, nada cresceria em suas terras. Os grãos usados nos plantios jamais germinariam, os animais deixaram de ter cria, e mesmo os habitantes viram pela última vez crianças a nascer em suas terras.

O cerco de Franis durou somente quatro meses, quando as notícias sobre a fome que se abatia sobre a cidade de Gamilda, levou a uma revolta civil. As tropas foram obrigadas a retornar para conter a população furiosa com o governador local.

Em Franis, após o termino do conflito, os moradores da cidade descobriram toda a destruição causada nos campos assim como a destruição do templo; contudo, os campos foram semeados, as casas reconstruídas, os mortos enterrados e, por fim, o templo erguido novamente. A grande festa de celebração da libertação e das colheitas contrastava com a miséria e a revolta na cidade de Galmida.

Em Gamilda, os anos passaram a ser cada vez mais difíceis, todo o tesouro era destinado a compra de alimentos e grãos para suas terras amaldiçoadas. Por fim, a região foi sendo abandonada e a população decresceu rapidamente. As terras antes verdes e belas deram lugar a um deserto árido e sem vida. Com a morte do último habitante, a região por longos anos ficou desabitada. Até que um dia, na sombra de suas ruínas, uma pequena planta começou a crescer.

Estava decretado o fim da maldição de Quiris.

Extraído de A Formação do Mundo, Livro de Maudi - Biblioteca de Saravossa.

Concepção

Quando o mundo ainda era sem vida, feito de fogo e água, os titãs governavam e o caos imperava. Durante os primeiros milênios, os titãs viveram e prosperaram neste mundo. E os deuses, pouco a pouco, manifestaram-se, buscando sua criação e trazendo ordem.

No mundo já dividido em água, terra e céu, a vida não existia. Animal ou planta habitava-o, e o silêncio imperava.

Do silêncio, três figuras surgiram e, ao tocarem a água, esta borbulhou e a vida começou a surgir em pequenas formas e, em pouco tempo, em maiores.

Quando tocaram a terra, houve um tremor e uma onda de calor e fertilidade espalhou-se. Pequenas plantas surgiram e, com o tempo, outras maiores vieram.

Por muitos séculos foi assim, as três figuras fizeram do mundo sua obra. Criaram animais de tamanhos e formas diferentes.

Mas o mundo ainda estava incompleto, apesar de cheio de vida e beleza havia ainda um vazio, um silêncio.

Foi quando os demais deuses desceram.

Criaram seus filhos que viveriam neste mundo e preencheriam este silêncio. Assim nasceram as raças conscientes de Tagmar.

Dentre as três figuras, estava um dos mais velhos. Um ser feito em luz e fogo. Um dos três deuses que ajudaram a criar o mundo.

Ao colocar sua mão em uma pequena sacola; de seus dedos, luz e calor saíam. Raios de luz irradiavam a vida com um simples toque. Onde havia somente terra, agora havia vida, simples plantas que cresceriam para transformar-se em florestas exuberantes.

Na presença de seu pai, apresentou-se aos filhos dos deuses.

Seu nome é Quiris.

Áreas de atuação

A área de atuação de Quiris está no início do ciclo da vida, onde os primeiros riscos da existência são esboçados. Em áreas improdutivas, a vida renasce quando guardada por ele.

Temperamento

É um deus de temperamento calmo, paciente, um tanto quanto perfeccionista. Tem grande prazer em ver a vida florescer em toda a sua plenitude. É mais introspectivo e retraído, observando os acontecimentos de longe, apesar de acompanhar atentamente o desenrolar das coisas. Fica sempre ao lado direto, mas alguns passos atrás de seu pai, Sevides, enquanto sua irmã, Liris, ocupa o lado esquerdo.

Representação

Sua representação é de um homem desempenhando a atividade de semear os alimentos na terra. De seu cesto, ou algumas vezes de seu pequeno saquinho de sementes, lança raios de vida sobre as sementes ainda não germinadas, garantindo o crescimento da lavoura.

Símbolo

Seu símbolo é aparentado com os de Sevides e Liris. Consiste em um círculo dividido em quatro partes por linha sinuosas, com uma das partes preenchidas. Representa o cesto usado para lançar as sementes nas plantações. Outra imagem menos difundida é a de um arado estilizado.

Cores

A sua cor é o bege.

Relações entre deuses

Seu relacionamento com os deuses é introspectivo, afastado, encontrando-se grande parte do tempo na presença de seus familiares e conversando com estes.

Dentre os demais deuses, é com Maira que passa mais tempo a conversar ou observar suas ações para com a Natureza e os animais que existem no mundo.

Possui uma indisposição com Cambu, quando este, alguns séculos atrás, resolveu cortejar Liris, porém sem grande sucesso. Quiris tem por sua irmã um grande amor, mais do que simples afeto familiar, nutre por ela um amor de homem.

Um amor que é correspondido e secreto aos olhos dos deuses. O sentimento por seus pais é contraditório. Com Sevides é totalmente devotado e amoroso, vê nele a dedicação e amor a vida, um exemplo a ser seguido.

Quanto a sua mãe Ganis, o sentimento é completamente oposto. Percebe-se uma tensão entre eles, pela maneira ríspida como esta trata Sevides e por suas alterações de humor para com os seres de Tagmar.

Descendentes

Não possui.

Festas e Celebrações

Festa do Plantio (1º dia do mês da Rosa)

Um dia de grande festa para todos que buscam a fertilidade nos campos e nas criações. Os sacerdotes de Quiris fazem a semeadura dos primeiros grãos ou a postura dos primeiros animais para a procriação.

Uma festa onde sementes são semeadas em parte da fazenda dos agricultores locais, e os animais bebem a água abençoada pelos sacerdotes.

Reinos onde a religião mais atua

Sua influência se estende a todos os reinos e tem principal polo irradiador da fé em regiões agrícolas como Eredra e o sul de Calco. Todos os locais que criam ou plantam honram Quiris.

Influência das ordens na política dos reinos

Não é pequena a influência destes sacerdotes nos reinos. Sua presença pode garantir fartura e prosperidade a todos ou a miséria aos infiéis.

Nível de popularidade

Sua popularidade entre as camadas mais pobres da população é alta, em especial entre os agricultores e pastores.

Religião

A religião de Quiris prega a vida. Os sacerdotes buscam, através de seu ensinamento, a paz e o equilíbrio entre os seres viventes.

Aos sacerdotes fica a responsabilidade de, através de suas bênçãos, garantir a fertilidade das plantações.

Templo

Seu templo encontra-se sempre à direita do templo destinado a Sevides, como seu filho se encontra para com seu pai.

O material de que é feito o templo é semelhante ao do templo de Sevides, feitos em pedra, tijolos cozidos ou mesmo em madeira.

Na entrada do templo, existem sempre pequenas plantas formando um jardim, de onde mudas são frequentemente retiradas e levadas para agricultores locais. No grande altar a Quiris, pode-se encontrar um local onde as sementes são depositadas em pequenas urnas de barro.

Estas sementes irão germinar e dar origem a uma nova planta, que são o tributo dos fiéis a esse grande deus.

Nos festivais de plantio, muitas das mudas plantadas durante a celebração foram cultivadas pelos sacerdotes dias antes, por sementes ofertadas pelos agricultores locais.

Vestimenta

As vestes dos sacerdotes da ordem são feitas de tecido de algodão cru. Tem uma pequena faixa sobre o ombro direito preso com cordão de linho de cor bege.

Nesta faixa, há alguns dizeres sobre a ordem e a hierarquia dentro desta. Quanto maior o número de orações a Quiris, maior a sua posição dentro da ordem. O número máximo de orações é sete.

O cordão de linho da cor bege que encontra-se amarrado à cintura possui somente um nó simples.

Costumam usar chinelos feitos de couro curtido e uma pequena sacola onde podem coletar e levar sementes aos campos.

Locais sagrados

Rio Sevides. Nasce aos pés de uma grande árvore, que se divide em três. Acredita-se que as águas da bacia do Rio Sevides tragam a alta fertilidade das terras da região. Camponeses de todas as regiões de Tagmar acreditam que se, em épocas de secas ou de pragas muito fortes, as suas terras forem regadas com um pouco das águas do Rio Sevides, elas voltarão a dar boas safras.

A trezentos metros da nascente do rio Sevides, na margem direita encontra-se um grande platô feito em pedra. Incrustado no chão em formato de meia-lua, o símbolo de Quiris marca um dos locais mais sagrados da ordem e onde grandes cerimônias são realizadas pelos altos membros da ordem.

Itens Sagrados

O amuleto conhecido como Hudrar é dotado de poderes místicos além da compreensão. A simples manipulação dele pode gerar a vida de forma espontânea. Um poder digno dos deuses e que mal manipulado pode tirar a vida do mundo. Foi lacrado dentro de um baú feito de ferro e guardado dentro de uma gruta. Dizem que esta gruta fica próximo ao reino de Eredra, mas esta é somente uma das centenas de suposições sobre sua localização.

Muitos afirmam que a união dos amuletos de Hudrar e de Aksas (ver texto sobre Liris) pode levar a abertura dos portões celestiais e expurgar todos os demônios de Tagmar.

Doutrinas do culto

• A liberdade da vida;
• O amor entre as pessoas;
• A busca da felicidade;
• A paz entre os povos.


Verbetes que fazem referência

Livro dos Deuses

Verbetes relacionados

Livro dos Colégios | Crônicas de Tagmar Volume 3 | Livro Ilhas Independentes | Bardos | Guerreiros | Ladinos | Magos | Sacerdotes | Detalhamento dos Anões | Detalhamento dos Elfos | Detalhamento dos Humanos | Detalhamento dos Meio-elfos | Detalhamento dos Pequeninos
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